Medir qualidade do ar interno e externo e filtros adequados mantêm ambientes saudáveis e agregam valor
Por Cristiane Rubim
Edição Nº 85 - Junho/Julho de 2025 - Ano 15
Indústrias, hospitais, clínicas, shopping centers e escritórios precisam manter a qualidade do ar interno e externo para garantir a saúde ocupacional, o bem-estar dos usuários e o cumprimento da legislação
Indústrias, hospitais, clínicas, shopping centers e escritórios precisam manter a qualidade do ar interno e externo para garantir a saúde ocupacional, o bem-estar dos usuários e o cumprimento da legislação. A qualidade do ar interno requer assegurar ambientes saudáveis e confortáveis aos frequentadores e a qualidade do ar do ambiente externo está vinculada à Saúde Pública e Responsabilidade Socioambiental.
A análise da qualidade do ar interno e externo mostra o nível de poluentes no ambiente e identifica fontes de contaminação. Cuidar da qualidade do ar interno para reduzir partículas finas e agentes poluentes e da eficiência dos filtros do ar-condicionado que retêm contaminantes. No ambiente externo, a exposição prolongada a poluentes atmosféricos pode agravar doenças respiratórias e cardiovasculares.
Ambientes fechados e climatizados de escritórios, hospitais, escolas e comércios precisam do ar renovado com frequência para evitar proliferação de doenças respiratórias e desconforto. “No ar interno, garantir a ventilação adequada, o controle de temperatura e umidade e a redução de poluentes, como dióxido de carbono, partículas em suspensão, fungos e bactérias” – orienta Robson Petroni, coordenador e especialista em qualidade do ar da Conforlab.
“A análise do ar interno e externo de um prédio é realizada por técnico qualificado que segue procedimentos padronizados para garantir a representatividade e a confiabilidade dos resultados dentro das regulamentações ambientais e de segurança” – destaca Eduardo Thomé, diretor executivo da Microambiental. O diagnóstico sempre cruza o resultado de diversas análises para apontar a eficiência de retenção dos filtros, a necessidade de troca ou da manutenção dos sistemas.
Ambientes com má ventilação ou acúmulo de contaminantes podem levar à Síndrome do Edifício Doente. O ideal é o uso de sistemas de ventilação e climatização bem projetados e mantidos, com base em normas técnicas e diretrizes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Os prédios devem investir em sistemas de climatização eficientes, realizar manutenções regulares e seguir protocolos de monitoramento definidos por normas.
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Estabelecimentos industriais e comerciais buscam estratégias para reduzir suas emissões, monitorar impactos e atender às exigências de órgãos de vigilância e agências ambientais estaduais. Empresas engajadas com a sustentabilidade investem na melhoria da qualidade do ar como parte de suas metas ambientais, vinculadas a certificações para gestão ambiental, como LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), ISO 14001, ou programas de eficiência energética. “Não é apenas dever regulatório, mas prática que fortalece a imagem institucional e agrega valor à marca” – afirma Thomé, da Microambiental.
Distintas
As análises da qualidade do ar interno e externo são bem distintas, mas podem se complementar. “Para a análise do ar interno, são usados bombas de amostragem de ar, sensores de gases, medidores de partículas e placas de cultura para agentes biológicos” – elenca Petroni, da Conforlab. As coletas são feitas em pontos estratégicos, no centro do ambiente, durante o horário de maior ocupação. A Lei 13.589/2018 determina a obrigatoriedade de avaliação da qualidade do ar em ambientes internos e a norma ABNT NBR-17.037/2023 define a periodicidade e os procedimentos de como as coletas devem ser realizadas.
“Já o foco no ambiente externo é avaliar a influência de fontes poluidoras próximas, como vias de tráfego intenso, indústrias ou áreas com grande emissão de poluentes atmosféricos” – diferencia Petroni. Os dados coletados são comparados com padrões e limites estabelecidos pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e Organização Mundial da Saúde (OMS).
Parâmetros
Alguns dos parâmetros do ar interno citados abaixo são comparados a limites definidos pela ABNT NBR-17.037/2023.
No ar interno, os principais parâmetros analisados incluem:
• Dióxido de carbono (CO2), que aponta a eficiência da ventilação;
• Monóxido de carbono (CO), gás tóxico que pode indicar combustão incompleta;
• Material particulado (MP), especialmente MP2,5 e MP10;
• Compostos Orgânicos Voláteis (COVs);
• Temperatura, umidade relativa e velocidade do ar;
• Radônio (Rn), maior causador de câncer de pulmão em não fumantes;
• Presença de microrganismos, como bactérias e fungos.
