Produção de Cloro in loco nas estações de tratamento de água pode oferecer mais segurança para o saneamento no Brasil

Entre as vantagens, mini plantas de fabricação de Cloro, instaladas em estações de tratamento de água (ETAs), podem reduzir riscos ligados às questões de saúde ambiental e aos aspectos jurídicos e econômicos associados aos investimentos


A produção de Cloro in loco se apresenta como uma das alternativas para atender a demanda que surgirá no Brasil mediante as metas estipuladas pelo novo marco do saneamento (Lei 14.026/20). Promulgada em julho de 2020, a lei prevê que até 2033, 90% da população tenha fornecimento de água potável e 99% acesso ao esgoto tratado. 
O novo marco vai gerar uma demanda para a indústria de cloro álcalis e amplia as possibilidades de mitigação de riscos do manuseio, transporte e armazenagem de gás Cloro no processo de desinfecção de água em Estações de Tratamento de Água (ETAs), bem como a importância do desenvolvimento de uma agenda positiva para o setor de saneamento no Brasil segundo os critérios ESG, no atendimento às questões ligadas ao Meio Ambiente, ao Social e à Governança.
O Cloro é um elemento de extrema importância na cadeia de produtos que atendem o setor de saneamento, seja no PVC utilizado nas tubulações por onde a água é transportada, seja na desinfecção da água no processo de tratamento. Para se ter uma ideia, no Brasil, em 2020, 3,65% da produção total de Cloro foi destinada ao tratamento de água. Portanto, a sua disponibilidade e custo adequado são fundamentais para que sejam consolidadas a transformação e os avanços socioeconômicos que se esperam no mercado, após a promulgação do novo marco legal do saneamento. 
Para atender às metas estabelecidas pela nova lei, a Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (ABCON), estima que será necessário um investimento médio por ano de, aproximadamente, R$ 47 bilhões nos próximos 13 anos. Além disso, será incentivada a prestação regionalizada dos serviços, o que demandará um elevado volume de PVC para construção das redes de adução, distribuição e um aumento no volume de Cloro utilizado no tratamento da água em ETAs que vão abastecer estes municípios. 
Tecnologias mais seguras com apoio do ESG
Diante desse novo cenário, Alfredo Kerzner, CEO da Chlorum Solutions, empresa especializada na produção de cloro álcalis, aponta que a produção do Cloro in loco pode ser uma alternativa que traz diversas vantagens. “Uma delas é a diminuição de acidentes que possam envolver Cloro liquefeito, principalmente em razão de que, no Brasil, as ETAs estão localizadas em áreas urbanas, de modo que eventuais vazamentos deste produto – instantaneamente transformado em gás - dos tanques ou cilindros em que ficam armazenados podem acarretar diversos tipos de danos à saúde e ao meio ambiente”, explica o executivo. 
Tais riscos, segundo Kerzner, também são identificados nas etapas de manuseio e, principalmente, no transporte do insumo pelos modais rodoviário e ferroviário, dado que as vias, em geral, cruzam regiões com elevada densidade populacional. “Tal fato tende a agravar os riscos relativos ao seu vazamento, uma vez que, além dos danos ambientais, um acidente pode acarretar um elevado número de vítimas“, informa. 
Evitar ou reduzir o transporte e o manuseio do gás Cloro em grande escala tende a reduzir significativamente os riscos de empresas, funcionários e de populações do entorno. Atualmente, tal prática tem se tornado cada vez mais viável dada a possibilidade de se empregar tecnologias mais seguras, além de financeiramente mais atraente, em linha com as boas práticas e critérios ESG.
De acordo com Kerzner, no Brasil, um exemplo de mini planta de Cloro operada in loco é a unidade da Chlorum Solutions, localizada na cidade de Pacatuba (CE), dentro da ETA Gavião (Quadro 10), pertencente à Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), que fornece 5 toneladas/dia de Cloro e que abastece até 3 milhões de habitantes. 
“Neste modelo de negócio, a empresa dispõe de ´minifábricas´ de Cloro para seus clientes, assumindo o investimento nas instalações de pequeno porte, que podem ser compartilhadas e atender a diferentes contratos. Ao mesmo tempo, a etapa de transporte do Cloro, que é caro e de alto risco, é eliminada”, informa.
Atualmente, a empresa conta também com mini plantas instaladas nas cidades de Codó, no Maranhão, e Canelones, no Uruguai. Estão em andamento as construções de plantas na Bahia, na cidade de São Sebastião do Passé e em Lages, em Santa Catarina. 
Fonte: Assessoria de Comunicação Foco 21
 

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