Um mineral de origem vulcânica e diversas aplicações. Trata-se da zeólita, um elemento poroso, com imensa capacidade de filtração.
A zeólita é um material que pode ser utilizado tanto no tratamento de água e efluentes, quanto na indústria, em purificadores de água, agricultura, entre outras aplicações. "Nestas cavidades as moléculas de água e outros elementos acomodam-se, tendo grande liberdade de movimento, possibilitando o intercâmbio catiônico e desidratação reversível. A zeólita pode ser considerada como uma peneira molecular natural, atuando similar a uma esponja" – afirma Rafael Moimaz Di Serio, supervisor técnico da Celta.
A primeira classificação da zeólita como aluminosilicatos hidratados foi feita pelo mineralogista sueco Axel Fredrick Cronsted, em 1756. "O mineralogista nomeou o mineral a partir das palavras gregas zéo (ferver) e líthos (pedra) significando ‘pedras que fervem’, uma alusão à sua característica peculiar de borbulhar quando imersas em água" – revela Angela Chapper Levy, gerente de marketing da Nautilus.
Com uma superfície rugosa, no tratamento de água a zeólita apresenta uma capacidade de reter partícula superior se comparado a areias convencionais, uma vez que a zeólita consegue reter partículas com eficiência de até 5 micra, e uma areia bem classificada retém até 20 micra. "A zeólita é um elemento filtrante inovador, ecologicamente correto e oito vezes mais eficaz que a areia" – destaca Angela. A zeólita pode ter origem mineral, a partir de trituração de rochas vulcânicas, ou sintética, produzida em laboratório. "A zeólita é um material avançado com performance superior aos tradicionais meios filtrantes para piscinas constituídos de areia e diatomita" – afirma Angela.
Atualmente existem cerca de 50 espécies de zeólitas naturais reconhecidas com propriedades distintas, e mais de 100 espécies sintetizadas em laboratório.

Tratamento de água
No tratamento de água e efluentes pode-se trabalhar com taxas de filtração maiores utilizando a zeólita, e taxas de retrolavagens menores. Por utilizar uma menor vazão durante a retrolavagem, economiza água, aumentando a produtividade da ETA ou ETE.
O mineral pode ser utilizado de três maneiras: barreira física, troca catiônica e adsorção.
Na barreira física o mineral atua retendo por diferença de partículas sólidos suspensos na água (atuando nos parâmetros Turbidez, Sólidos Suspensos, SDI), já na troca catiônica realiza o intercâmbio entre cátions mono e bivalentes e pode remover elementos não desejáveis (tais como ferro, manganês, amônia, chumbo, cobre, entre outros). Na adsorção, a zeólita atua através de ligações fracas as moléculas são atraídas em sua superfície (atuando praticamente nos mesmos elementos que a troca catiônica).

Tratamento de piscinas
A clinoptilolita e modernita, ingredientes ativos na zeólita, têm a habilidade de adsorver e absorver uma variedade de moléculas orgânicas poluentes presentes nas águas de piscinas. "Essa habilidade vem de sua estrutura superficial e da carga elétrica na superfície do mineral, que também possui ação bactericida", explica Angela.
As propriedades únicas da clinoptilolita e modernita resultam em uma água com tratamento físico superior aliado a um tratamento químico, proporcionando uma água muito mais limpa e cristalina. "Nenhum outro meio filtrante no mercado (areia e diatomita) pode produzir este duplo efeito no tratamento de águas de piscinas" – ressalta a gerente de marketing da Nautilus.
Da perspectiva química, é importante entender que a maioria dos contaminantes na água das piscinas é de origem orgânica, produzidos pelos banhistas (restos de células da pele humana transformada em ureia). Estas substâncias de complexos orgânicos contendo nitrogênio rompem-se para amônia/amônio. "O cloro, usado para desinfecção, combina-se com a amônia e com os demais poluentes orgânicos, para formar compostos irritantes e perigosos. Por exemplo, quando os íons amônio se misturam com o cloro, são formadas as cloraminas, que são os compostos geralmente responsáveis pelos fortes odores e pela irritação dos olhos dos banhistas" – explica Angela.

