Macromedição agiliza eliminar os atuais 40% de desperdício de água da rede

Quase metade da água é perdida todos os dias pelos canos da distribuição. Junto com a água, um trabalho de alto custo e uso de mão de obra também são perdidos pelas tubulações diariamente. Para controlar todo este desperdício que ocorre durante o processo


Macromedição agiliza eliminar os atuais 40% de desperdício de água da rede

Quase metade da água é perdida todos os dias pelos canos da distribuição. Junto com a água, um trabalho de alto custo e uso de mão de obra também são perdidos pelas tubulações diariamente. Para controlar todo este desperdício que ocorre durante o processo, monitorar a perda da água traz uma série de benefícios e redução de custos. Com um estudo de macromedição, por exemplo, dispõe-se de elementos que ajudam a eliminar o desperdício de todo este processo que envolve a captação, o tratamento e a distribuição de água potável. 
A macromedição agiliza a correção das perdas de água na rede de distribuição. “Partindo do princípio que, em média, 40% da água tratada no Brasil é perdida na rede de distribuição, a economia é equivalente a também 40% de todo o custo e trabalho para tratar esta água. Aqui, entram, por exemplo, custos com energia para bombeamento, custos com produtos químicos utilizados no tratamento da água bruta e todo o esforço dos profissionais envolvidos no processo” – alertam Nicholas Torres, gerente industrial de águas e esgotos, Rafael Ibelli, gerente de produto da linha de vazão, e Andre Nadais, diretor de marketing, todos da Endress Hauser Brasil.

Macromedição agiliza eliminar os atuais 40% de desperdício de água da rede

Perdas da água 
O grande problema é que a perda de água, normalmente, é imperceptível e silenciosa. “Neste cenário, a condição indesejada só vem à tona quando é tarde demais ou grandes volumes de água foram perdidos. O objetivo da campanha de macromedição é identificar a condição de desperdício rapidamente” – orientam Torres, Ibelli e Nadais.
Classificam-se de duas formas as perdas de água:
Perdas reais – Resultantes dos vazamentos de redes, ramais, cavaletes, adutoras e extravasamento de reservatórios. 
Perdas aparentes – Representam os erros de medição dos macromedidores, hidrômetros, fraudes e ligações clandestinas e falhas no cadastro técnico e comercial.
Fonte: Lamon.

Vazão e pressão  
As variáveis vazão e pressão são fundamentais para checar a eficiência de um sistema de distribuição de água. “Casos onde a pressão é insuficiente limitam a distribuição em locais elevados ou mais distantes” – relatam Torres, Ibelli e Nadais.
Enquanto a medição da vazão é essencial para verificar se há vazamento. “Quando um trecho da rede é monitorado e obtido um valor de vazão de referência e, em um próximo ponto, logo a seguir, este valor é muito menor, significa que a água está sendo perdida no sistema de distribuição” – mencionam.
Com os resultados de vazão ao longo da rede de distribuição, consegue-se mensurar a eficiência da rede. “Eficiência, neste caso, é sinônimo de ausência de perda de água. Na prática, alguns medidores de vazão são capazes de medir fluxo bidirecional, o que reduz drasticamente a área de busca por vazamentos. Em um sistema fechado, caso haja vazamento, a direção da vazão indica em que sentido procurá-lo” – explicam os executivos da Endress Hauser Brasil.

Ferramentas 
A macromedição de vazão mensura a eficiência das redes de distribuição de água potável. “Com a informação obtida dos macromedidores, é possível avaliar se está ocorrendo perda de água ao longo da rede de distribuição e, com isso, criar contramedidas corretivas” – informam Torres, Ibelli e Nadais.
O principal trabalho da macromedição é de acompanhar o volume aduzido em um setor. “Identificada elevação de consumo sem uma justificativa, conclui-se, imediatamente, que há fortes indícios de vazamentos não visíveis ou fraudes naquele setor” – aponta Gustavo de Araújo Lamon, sócio-diretor comercial da Isoil Lamon e Lamon Produtos.  