Os parâmetros do ar externo são definidos como poluentes pelos critérios da Resolução Conama nº 506/2024. Seu monitoramento avalia impactos de fontes móveis e fixas de poluição. Os dados coletados são comparados com padrões nacionais e, quando necessário, com diretrizes da OMS.
Os parâmetros mais relevantes no ar externo abrangem:
• Dióxido de enxofre (SO2);
• Ozônio (O3);
• Óxidos de nitrogênio (NO e NO2);
• Monóxido de carbono (CO);
• Material particulado MP2,5, MP10;
• Benzeno (C6H6);
• Chumbo (Pb).
Fonte: Conforlab.
Filtros adequados
Relação da Qualidade do Ar Interno
X Ar-condicionado e Filtros
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Dimensionamento correto dos filtros
A qualidade do ar interno depende da forma como o ar é tratado dentro dos ambientes climatizados. O ar-condicionado, do tipo central ou HVAC (Heating, Ventilation and Air Conditioning), atua na renovação, filtragem e distribuição do ar. “Esses sistemas só são eficazes se estiverem equipados com filtros adequados e corretamente dimensionados” – adverte Thomé, da Microambiental.
A qualidade do ar interno está vinculada ao funcionamento adequado do ar-condicionado e à eficiência dos filtros. Em ambientes climatizados, o ar-condicionado regula a temperatura e renova e purifica o ar, evitando o acúmulo de poluentes, como material particulado e microrganismos. “Se os filtros não forem corretamente dimensionados ou estiverem sujos e ineficientes, podem se tornar focos de contaminação, reduzindo drasticamente a qualidade do ar e aumentando os riscos à saúde dos usuários” – alerta Petroni, da Conforlab.
Os filtros retêm partículas em suspensão, como poeira, pólen, ácaros, microrganismos e até compostos químicos voláteis, dependendo do tipo. “Quando subdimensionados ou mal mantidos, se tornam ineficientes e, em alguns casos, fontes secundárias de contaminação” – relata Thomé.
Compatíveis
“O dimensionamento adequado dos filtros avalia o tipo de ambiente, hospitalar, comercial ou industrial, a taxa de renovação de ar exigida, o nível de pureza necessário e os tipos de contaminantes predominantes no local” – afirma Petroni, da Conforlab. É utilizada a classificação dos filtros conforme normas técnicas, como a NBR ISO-16890-1 e a NBR ISO-24963-1, que definem a eficiência de retenção de partículas por tamanhos PM10, PM2,5, entre outros.
“A seleção do filtro deve equilibrar eficiência de filtragem, resistência ao fluxo de ar (perda de carga) e frequência de manutenção. Garantir a compatibilidade entre o sistema de climatização e o tipo de filtro mantém um ambiente saudável e em conformidade com a legislação vigente” – assegura Petroni. Filtros mais eficientes, como os Hepa, são recomendados para ambientes que exigem alta pureza do ar. Enquanto filtros grossos e médios podem ser usados em áreas de menor exigência.
Ambientes com alta circulação de pessoas ou maior exigência sanitária, como hospitais, clínicas, indústrias farmacêuticas e alimentícias, requerem filtros de maior eficiência. “Escritórios e ambientes comerciais, em geral, operam com filtros médios a finos. Em áreas urbanas ou industriais, com ar externo mais poluído, os sistemas de filtração deverão ser dimensionados com maior poder de retenção” – orienta Thomé, da Microambiental.
Escolha correta
Análises da qualidade do ar interno são essenciais para a escolha correta de filtros de ar. “O diagnóstico deve sempre considerar o cruzamento do resultado de diversas análises para apontar a eficiência de retenção dos filtros, a necessidade de troca ou a manutenção dos sistemas” – aponta Thomé.
Tipos de análises da qualidade do ar interno para escolha correta de filtros de ar:
Partículas em suspensão PM10 e PM2,5: determina precisar de filtros mais eficientes para reter partículas mais finas, associadas a doenças respiratórias.
Dióxido de carbono (CO2): embora não removido por filtros, níveis elevados indicam precisar de ventilação e renovação do ar.
