Odor Em Etes Tem Solução

Apesar de ser um desafio, hoje há diversas formas de controlar o odor


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Um dos maiores desafios de quem administra uma ETE ou outras empresas que fazem o tratamento de efluentes sanitários é descobrir como eliminar odores, afirmam Caio Santi, diretor administrativo, Marcio Del Cól, diretor comercial, Mônica Martins, marketing, e Renato Gonçalves, gerente de processos, todos da Dux Grupo. Segundo eles, o mau cheiro é gerado pelas condições e métodos adotados: o tempo em que os efluentes ficam nas tubulações ou expostos às temperaturas elevadas e a falta de oxigênio. Mas a verdade é que hoje há diversas formas de solucionar o problema do odor e outras em pesquisa. É uma situação nova ainda no Brasil, mas que vem ganhando terreno devido à veloz urbanização próximo às ETEs. Essa relação precisa ser resolvida com bom senso entre órgãos públicos e fiscalizadores, concessionárias, indústrias e população, que sofre as consequências dos maus odores.
O odor é a emanação de um fluido – água, esgoto ou efluente – percebida pelo sistema olfativo humano da volatilização (redução a gás ou vapor) de substâncias. Qualquer processo de produção pode gerar odores. No caso de efluentes, é um odor desagradável que incomoda. Mas nem todos os odores são nocivos ou tóxicos.
Em ETEs, o principal causador dos maus odores são a decomposição e a degradação biológicas da matéria orgânica em condições anaeróbias (ausência de oxigênio ou deficiência dele no meio) porque geram diversos compostos que irão afetar negativamente o ambiente. Um deles relaciona-se às bactérias redutoras de sulfato, que levam à formação de gases sulforosos (ovo podre). Estes gases mais densos que o ar permanecem no ambiente até que uma fonte possa dispersá-los ou tratá-los. Entre os compostos inorgânicos, a amônia (NH4) e gás sulfídrico (H2S) são as principais causas do odor de esgotos domésticos. Os Compostos Orgânicos Voláteis (COVs) procedem da atuação biológica em esgotos e de resíduos ou produtos industriais.
Os compostos são à base de nitrogênio, enxofre, oxigênio, carbono e hidrogênio, que fazem misturas e combinações complexas de moléculas: gás sulfídrico e mercaptanas (à base de enxofre); aminas e amônia (nitrogenadas); ácidos orgânicos e inorgânicos, cetonas, dióxido de carbono, ácido butírico, indóis, aldeídos, fenóis, álcoois, entre outros. "A formação destes compostos odoríficos é inevitável e uma consequência do próprio tratamento de esgotos. Porém, existem soluções para evitar e minimizar a sua liberação ao meio ambiente", diz Marcio Cipriani, gerente da Bauminas Ambiental.

 

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Luiz Carlos da Silva, gerente de produto da Produquímica, explica que o processo de formação do odor começa em sua origem, por exemplo, em um esgoto sanitário gerado a partir das residências e coletado em redes e elevatórias até as estações de tratamento, encontra um meio anaeróbio propício para a decomposição da matéria orgânica e todo o processo bioquímico de geração de gases que emanam para a atmosfera, provocando mau cheiro, corrosão e periculosidade às pessoas em contato. O gás sulfídrico é tóxico e causa danos à saúde humana, seja em exposições agudas ou crônicas, e também grande incômodo nas comunidades. Quimicamente, seu processo de formação se dá a partir da presença de sulfatos (SO42- ) dissolvidos no esgoto:

SO42- + CH2O + bactéria anaeróbica → H2S + HCO31-
96 g 34g
Ou seja: 1 grama de SO42- gera aproximadamente 0,35 gramas de H2S.

Soluções
Pesquisas demonstram que, em esgotos domésticos, 90% dos casos de mau odor são devido à presença de sulfeto (gás sulfídrico). "Ele é gerado por algumas condições específicas, como a presença do ânion sulfato no esgoto, baixa velocidade de transporte dos esgotos, temperaturas elevadas e deficiência de oxigênio", explica Dr. Helvécio Carvalho De Sena, gerente da divisão de controle sanitário da superintendência do Vale do Paraíba da Sabesp.
Mas há formas de se evitar o desenvolvimento de sulfeto nos esgotos. No caso de novos empreendimentos, segundo Sena, é necessário garantir uma velocidade mínima para que não haja deposição de material (lodo), ocorrendo, naturalmente, a reoxigenação do esgoto. Em locais que o sistema de esgotamento sanitário já está implantado, existem técnicas com aplicação de substâncias químicas, como nitrato de cálcio, nitrato de amônia, molibdato de potássio, peróxido de hidrogênio e nitrito de cálcio, cada qual com sua particularialidade e custo envolvido.
Sena também é pesquisador na área de tratamento de água e esgotos, incluindo odor. Seu objetivo é a busca de alternativas técnicas com os menores custos de implantação e operação. Em suas pesquisas sobre odor/sulfeto, procura eliminar os problemas com o menor custo. "Busco estudar as condições específicas de funcionamento de substâncias. Eu e outro pesquisador na cidade de São Manuel eliminamos problema de odor causado por sulfeto utilizando peróxido de hidrogênio e nitrato de cálcio. Conseguimos entender a estequiometria dentro do processo visto que é uma lagoa anaeróbia contendo toneladas de lodo e sulfeto, assunto divulgado internacionalmente", destaca.

