Entenda As Diferenças Entre Bombas Para Eta E Ete

Diante das inúmeras opções no mercado, é fundamental conhecer melhor as aplicações de cada bomba


Com o avanço da tecnologia, são cada vez maiores as ofertas no mercado de soluções e peças para Estações de Tratamento de Água (ETA) e Estações de Tratamento de Esgoto (ETE). Um bom exemplo é o caso das bombas, as quais possuem inúmeras especificações e aplicações, o que pode gerar dúvidas na hora da compra e implantação do produto.
O primeiro passo para a escolha ideal de uma bomba é pensar no trabalho que ela desenvolverá e nas características do fluido que transportará, já que ETE´s e ETA´s possuem funções extremamente diferentes.
De maneira resumida, pode-se afirmar que a ETA capta a água dos rios e represas e trata para torná-la potável. Já a ETE é uma infraestrutura que trata as águas residuais de origem doméstica e/ou industrial, comumente chamadas de esgotos sanitários ou despejos industriais, para depois serem escoadas para o mar ou rio. Nessas estações, o processo é muito mais trabalhoso e passa por várias etapas devido à alta contaminação do líquido por agentes químicos.
Sendo assim, um fluido livre de partículas sólidas pode ser recalcado por bombas equipadas com rotores hidráulicos de passagens estreitas (maior número de pás).
Já um fluido contaminado com partículas sólidas ou fibras grandes o suficiente para obstruir pequenos canais necessita de bombas equipadas com rotores hidráulicos de passagens maiores (com menor número de pás). Como nas ETE´s a maior parte dos fluidos, efluentes líquidos e lodos são carregados de partículas, o recomendado é o uso de bombas desse tipo, com passagens maiores para sólidos.
Nas ETA´s, mesmo nos pontos de captação de água, a quantidade de sólidos e, principalmente, a granulometria desses sólidos são muito menores, o que faz com que os fluidos possam ser recalcados por bombas centrífugas comuns.
"A principal diferença entre as bombas para ETE e ETA está nos rotores hidráulicos, mas a característica construtiva das volutas (carcaças) e os materiais empregados na construção das peças acabam também por caracterizar os equipamentos", afirmou Roberto Brasil, gerente de engenharia e aplicações da Xylem.
Bombas para efluentes, lodos, fluidos contaminados com abrasivos, todos muito comuns nas ETE´s, apresentam normalmente carcaças mais espessas em ferro fundido ou em ligas mais resistentes à abrasão, corrosão, ou em ambas.
As peças das bombas para fluidos "limpos" são muito finas e mais leves, simplesmente porque não serão expostas a fluidos agressivos.
"Vários modelos de bombas podem ser aplicados em ambos os processos. Entretanto, em linhas gerais, bombas para bombeamento de esgoto devem ser altamente resistentes, pois o esgoto é abrasivo e com muita concentração de sólidos em suspensão. Além disso, a areia é comumente adicionada ao esgoto, o que pode causar deterioração precoce das bombas", explicou Renato Zerbinati, coordenador de produtos e aplicações WU da Grundfos.
"Nas bombas para bombeamento de água, o fator eficiência é determinante. Bombear grandes quantidades de água com baixo consumo é o que o mercado procura. Motores de alta eficiência conciliados com bombas altamente eficazes resultam em economia. Atualmente, bombas consomem cerca de 10% de toda a energia elétrica do planeta", acrescentou o especialista.

 