Zeólita x areias
Além de ter uma capacidade maior de reter partículas, a zeólita se apresenta como um material mais eficaz do que as areais convencionais no que diz respeito ao tratamento de águas e efluentes. "A zeólita pode remover elementos presentes na água por Troca Catiônica e Adsorção, e isto seria impossível utilizando uma areia convencional. Estes elementos são cátions mono e bivalentes, seguindo uma ordem de seletividade natural do mineral" - explica Rafael.
Na retrolavagem a zeólita necessita de uma menor vazão – comparada com a areia – para a expansão do material; a zeólita expande-se com taxas de retrolavagem iniciando em 20 m³/m².h, já a areia inicia sua expansão com taxas de 35 m³/m².h." No tratamento de água e efluentes pode-se trabalhar com taxas de filtração maiores utilizando a zeólita, e taxas de retrolavagens menores. Por utilizar uma menor vazão durante a retrolavagem, economiza água, aumentando a produtividade da ETA ou ETE. Portanto a zeólita retém uma maior quantidade de partículas, fornece uma melhor qualidade da água, e economiza água durante a retrolavagem" - ressalta Rafael.
Como possui uma maior área superficial com elevado número de cavidades em sua superfície, a zeólita consegue reter uma maior quantidade de partículas com pequeno diâmetro e trabalhando por carreiras de filtração superiores à areia. "Devido a menor densidade e possibilidade de trabalhar com taxas de filtração maiores, mantendo uma ótima qualidade da água ou efluente, é muito utilizado em retrofitting de sistemas, pois a única alteração a ser feita em todo um sistema que já utiliza areia é apenas a redução da retrolavagem e aumento da vazão de trabalho", indica Rafael.

Vantagens
Mais do que terem uma eficácia maior que as areias convencionais, as zeólitas proporcionam uma séria de vantagens quando utilizadas no tratamento de água e efluentes. Entre elas, podemos citar o fato de não prejudicarem o meio ambiente, uma vez que é um produto natural, com fácil descarte; as altas taxas de filtração; e o fato de utilizarem menor vazão para expansão durante retrolavagem. "A alta capacidade da zeólita em aprisionar sujeiras implica em uma menor frequência de retrolavagem e, portanto, há uma menor descarga de restos d’água para o meio ambiente" – ressalta Angela.
Além disso, as zeólitas removem cátions presentes na água, podem ser ativadas e regeneradas, reduzem com eficiência o SDI, podem ser dosadas em pó removendo cátions na água e auxiliando na formação de flocos em decantadores e ainda é um material inerte e não lixivia os cátions removidos.
Já que a frequência de retrolavagem é menor, proporciona uma economia no custo com água. "Como a água de retrolavagem contém produtos químicos que foram aplicados, estes devem ser repostos. Portanto, devido à menor frequência de retrolavagem, há uma economia imediata no custo com água e aplicação de produtos químicos.
A retrolavagem pode ser reduzida em até 50% ou mais" – explica Angela.
No tratamento de piscinas, a melhoria de eficiência no uso de cloro (causada pela remoção de amônia/amônio e contaminantes orgânicos) conduz a uma redução significativa desse agente químico. "Tipicamente obtém-se 30% ou mais de redução no uso de cloro" – destaca Angela.

Mercado
O mercado já conta com soluções a base de zeólita para o tratamento de água e efluentes. A Celta, por exemplo, disponibiliza a linha Watercel, com base de zeólita natural e modificada.
A Nautilus, empresa que atua com equipamentos e acessórios de alta tecnologia para piscinas, é a única no mercado brasileiro a oferecer a zeólita, um elemento natural filtrante para tratamento de piscinas como uma nova solução para economizar água e energia, diminuindo a decantação de resíduos no fundo da piscina, além de assegurar que a água se apresente de forma cristalina. "Essa inovadora tecnologia vem sendo adotada em grandes centros aquáticos, complexos de lazer, resorts, hotéis, academias e clubes, cada vez mais preocupados em garantir a saúde e o bem-estar de seus usuários" – afirma Angela.

Contato das empresas
Celta: www.celtabrasil.com.br
Nautilus: www.nautilus.ind.br