Os filtros tipo prensa se mostram uma opção vantajosa para quem quer baixo custo de manutenção, menos consumo de energia, descarte dos sólidos por um valor menor e reaproveitamento da água (reúso), além dos benefícios gerados ao meio ambiente, entre outros. As empresas fabricantes de filtros prensa e dos elementos filtrantes apostam em tecnologia avançada para deixar seus produtos atraentes ao consumidor desta linha de filtros. Utilizados nos mais variados segmentos, os filtros prensa atendem aplicações para lodos de tratamento de água potável e industrial de águas subterrâneas, de superfície e de rios, efluentes industriais, mineração, cerâmica, metalurgias, tintas e pigmentos, celulose e indústria química, alimentícia, de bebidas e farmacêutica, além dos setores de biocombustíveis, derivados de petróleo, sucroalcooleiro e fertilizantes. Só para citar algumas delas.
A Tecitec, segundo informa Nilson R. Queiroz, diretor da empresa, fabricante de equipamentos e soluções para filtração industrial e tratamento de efluentes, produz filtros prensa e atua no desenvolvimento, fabricação e confecção de elementos filtrantes para filtros prensa, pressão, vácuo, entre outros. Destaque para filtros prensa com controle automático via PLC, configuração que, além de reduzir de forma significativa a mão de obra, permite fácil monitoramento de: bomba de alimentação, bomba de lavagem de torta, secagem secundária, válvulas, abertura/fechamento de bandeja, tempo de ciclo, tempo de lavagem de torta, tempo de secagem secundária, entre outros. Os tamanhos dos filtros fabricados pela empresa hoje vão de 400 mm x 400 mm até 1.500 mm x 1.500 mm.
A partir de 2013, também produzirá no porte de 2.000 mm x 2.000 mm.

A empresa desenvolve tecnologia também de revestimento do filtro com polipropileno para resolver problemas de corrosão nas plantas químicas, mineração, etc., solução hoje implantada em inúmeros equipamentos fornecidos no Brasil e exterior. Já no segmento de elementos filtrantes, dispõe de produtos fabricados com fibras de alta resistência química, mecânica e à temperatura, como: polipropileno, poliéster, poliamida e papel (em situações especiais). Estes elementos filtrantes sofrem também acabamento superficial, conferindo maior estabilidade dimensional e, principalmente, superfície espelhada, facilitando o desprendimento da torta e a lavagem.
Os filtros prensa da Bomax do Brasil, segundo J. Alberto A. Rodriguez, gerente-geral da empresa, que fornece soluções para filtração, consistem de uma simples separação de sólidos x líquidos e os modelos atendem às necessidades específicas de cada cliente. "O hidropneumático ou mecânico são para ambientes classificados. Em relação ao custo, o mecânico é mais acessível. Os modelos com motorização permitem alguma automatização no avanço e retorno do pistão. Já os elementos filtrantes têm um dimensionamento para cada processo/produto que o cliente necessite."
 

Solução eficiente
Segundo o diretor da Tecitec, o filtro prensa continua sendo a solução de maior eficiência quando utilizado na desidratação mecânica do lodo gerado na ETA, ETE ou ainda em processos produtivos de lixiviação, cristalização, decantação ou outros. Para perceber a diferença, veja o exemplo citado por Queiroz, comparação entre o filtro prensa e a centrífuga (decanter) no deságue de lodo em uma estação de esgoto:
 

Esta diferença, conforme aponta, significa quase o dobro de resíduo gerado, o que irá onerar muito o custo de destinação/transporte. "Além disso, a legislação não permite disposição em aterros resíduos com mais de 65% de umidade. Entre as vantagens do uso do filtro prensa, estão o baixo custo de manutenção e consumo de energia, concluindo-se ser um equipamento ambientalmente e de custo-benefício mais adequado", indica. O descarte dos sólidos por um custo menor e o reaproveitamento da água (reúso) após o tratamento adequado aos resíduos líquidos e filtragem estão entre as funcionalidades dos filtros prensa, para Rodriguez, da Bomax.

Tipos de placas filtrantes
Antes de classificá-las, vamos entender como funciona o mecanismo. As placas filtrantes, numa sequência, tornam-se uma câmara de recesso na qual será separado o sólido, chamado, em seu aglomerado, de torta. Elas possuem elementos filtrantes que retêm os sólidos nas câmaras e possibilitam a fluidez do líquido. Conforme aumenta a concentração de sólidos, a pressão de alimentação também sobe e os sólidos se atraem mais, expelindo, assim, o líquido. Ficam tortas de fácil manuseio e pouco líquido. Como exemplo, a pressão da operação permite até 16 bar, o que fornece torta que chega a 92% de sólidos.
 

Câmara de recesso: a mais utilizada, pois, devido à sua forma, permite maior facilidade na descarga da torta, podendo ter várias configurações na drenagem e opção de lavagem da torta no próprio filtro e ainda secagem secundária de alta eficiência com ar comprimido. Em casos especiais, a empresa fabrica placas câmara de recesso em alumínio, inox e ferro fundido.

Membrana: permitem incremento de pressão adicional, resultando tortas com menor umidade residual, utilizadas principalmente quando o processo seguinte requer secagem adicional em spray-dry, secadores fornos, etc. Ainda em situações nas quais o material desaguado é transportado por longas distâncias e naquelas que está sendo transportado água em vez de produto. Esta ação proporciona economia substancial no custo da secagem e/ou transporte.

Quadro e placa: usadas em casos especiais, principalmente, devido à maior dificuldade de descarga da torta, tendo ainda limitação técnica quanto à pressão.