Eficiência energética: Boa para sua empresa e para o planeta

Desenvolver uma atividade que ofereça benefícios tanto para a sua empresa como para a sustentabilidade do planeta parece um bom negócio, não é mesmo?


 

Desenvolver uma atividade que ofereça benefícios tanto para a sua empresa como para a sustentabilidade do planeta parece um bom negócio, não é mesmo? Pois saiba que essa prática já existe e é adotada por grandes indústrias como um diferencial competitivo e econômico. Trata-se da eficiência energética, um método de utilização racional da energia, que consiste em otimizar o uso e o consumo de energia, fornecendo a mesma quantidade de valor energético.
A atividade é de tamanha relevância que deu origem ao Instituto Nacional de Eficiência Energética (INEE) e à norma ISO 50001, além de seminário e fóruns sobre o tema, que visam orientar sobre a utilização da energia sustentável e a divulgar a importância da eficiência energética tanto para as grandes empresas como para os consumidores comuns.
Segundo o INEE, a eficiência energética consiste em evitar o desperdício da energia desde a sua forma primária (obtida por meio de queda d’ água, vento, solar, urânio, carvão, petróleo e gás natural) até o seu uso final (motores, caldeiras, iluminação, automóveis etc.). "Melhorar a eficiência significa reduzir o consumo de energia primária necessário para produzir um determinado serviço de energia. A redução pode ocorrer em qualquer etapa da cadeia de transformações. Pode ocorrer também devido à substituição de uma forma de energia por outra no uso final. Historicamente, a substituição de combustíveis por eletricidade resultava muitas vezes em reduções de energia primária. No Brasil, hoje, a substituição de eletricidade pelo gás natural em alguns processos térmicos pode reduzir a energia primária necessária", explica o Instituto em seu Relatório de eficiência energética.
Para Roberto Pereira, gerente de vendas da América Latina para o setor de Saneamento da Danfoss, a atividade oferece diversas vantagens. "Eficiência energética se resume a uma atividade que tem por objetivo otimizar o uso e o consumo de energia. Neste sentido, além de trazer benefícios diretos para quem prioriza a eficiência energética, por meio da redução de custos e melhoria de competitividade, é também benéfica para a sustentabilidade, uma vez que utiliza-se menos recursos naturais e reduz potenciais gases de efeito estufa", afirma.
André Luiz Garrido, da Grundfos, comenta que a atividade não afeta a qualidade do produto, reduz os custos e ajuda na preservação ambiental. "A eficiência energética consiste em otimizar o máximo possível o consumo de energia elétrica de um sistema, processo, equipamento etc., a fim de reduzir os custos com os mesmos e ainda assim, manter a qualidade. O foco em eficiência energética ajuda a reduzir a necessidade de construção de usinas geradoras de energia, como hidrelétricas que acabam por danificar uma enorme área devido a inundação e usinas termoelétricas que produzem CO2", diz ele.

Eficiência energética: Boa para sua empresa e para o planeta


Eficiência energética: Boa para sua empresa e para o planetaO gerente de produtos da Atlas Copco, Jean-Paul Joarlette, também ressalta os benefícios da atividade. "Eficiência energética é um termo que denomina a ideia de se utilizar os recursos energéticos de maneira mais eficiente. Quando adotamos tal atitude, ajudamos o planeta na seguinte questão: todos precisamos de energia, entretanto as formas de se obter tal energia é que muitas vezes causam danos ao meio ambiente. Por exemplo, quando se planeja construir uma usina hidroelétrica, é necessário que haja um alagamento de uma grande área, isso causa um impacto ambiental grande. A mesma coisa acontece quando tentamos construir outros tipos de usinas, como termoelétricas ou usinas nucleares, todas elas são de alto impacto ambiental, e mexem com o ecossistema do lugar em que foi instalada. A eficiência energética vem trazer a ideia de que é necessário fazer uso desses recursos de maneira mais consciente, para que o impacto no meio ambiente seja menor", declara.
Roberto destaca ainda que além dos benefícios econômicos e sustentáveis, a eficiência energética é uma atividade viável para as empresas pelo fato de reduzir os custos por meio de pequenas atitudes. "Partindo da premissa que eficiência energética significa otimização no uso de recursos naturais, trata-se de uma atividade importante na diminuição de custos para as empresas. A atividade torna-se viável para as empresas porque é possível traduzi-la em pequenas ações, desde a própria manutenção preventiva de equipamentos a um sistema de controle de iluminação, por exemplo. É claro que existem medidas mais grandiosas, que geram economia maior, como a utilização de técnicas de reúso captação de águas pluviais ou até mesmo a utilização de sistemas de automação, possibilitando acionamento de motores, entre tantas outras", explica.
O gerente de produtos da Atlas Copco, empresa que desenvolveu um sistema exclusivo de reaproveitamento de energia, destaca a importância da escolha das máquinas para as grandes indústrias. "A eficiência energética não é só viável para empresa, mas para a humanidade em geral. Ela pode ser aplicada em casa e em escritórios, não somente na indústria. É a ideia de fazer mais com menos. Quando escolhemos um eletrodoméstico que vem com selo de eficiência energética, estamos trazendo esse conceito para dentro de nossas casas. Na indústria acontece da mesma forma, existem máquinas que são mais eficientes que outras, produzem mais sem precisar de tanta energia, ou, como nossa tecnologia de Energy Recovery, recuperam a energia consumida, fazendo com que a indústria que utiliza essa tecnologia economize muito dinheiro com gastos de energia. É bom frisar que a eficiência energética não é algo que traz somente benefícios ambientais, mas também econômicos.", indica.