Macromedição agiliza eliminar os atuais 40% de desperdício de água da rede

As empresas de saneamento utilizam pitometria e macromedição para identificar e monitorar setores, Distritos de Medição e Controle (DMCs), com elevada perda ou consumo de água. Sistema mais antigo já consagrado usado com tubo de Pitot que leva 15 minutos para ser instalado no cano, a pitometria é um dos métodos usados para medir a vazão, mas não o único. 
Hoje, as macromedições são mais ágeis. “Atualmente, existem tecnologias mais fáceis e precisas que fazem medições de vazão pontuais, caso dos medidores de vazão ultrassônicos do tipo clamp-on. Preso por uma presilha, o ultrassônico leva 5 minutos para ser colocado na tubulação” – citam Torres, Ibelli e Nadais.

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A aplicação da pitometria e da macromedição seria similar ao hidrômetro que registra o consumo de água em uma residência. “Caso este consumo aumente,  e a rotina do uso de água permaneceu a mesma, conclui-se que há um vazamento dentro da casa” – compara Lamon. 
Na opinião de Lamon e outros estudiosos do setor, a Pitometria atuará na aferição do desempenho dos medidores. “Apesar da Pitometria poder levantar o perfil de consumo de um setor, pelo viés de medição portátil, passará a verificar a performance do Parque de Macromedidores instalado nas empresas, garantindo que as medições realizadas estejam corretas” – afirma Lamon.

Setorização
Segundo Lamon, as empresas de saneamento precisam fazer um planejamento para setorizar sua distribuição de água e realizar a macromedição da entrada de cada setor. “Ao setorizarem os ‘problemas’, passarão a ter uma ação mais focada nos setores que aumentam o consumo de água sem causa aparente” – indica.
Com a adoção da macromedição e pitometria, o processo de tratamento e distribuição de água fica monitorado. “Esse acompanhamento gera informações confiáveis para melhor tomada de decisão quanto a investimentos específicos no combate a perdas” – afirma o sócio-diretor da Lamon.

Fator de Pesquisa 
O Fator de Pesquisa (FP) é um parâmetro muito importante que pode ser adotado com a implementação dos macromedidores. “O FP consiste de uma equação simples que fornece um indicativo de alta ou baixa probabilidade de vazamentos no setor” – relaciona Lamon.
O FP é calculado:

FP=Qmin Noturno / Q médio em 24 horas.

O resultado desta equação:
• Inferior a 30% indica, estatisticamente, que o setor está dentro de uma ‘normalidade’; 
• Fatores acima de 30% apontam que há fortes indícios de haver vazamentos no setor ou fraudes. 

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Detecções e medições 
De acordo com Lamon, o grande problema é que a pitometria não seria adequada para a medição permanente devido a inúmeros fatores, entre eles:
1) Eventual entupimento da tomada de pressão a montante do tubo de Pitot.
2) Podem entrar bolhas de ar no sistema de medição e comprometê-la.
Por outro lado, segundo ele, é muito indicado o uso da pitometria para levantar um histograma de vazão de 24 horas ou até mesmo de uma semana. “Para um sistema que não tem nenhuma informação, com estes resultados, a empresa começa a ter um ‘norte’ para poder atuar” – pontua. 
Para Lamon, a pitometria é a melhor ferramenta de diagnóstico operacional e/ou verificação do Parque de Macromedidores. “Em empresas e municípios onde não se tem Parque de Macromedição, uma das ferramentas existentes, mais simples e ágil, para efetuar este diagnóstico inicial pode e deve ser a pitometria” – enfatiza.

Máxima da instrumentação: 
“Não se controla aquilo que não se mede.” 
Como controlar perdas se nem se sabe quanto está perdendo? 