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Aplicações
Exceção aos equipamentos para bombeamento de químicos, a maior parte das bombas empregadas nas ETA´s são bombas centrífugas – centrífugas horizontais, verticais, de carcaça bi-partida para vazões maiores, multi-estágio para pressões maiores, ou seja, quase todo tipo de bomba centrífuga.
Nas ETE´s, a maioria das bombas também é do tipo centrífuga, mas são frequentes as bombas de deslocamento positivo, como as de cavidade progressiva e as bombas diafragma.
A Grundfos é uma das empresas que atuam no mercado brasileiro e oferecem soluções para cada etapa das ETE´s e ETA´s.
Na captação das ETE´s, utiliza-se bombas submersíveis, modelos S, SL/SE, que se destacam por ótima cobertura hidráulica (H máx. 100m Q máx.1500 l/s) com grande passagem de sólidos (até 160mm com o Impulsor S-tube), conciliando baixa potência pelo excelente índice de eficiência hidráulica (em geral na casa dos 80%).
Tratamento Preliminar: A separação dos sólidos é feita através de sistemas de gradeamento , retendo os sólidos maiores, a fim de bombear o esgoto "fino" para o Tratamento Primário . Nesta etapa, podemos aplicar Bombas End Suction Mancalizadas Grundfos NKG, cuja pressão máxima oscila em até 150m.
No Tratamento Primário, há o processo de sedimentação da matéria poluente, e pode ser adicionado agentes químicos, provocando a floculação da matéria. Nesta etapa, a
Grundfos se destaca pela bomba dosadora série SMART Digital, cuja redução é de 1:1000, pelo sistema de controle de velocidade digital através de motor de passo, que elimina ajuste de "stroke" e garante uma dosagem precisa e sem desperdícios.
No Tratamento Secundário, passa-se pelo processo biológico, que pode ser do tipo "lodos ativados" ou "filtro biológico", onde a matéria orgânica é consumida por microrganismos vivos. Nesta etapa, a oxigenação é importante e a Grundfos oferece Sistemas de Aeração por discos de membranas e/ou aerador submerso por sistema tipo venture. Além disso, os misturadores linha AMD/AMG evitam a concentração acentuada da matéria orgânica.
No Tratamento Terciário, é necessário proceder com a desinfecção das águas residuais tratadas. Nesta etapa, a Grundfos dispõem de dois tipos de sistemas: Conex e Vacuumperm, concebidos para controlar processos de desinfecção que usam cloro, dióxido de cloro ou ozônio. Para a remoção dos nutrientes, aplica-se a bomba dosadora SMART Digital para a correta dosagem de cloro na água.
No bombeamento da água tratada aos rios e represas, bombas de grande vazão são requeridas. Neste momento, a Grundfos possibilita a aplicação de bombas in Line, modelo HS, cujo rendimento hidráulico chega aos impressionantes 85%, resultando em um baixo consumo energético.
Por sua vez, a Xylem possui em seu catálogo bombas submersíveis, dispositivos eletrônicos de controle de nível, monitoramento e comando das bombas, todos da marca FLYGT.
"Um produto que já não é mais novidade, mas é ainda o ‘state of the art’ em termos de equipamento para bombeamento de efluentes e de lodos, tanto de ETE´s como de ETA´s, é a bomba submersível FLYGT série 3000. São bombas centrífugas equipadas com o rotor tipo N de alto rendimento, totalmente livres de entupimento e sistema fechado de refrigeração do motor e dos selos mecânicos, com fluido limpo e permanente", afirmou Roberto Brasil.
Além disso, a Xylem possui a LEOPOLD, conhecida pelo produto bloco Leopold para fundo de filtro, além de equipamentos para remoção de lodo decantado; a WEDECO, fabricante de equipamentos para desinfecção por Ultravioleta e por dissolução de Gás Ozônio; a SANITAIRE, mundialmente conhecida pelos seus sistemas de difusão de ar para tratamento de efluentes por bolhas finas; e a GODWIN, fabricante de conjuntos motobomba centrífuga autoescorvantes, bem conhecidas no mercado de mineração e muito usadas em serviços gerais de drenagem e manutenção de redes de coleta de esgoto municipal.
Outra empresa que oferece diversas soluções de bombas para ETA´s e ETE´s é a KSB.

 

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A Sulzer, que também atua nesse mercado de bombas, possui bombas submersíveis modelo XFP, Piranha, Scavenger e AS; bombas horizontais (Ahlstar, Z22 e ZPP); e bombas verticais das linhas JTS, SMN, SJT, SJM e SJD.
"As submersíveis são aplicadas de forma afogada em poço úmido ou poço seco. As horizontais combinam diversos tipos de instalação e podem ser inclusive autoescorvantes com diversos tipos de materiais e propulsores", disse José Donizete dos Santos, coordenador de engenharia de aplicação da Sulzer.
"As verticais se caracterizam por instalação em poços profundos e colunas com hidráulica submersa e grandes capacidades de vazão como, por exemplo, transposição de rios e canais de irrigação ou captação de água bruta em rios ou usinas hidrelétricas", acrescentou.

 

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Manutenção
Geralmente, recomenda-se a avaliação das bombas a cada 3 anos de operação, principalmente nos itens de vedação e desgaste, tais como selo mecânico, anéis e juntas de vedação. Para bombas de esgoto, a cada 2 anos recomenda-se avaliar o estado do rotor, vedação (selo mecânico), anéis de desgaste.
Segundo Roberto Brasil, da Xylem, todo equipamento centrífugo necessita basicamente do mesmo tipo de manutenção. "O desbalanceamento das peças girantes é o motivo principal da quebra natural dessas máquinas. Um rotor de bomba desbalanceado por desgaste ou pela quebra de uma ou mais das suas pás, provoca vibrações que levam ao desgaste prematuro dos mancais, a quebra de selos mecânicos e até mesmo a do eixo por fadiga", disse o especialista.
A frequência das interversões para manutenção deve ser muito bem definida. O objetivo principal é identificar o desbalanceamento o mais cedo possível. "Equipamentos selecionados para aplicações mais agressivas, sujeitos a desgastes mais acentuados, devem sofrer intervenções mais frequentes e devem variar em função de cada aplicação", acrescentou o gerente de Engenharia da Xylem.
Em relação ao tempo de vida das bombas de ETE e ETA, é praticamente impossível defini-lo exatamente. Em média, pode-se dizer que as bombas aplicadas em ETA’s podem ter uma vida útil de até 30 anos, já as bombas aplicadas em ETE’s variam de 5 a 20 anos, dependendo da aplicação.
"No projeto do equipamento, os fabricantes consideram um tempo de vida útil das peças de desgaste, tais como rotores, mancais, selos mecânicos e etc., mas o que determina efetivamente a vida útil de uma bomba são os seguintes fatores: seleção adequada do equipamento; qualidade da instalação; sistemas de proteção, tanto elétrica como hidráulica; frequência e qualidade da manutenção; e peças e mão de obra aplicadas", disse o especialista da Xylem.
Por sua vez, Renato Zerbinati, da Grundfos, destacou que a cada ano a tecnologia avança em sistemas de bombeamento, principalmente em eficiência hidráulica, elétrica e automação. "Estas novas tecnologias, com certeza, reduzem a vida útil de antigos grupos de bombeio, pois tornam-se cada vez mais interessante as reduções de consumo oferecido pelas novas tecnologias", disse.

 

Contato das empresas:
Grundfos:
www.grundfos.com.br
KSB: www.ksb.com.br
Sulzer: www.sulzer.com
Xylem: www.xyleminc.com

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