ISO 50001
A relevância dessa atividade é tão grande que no segundo semestre de 2011 foi lançada a norma de eficiência energética, a ISO 50001. O lançamento da norma ocorreu após uma série de análises e contribuições internacionais. Essa é a primeira ISO em energia, que já tem normas em qualidade, meio ambiente, entre outras. Além dela, existem certificações para racionalizar o uso de energia de edifícios – LEED, Aqua, Procel Edifica, Selo Casa Azul -, o selo Procel para equipamentos, produtos e maquinário e o Conpet, para equipamentos que usam derivados de petróleo.
A ISO 50001 vem contribuir com o Plano Nacional de Energia 2030 (PNE), que considera a eficiência energética como um fator fundamental para equacionamento do suprimento nos próximos anos. O Plano Nacional de Eficiência Energética (Pnef) que está em elaboração, também indica a ISO 50001 como uma ferramenta importante na disseminação dos conceitos de eficiência energética no País.
Para a indústria e consumidores, a nova ISO será um motivador para aumento do uso de produtos eficientes, como os motores elétricos que são identificados com o selo do Procel.
A consultoria Bureau Veritas Certification afirma que a adoção da eficiência , de acordo com a ISO 50001, pode levar, em alguns casos, a reduções de consumo de dois dígitos, dependendo da intensidade energética da empresa. Ainda de acordo com a consultoria, a média de retorno no investimento é de dois a três anos.
O gerente da Danfoss comenta que a eficiência energética é uma questão de extrema importância para o mercado e destaca a criação da norma para a atividade. "A eficiência energética é um caminho que não há volta. Trata-se de uma questão de sobrevivência a médio e longo prazos. Para se ter ideia, estudos apontam que o desperdício energético no Brasil chega a R$ 15 bilhões por ano. Inclusive este ano foi criada a norma ISO 50001 para orientar as organizações na elaboração de processos de gestão do uso de energia. Implantar eficiência energética, portanto, é estar em dia com a sustentabilidade e ser mais competitivo", declara.

Mercado
Com o lançamento do ISO 50001, a eficiência energética ganhou ainda mais destaque e passou a ser uma palavra de ordem nas empresas e grandes indústrias, que começaram a buscar a adoção de medidas e equipamentos que contribuam para a energia sustentável.
O setor de máquinas motorizadas, em especial o de bombas centrífugas, deu uma atenção especial à eficiência energética. Isso porque, um estudo mundial revelou que essa área da indústria é responsável por 65% do consumo de energia. Diante desse fato, muitas empresas passaram a adotar medidas que prezem pela eficiência energética.
Entre elas, a KSB Bombas Hidráulicas merece destaque. A empresa foi a primeira fabricante a obter, no Brasil, o selo Procel de economia de energia em suas bombas com potência de até 25 cv.
O selo será fixado nas bombas centrífugas da companhia à partir de janeiro de 2012, quando a obrigatoriedade da etiquetagem das bombas e motobombas centrífugas, estabelecida na Portaria número 455 de 01/12/2010 do Inmetro, entrará em vigor.
De acordo com Mauro Fernando Bragantini, gerente de Engenharia de Produto da KSB Bombas Hidráulicas, para obter a classificação classe A de eficiência energética e, consequentemente a obtenção do selo Procel, a KSB não realizou nenhuma mudança significativa em seus equipamentos.
"Nossas bombas já têm um design hidráulico otimizado que busca maior eficiência energética. Todas as bombas da KSB seguem os preceitos de qualidade da empresa e são projetadas e fabricadas pensando na sua performance e no valor agregado ao consumidor final", afirma Bragantini.