Compostos Orgânicos Voláteis (COVs): gases emitidos por materiais sintéticos, produtos de limpeza e processos industriais requerem o uso de filtros com carvão ativado ou filtros químicos específicos.
Fungos e bactérias: para ambientes críticos, como hospitais, aponta a necessidade de filtros com ação antimicrobiana ou Hepa.
Fonte: Microambiental.
“Para a escolha correta de filtros de ar em sistemas de climatização, é preciso realizar análises específicas da qualidade do ar interno, que revelem quais tipos e concentrações de contaminantes estão presentes no ambiente” – ressalta Petroni, da Conforlab. Segundo ele, a primeira análise é a concentração de material particulado (MP), especialmente as frações PM10 e PM2,5, que mostram a necessidade de filtros mais eficientes para retenção de partículas finas.
É importante medir os níveis de microrganismos, como fungos e bactérias. “Esta medição é realizada por meio de amostragens microbiológicas com placas de cultura ou bioaerossóis, sobretudo em ambientes de uso coletivo, onde a presença desses agentes representa riscos à saúde” – destaca.
Outro parâmetro relevante, conforme Petroni, é o nível de dióxido de carbono (CO2), que embora não seja retido por filtros convencionais, aponta a eficiência da ventilação e a necessidade de renovação de ar. Enquanto a medição da umidade relativa e temperatura previne a proliferação de mofo e a seleção de filtros que não favoreçam o crescimento microbiano.
Com base nesses dados, o responsável técnico pode definir o tipo de filtro grosso, médio, fino ou Hepa, sua classe de eficiência conforme NBR ISO-16890-1 e a NBR ISO-24963-1 e o plano de manutenção adequado. “Sem essas análises, a seleção de filtros se torna imprecisa, comprometendo a eficácia do sistema de climatização e a saúde dos ocupantes” – explica Petroni.
Coletas e amostras
O processo começa com a coleta de amostras de ar externo, feita fora da estrutura predial, a uma altura de 1,5 metro do nível da rua, próxima à entrada de ar do sistema de climatização. “Esse ponto de coleta deve estar distante de fontes poluidoras externas, como veículos, depósitos de resíduos, jardins com terra exposta, obras ou fontes de combustão” – salienta Thomé, da Microambiental.
A análise do ambiente externo mostra o impacto de fontes poluidoras, como o tráfego de veículos, emissões industriais e poeiras atmosféricas, para avaliar riscos ambientais e propor medidas de controle. “Com os resultados obtidos, é possível corrigir deficiências, como ventilação inadequada, umidade excessiva, uso de produtos tóxicos ou emissões industriais fora do padrão. A análise subsidia ainda boas práticas, como a instalação de filtros, sistemas de exaustão ou alterações no layout e nas rotinas operacionais” – cita Petroni, da Conforlab.
As amostras internas devem ser coletadas no mesmo período da amostragem externa e sua quantidade varia de acordo com a área climatizada construída da edificação. “Em hospitais, creches e restaurantes, os pontos amostrados devem atender a estas atividades. Hospitais, por exemplo, exigem controle rigoroso para evitar infecções. Por possuírem grande número de imunossuprimidos, deverão contemplar quantidade maior de pontos, que incluem centros cirúrgicos, UTIs, entre outros” – ressalta Thomé.
O equipamento de amostragem é posicionado a 1,5 metro do piso, no centro do ambiente e em áreas com ocupação, sempre longe de fontes internas de poluição, processos de limpeza ou obras. O ar-condicionado deve estar em funcionamento normal durante as medições.
Além da coleta, o técnico realiza registros fotográficos dos pontos amostrados para documentação. “Todo esse cuidado assegura avaliação precisa da qualidade do ar interna e externa para identificar riscos e recomendar melhorias quando necessário” – diz Thomé.
A análise do ambiente interno, segundo Petroni, revela se há acúmulo de dióxido de carbono indicando problemas de renovação do ar interno, presença de microrganismos, como fungos e bactérias, por excesso de umidade ou focos de contaminação, gás radônio ou COVs e partículas inaláveis provenientes de produtos de limpeza, materiais de construção ou equipamentos eletrônicos.
Periodicidade
A periodicidade das análises do ar interno e externo varia conforme o tipo de ambiente, atividade desenvolvida e exigências legais ou normativas aplicáveis. A ABNT NBR-17037/2023 visa garantir a qualidade do ar interno e prevenir alergias e doenças respiratórias. “Esta norma estabelece que em ambientes climatizados de uso público e coletivo, como escritórios, hospitais, shopping centers e instituições de ensino, a análise deve ser feita semestralmente ou sempre que houver alterações significativas no sistema de climatização” – menciona Petroni, da Conforlab.