Exemplo de Fator de Pesquisa:
Um setor que possui um Fator de Pesquisa de 50% e outro de 25%, para onde devem ser direcionados os investimentos na detecção de vazamentos? Talvez, sem estes dados, os investimentos seriam canalizados em regiões desnecessárias.

Na pitometria: 
Quanto custa uma medição errada? A pitometria auxiliaria a garantir que as medições estariam dentro de parâmetros adequados de operação.

Resultados: 
O principal resultado seria a entrega de dados reais da vazão/volume da água aduzida em sistemas de distribuição de água. “É muito comum, nos dias atuais, depararmo-nos com municípios que determinam sua produção de forma empírica, ou seja, estima-se a produção por parâmetros indiretos, por exemplo: horas de trabalho de uma bomba” – exemplifica Lamon.

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Macro aliada à micro
Na opinião de Lamon, a pitometria se tornará agente verificador de resultados específicos do Parque de Macromedição. “Com a pitometria, atuaríamos direto nas perdas aparentes, visto que seria possível verificar e evitar erros nas medidas do Parque de Macromedidores. Já os macromedidores levantam dados que definem os setores/regiões que necessitam atenção quanto à pesquisa e identificação dos vazamentos” – analisa. 
“A macromedição, aliada a uma boa micromedição, também trará subsídios para definir estes números e acompanhar o resultado de campanhas de pesquisa de vazamento a serem realizadas nestes setores” – esclarece Lamon. 

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Equipamentos da pitometria: 
• Tubo de Pitot Cole;
• Calibre, conhecido como galgador;
• Maleta de pitometria;
• Trena ou régua milimétrica;
• Paquímetro;
• Escala graduada.

Tecnologias aplicadas na macromedição:
• Eletromagnéticos, tipo carretel;
• Eletromagnéticos de inserção;
• Ultrassônicos Clamp-on;
• Ultrassônico intrusivo;
• Woltmann.
Fonte: Lamon.

Eletro, ultra e digital
A Endress+Hauser possui uma linha de medidores de vazão que atendem ao segmento de águas e efluentes. Os mais usados são do tipo eletromagnético, como o Promag W800, ou os medidores ultrassônicos, caso do Prosonic W400, além dos ultrassônicos portáteis, como o Prosonic 93T. 
A empresa disponibiliza ainda soluções digitais que transformam os resultados de medição em diagnósticos avançados e tomadas de decisão mais fáceis e disponíveis. Para acionar estas informações dos medidores, uma das soluções digitais customizáveis criadas é o Netilion Water Network Insight. Esta plataforma da Endress na web centraliza e gerencia dados de diversos dispositivos de medição em uma rede de distribuição, gerando alertas, avisos, diagnósticos e registro de dados de forma contínua e acessível de qualquer local com Internet. 

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Dicas
Lamon recomenda sempre consultar um especialista para identificar a melhor tecnologia em macromedidores para cada aplicação. Quanto ao uso de telemetria, segundo ele, o tubo de Pitot é utilizado para medições rápidas e não faz sentido envio de dados por rádio ou modem 3G.
Existem medidores eletromagnéticos no mercado com modem 3G e 4G que enviam, além das variáveis, eventos ocorridos com o medidor. Todas as informações são armazenadas em datalogger interno e, no tempo programado pelo usuário, o modem envia estes dados registrados.
Caso o usuário resolva fazer medição permanente em um TAP – registro esfera de 1” para inserir haste de medição na tubulação –, é sugerido utilizar um medidor eletromagnético de inserção, que pode ser instalado no mesmo TAP da pitometria com alimentação a bateria e modem para telemetria dos dados. Outras tecnologias, como a ultrassônica e Woltmann, é preciso interligar o sinal de saída destes medidores em sistema externo que opere via rádio ou modem 3G/4G para envio do sinal recebido. 


Contatos das empresas
Endress Hauser Brasil:
www.br.endress.com 
Isoil Lamon e Lamon Produtos: www.lamon.com.br
 

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