Eficiência energética: Boa para sua empresa e para o planeta

O selo Procel tem por objetivo orientar o consumidor no ato da compra, indicando os produtos que apresentam os melhores níveis de eficiência energética dentro de cada categoria, proporcionando assim economia na sua conta de energia elétrica. Também estimula a fabricação e a comercialização de produtos mais eficientes, contribuindo para o desenvolvimento tecnológico e a preservação do meio ambiente.
A Danfoss é outra empresa do segmento de bombas centrífugas que tem apostado em iniciativas de eficiência energética e sendo pioneira no desenvolvimento de tecnologias que objetivam a redução do consumo de energia. "Visando este mercado de bombas centrifugas que estão instaladas em todos os setores industriais, a Danfoss desenvolveu um Conversor de Frequência chamado Aqua Drive, o qual foi projetado e concebido para trabalhar em conjunto com os motores que acionam as bombas centrífugas. Este equipamento tem inúmeras funções, fazendo com que o sistema tenha melhor dinamismo, performance e economia de energia. A Danfoss trabalha com Conversores de Frequência VLT Aqua Drive e Soft Starter MCD (chave de partida suave), cujos equipamentos são responsáveis por efetuar o controle da velocidade de motores elétricos que acionam as bombas, proporcionando ao sistema um melhor controle do processo , garantindo também economia de energia, aumento do tempo de vida útil do conjunto moto bomba e até mesmo redução de custos do sistema de automação, uma vez que estes equipamentos possuem funções e controladores internos dedicados á aplicação de Saneamento/Água. Atualmente somos a única empresa do mercado que possui um Conversor de Frequência dedicado para o mercado de Saneamento", afirma Roberto.
A Grundfos também desenvolve produtos focados na eficiência energética. "A Grundfos é fabricante de seus motores e por isso se prontifica a desenvolver os melhores motores para acionamento de bombas, e não de outros equipamentos, a fim de aumentar ainda mais a eficiência de seu produto final. Antes mesmo de ser obrigatório a mudança da classe de eficiência e IE2 para IE3 na Europa, que esta previsto para 2015, a Grundfos já tem todos os seus motores em 50Hz operando na classe IE3 e parte do range em 60Hz já está operando na mesma classe e o restante esta em desenvolvimento para os próximos anos. Produtos como a Bomba CR e TP terão como padrão motores classe IE4 a partir de 2015, quando o obrigatório será IE3", informa André Luiz.
Além disso, a Grundfos aposta em alternativas de energias renováveis. "Em alguns casos é possível reduzir a zero o consumo energético, utilizando sistemas de energia renovável, como solar e eólica. A Grundfos desenvolveu bombas que utilizam placas solares e ou turbinas eólicas para geração de energia para os motores das Bombas SQFlex (submersa de poço profundo) e CRFlex (multiestágio vertical em linha, bomba de superfície)", conta André Luiz.
Os Controles Dedicados da Grundfos (Dedicated Control), focado em aplicações de estações elevatórias com bombas submersíveis, tem uma função chamada Otimização de Energia. "Com o uso de inversores de frequência para controle das bombas, podemos encontrar o ponto onde a bomba trabalha com a menor energia especifica (kWh por m³) possível, isso significa que a todo momento o sistema esta olhando para esse parâmetro garantindo assim que o mínimo de energia será consumido", explica o representante da empresa.
A Grundfos utiliza ainda o sistema de inversor de frequência. "A utilização de inversores de frequência garante a redução do consumo de energia, dependendo da aplicação, em até 60%, pois podemos garantir a bomba funcionando em seu ponto de melhor eficiência sempre, aliás, é preciso destacar que a Grundfos foi a primeira empresa do mundo a acoplar um inversor diretamente a um motor.", declara André Luiz.

Sabesp
A energia elétrica representa a terceira maior despesa da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Por conta disso, a empresa aposta na eficiência energética como uma forma de redução de custos e de preservação do planeta.
As iniciativas voltadas para o consumo de energia sustentável da Sabesp podem ser comprovadas por meio das instalações das Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) Parque Novo Mundo e ABC.
Através da prestação de serviços da empresa de engenharia Vitalux, a Sabesp passou a desenvolver ações administrativas, operacionais e de controle que visam à redução do consumo de energia elétrica.
A primeira etapa da adequação da Sabesp ao sistema de eficiência energética contou com medidas administrativas como desativação das instalações sem utilização, conferência de leitura da conta de energia elétrica, entendimentos com as companhias de energia elétrica para redução de tarifas, entre outras. A segunda fase contou com ações operacionais como ajuste dos equipamentos, diminuição da potência dos maquinários etc. Para finalizar, foram implantadas as medidas de controle como instalação de válvulas redutoras de pressão, combate à fraudes e ligações inativas, utilização do inversor de freqüência, entre outras.
O projeto de eficiência energética da Sabesp começou a ser implantado pela Vitalux em 2006. Até o momento, as medidas adotadas resultaram na redução de 18,2% do consumo de energia elétrica, ou 698 MWh/mês e R$ 150.000,00/mês nas contas de energia elétrica das duas instalações.

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