A ABNT NBR-17.037/2023, norma vigente para controle da qualidade de ar em ambiente interno climatizado, estabelece que as amostragens devem ser realizadas, no mínimo, semestralmente, mas, em casos específicos, a frequência pode ser reduzida. “Atividades que envolvem mais riscos, como hospitais, onde há maior concentração de imunossuprimidos, se encaixam nestas situações específicas que merecem acompanhamento mais de perto” – afirma Thomé, da Microambiental.
Para ar externo, a periodicidade está associada a programas de monitoramento contínuo realizados por órgãos ambientais, com base na Resolução Conama nº 506/2024, que define os padrões nacionais de qualidade do ar e orienta as redes de monitoramento atmosférico. “Em áreas críticas, o monitoramento pode ser contínuo 24 horas/dia com equipamentos automáticos. Já em indústrias, a frequência pode ser definida em licenças ambientais que variam de medições trimestrais a anuais, dependendo do porte e potencial poluidor da atividade” – explica Petroni.
Além dessas regulamentações nacionais, Petroni diz que algumas empresas seguem normas técnicas internacionais, como a ASHRAE 62.1 para qualidade do ar interno ou os Guidelines da OMS para ar externo, quando há exigência de padrões corporativos ou certificações, como LEED.
Equipamentos
O amostrador de ar por impactação com acelerador linear, da Microambiental, por exemplo, capta a vazão em locais estratégicos e realiza coletas rápidas em poucos minutos, com baixo ruído, sem interferir nas atividades internas. Seus medidores portáteis verificam a qualidade do ar interior com facilidade e precisão e medem até seis parâmetros, entre eles, CO2, CO, temperatura e umidade.
Aparelhos avançados da empresa realizam medições precisas de velocidade do ar, temperatura e fluxo de ar. O software integrado facilita o registro de dados e o dispositivo é voltado para aplicações em testes de ambientes abertos, correntes de ar e salas limpas. Para partículas em suspensão, a empresa dispõe de produto para ampla faixa de alta vazão, de 1.000 a 3.000 ml/min, que coleta poeiras, fumos, névoas, neblinas e fibras, sendo ótimo para coletar gases e vapores.
Microbiológicas
As análises microbiológicas identificam focos de contaminação e orientam sobre manutenções no ar-condicionado, adequação de infraestrutura ou isolamento do ambiente diante de risco iminente de contaminação. A contaminação por bactérias ou fungos pode ocorrer devido à falta de higiene em partes do sistema de refrigeração, torre de resfriamento, dutos trocadores de calor, bandejas de condensado, entre outros, ou até à água estagnada em locais do sistema, que formam biofilmes.
Quantificação de fungos: mede a quantidade de fungos no ar interno climatizado e no ar externo. Esta análise identifica fontes de contaminação e disseminação de microrganismos por meio de amostrador de ar por impactação com acelerador linear e o resultado é expresso em Unidades Formadoras de Colônia por metro cúbico. O resultado do ar climatizado interno deverá ser menor ou igual a 750 UFC/m³.
Para concluir a análise, é feita uma relação entre o resultado do ar interno e o externo que segue a seguinte fórmula:
Resultado interno/Resultado externo
________________________________________
O resultado deverá ser menor ou igual a 1,5
Ambientes úmidos e infiltrações criam condições favoráveis para desenvolver estes microrganismos. Alguns pontos que merecem atenção são forros, ralos, bandejas de ar-condicionado, paredes de dry wall ou de materiais porosos, vasos com plantas, que contribuem para o desenvolvimento microbiano.
Análises microbiológicas complementares poderão ser demandadas, caso da área de Saúde:
• Bandejas e serpentinas de ar-condicionado: não existe limite fixado para a investigação microbiológica, monitorar estes pontos é importante porque podem ser focos de contaminação e de desenvolvimento de biofilmes;
• Bactérias mesófilas: análise indicada em atividades com características epidemiológicas diferenciadas, como hospitais. Neste caso, o limite definido é de 500 Unidades Formadoras de Colônia por metro cúbico.
Fonte: Microambiental.
Físico-químicas
As análises de dióxido de carbono mostram se o ambiente requer maior taxa de renovação de ar. A partir dos resultados, os responsáveis pelo sistema de climatização poderão ajustar equipamentos ou até solicitar manutenções. Para este ensaio, utiliza-se medidor de dióxido para leitura direta do ar que expressa o resultado em ppm. A concentração no ambiente climatizado interno deve ser de até, no máximo, 700 ppm acima da concentração medida no ambiente externo.
As análises de partículas em suspensão PM10 e PM2,5 identificam presença de poeiras ou fibras que podem ser devido à falta de higiene no ambiente e equipamentos ou precisar trocar filtros do sistema de climatização. Mede a quantidade de partículas em suspensão no ar do ambiente climatizado, em estado sólido ou líquido. Enquanto o PM10 mede partículas de um diâmetro aerodinâmico de 10 μm, o PM2,5 mede partículas menores de 2,5 μm de diâmetro. Utiliza-se medidor de partículas de leitura direta do ar. Os limites permitidos para estes ensaios são em microgramas por metro cúbico, 50 µg/m3 e 25 µg/m3, respectivamente.
As análises de temperatura, umidade relativa e velocidade do ar estão voltadas ao conforto dos usuários e apontam quando é preciso fazer ajustes no sistema de climatização. Ambientes muito úmidos favorecem o desenvolvimento de fungos. Para todos os casos, são utilizados equipamentos de leitura direta. Para o ensaio de velocidade do ar, é usado o Anemômetro.
Os limites para cada ensaio são:
• Temperatura: 21ºC a 26ºC;
• Umidade relativa: 35% a 65% (faixa recomendável);
• Velocidade do ar: ≤ 0,20 m/s.
Fonte: Microambiental.
Gestão
Os equipamentos de medição de ar interno e externo são fáceis de ser encontrados até pela Internet, o problema está, segundo Petroni, na qualidade deles. Para garantir resultado verídico, o laboratório precisa ser credenciado no Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). “Para que o resultado da análise da qualidade do ar interno e externo seja confiável, com nível de destaque adequado, sirva para embasar Políticas Públicas, fiscalizações e certificações, o laboratório precisa ter acreditação no Inmetro na norma ABNT ISO-17.025” – afirma o especialista em Qualidade do Ar da Conforlab.
O Inmetro avalia a gestão do laboratório, se possui profissionais competentes e se utiliza equipamentos com calibração. “Não basta dispor do equipamento, é preciso garantir resultado adequado ao uso pretendido, conforme determina a norma. Para isso, é preciso calibrar cada sensor. Se for medir um gás químico, óxido de carbono, monóxido de carbono, é preciso calibrar estes sensores em outro laboratório, terceiro integrante da rede do Inmetro, para garantir todos os resultados” – esclarece.
Tendências
A Conforlab vem atendendo cada vez mais empresas, residências e hospitais que estão trabalhando com automação e monitoramento online da qualidade do ar do ambiente interno e externo. A maioria destes parâmetros pode ser medida por sensores. “Em vez de fazer a medição uma vez a cada seis meses, o sensor vai medindo uma vez a cada 5 minutos e registrando os resultados. Com isso, a tomada de ação em caso de inconsistência ou problema pode ser muito mais rápida” – enfatiza Petroni.
No ambiente externo, já é muito comum. “As redes de monitoramento da Cetesb em São Paulo são referências. Mas para ar interno não existiam até cinco atrás e este tipo de serviço tem ganhado mais relevância no mercado” – afirma. Segundo ele, esses laudos de monitoramento ainda não servem para substituir as análises obrigatórias da ABNT NBR-17.037/2023, mas numa próxima revisão da norma pode ser que ocorra.
“A grande novidade é poder monitorar em tempo real como está a qualidade do ar do ambiente e integrar sensores com outras automações dentro do prédio. Por exemplo, se precisamos melhorar o fluxo de ar e há mais pessoas dentro da sala, utilizamos a automação no sensor de CO2. Se o nível de partículas chegou a nível crítico, ligamos o sistema auxiliar de purificação. Os prédios estão ficando mais modernos e o monitoramento da qualidade do ar auxilia” – destaca Petroni. Esse monitoramento pode ainda antecipar ou detectar rapidamente situações que podem gerar problemas de saúde às pessoas e resolvê-los, interditar o ambiente, ou o que for necessário.
Contato das empresas
Conforlab: www.conforlab.com.br
Microambiental: www.microambiental.com.br