 

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Existe a interceptação desses compostos por enzimas microbianas desnaturadoras ou degradadoras para evitar a evolução das reações químicas com liberação de gases fétidos. "Mas não é simples nem barato. As reações bioquímicas catalisadas pelas enzimas microbianas apresentam como produtos finais a água e gases não fétidos, como metano. Assim sendo, o processo de Biorremediação Acelerado por Autóctones evita a formação de odor desagradável a partir de qualquer efluente, mas ainda é pouco utilizado no país devido a sua complexidade e custos", revela Emílio de Miranda Costa, gerente de operação odor da Divisão PrimeEco, do Grupo Prime Tech, empresa com expertise em equipamentos de microaspersão por alta pressão.
A Prime Tech utiliza sistemas de microaspersão com produtos Eco Air (ver boxe da empresa), que neutralizam os odores. "Combatemos os gases logo após a sua geração, mas não antes da sua formação", explica Costa. Segundo ele, os sistemas Prime Eco eliminam quaisquer tipos de odor cuja origem sejam hidrocarbonetos, mercaptanas, amônia, sulfetos, entre outros. Existem tecnologias para tratar o H2S já formado, podendo ser por oxidação química, precipitação de sulfetos, lavador de gases e enzimas. "Uma forma eficaz de prevenir a formação do gás sulfídrico é a adição de blends de nitratos ao esgoto sanitário", diz Silva, que se dá pela reação química abaixo: nota-se que o nitrato previne e trata eventual formação de sulfetos.

6NO3 + 5CH3OH + Bactérias anaeróbios → 5CO2+ 3N2+ 7H2O + OH-
5 H2S + 8 NO2 → 5 SO42- + 4 N2 + 4 H2O + 2 H+

"É possível tratar os efluentes, prevenir a formação de odores e neutralizar os poluentes gasosos sem causar danos às pessoas e ao meio ambiente", afirmam os especialistas da Dux Grupo. Uma das opções de tratamento de odores é por processos biológicos (ver box da empresa). O tratamento é focado no gás gerado. "Em efluentes industriais, é necessária a análise do caso para identificar o produto específico a ser aplicado, visando neutralizar o referido gás. Já em efluentes domésticos, nos quais os gases gerados são conhecidos, altera-se apenas, conforme odor gerado, a concentração a ser aplicada", exemplificam.

 

 

Neutralização
A Prime Tech dispõe do sistema de Neutralização de Odor, que se baseia na microaspersão por alta pressão para controle do odor. É uma técnica segura, não poluente e ecológica utilizada em áreas abertas ou ambientes fechados. Embora considerada "paliativa", uma vez que não ataca a causa raiz do problema (deficiências da ETE), a solução é econômica, de rápida implantação, baixo investimento inicial e com resultados imediatos, que devem ser percebidos (ausência/diminuição drástica do odor) em 10 minutos após o sistema instalado e funcionando. Tripé da solução de controle de odor da Prime Tech: Hardware (equipamento) + Software (produto) + Expertise.
Hardware – O correto é sempre trabalhar com sistemas de aspersão com alta pressão, ou seja, entre 800-1.200PSI e com microaspersores, conexões e tubulações apropriadas para cada aplicação. A relação pressão de trabalho/tamanho de gota é muito importante. Gotas menores têm maior área de superfície, ficam mais tempo em suspensão, reagem melhor com as moléculas de odores e consomem menos produto neutralizador. Sistemas de baixa pressão, geralmente de plásticos, criam gotas grandes e pesadas que se precipitam sem entrar em contato com os gases e consomem muito produto neutralizador sem trazer eficiência.
Software – Solução neutralizante a ser utilizada definida pelo produto e a concentração de diluição, o que varia de acordo com cada tipo de efluente. A Prime Tech, por não ser empresa química, trabalha com empresas parceiras.

 

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Aroma agradável
O Eco Air não mascara, mas, sim, neutraliza odores porque acelera as reações que permitem a quebra e a dispersão de compostos odoríferos, diminuindo sua concentração e eliminando o odor. Além disso, doa um aroma suave e agradável em várias versões. Associado a sistemas de microaspersão, o Eco Air oferece segurança no processo produtivo e pode ser formulado para cada tipo de odor a ser tratado. Seu rendimento é de 1: 300 de diluição final (1 litro para 300 litros de água). Na diluição correta, adapta-se aos diferentes ambientes com a melhor relação custo-benefício. De ação comprovada e baseada na metodologia ASTM-E 1593, o Eco Air obteve a significância de 99,9% em testes laboratoriais para o combate a odores desagradáveis e atende a todas as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa/MS). Entre suas vantagens, estão a rápida implementação, mínima intervenção nos locais de instalação e sistema "Plug and Play".
Expertise – É preciso saber como e onde instalar o sistema e ter engenharia e critério tanto na disposição quanto na quantificação dos microaspersores, senão torna-se um desastre e perda de dinheiro para o gestor da ETE. Durante anos, sistemas de microaspersão para controle de odor caíram em descrédito devido à péssima engenharia de solução aplicada nas instalações que consumiam muito produto e não traziam resultados à ETE. Além disso, não havia serviço de manutenção preventiva, o que fazia os equipamentos ficarem mais parados do que funcionando, desestimulando o uso da tecnologia pelos clientes. De olho nessa necessidade do mercado, a Prime Tech se especializou e atua em cada foco gerador de odor com o mínimo de consumo de produto. Além disso, garante manutenções preventivas e não paralisação do sistema de controle de odor.

 

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Vantagens
Rápida implantação e intervenções em poucas horas; Grande flexibilidade de instalação para atender a qualquer realidade; Não é necessário fazer modificações civil, estrutural, elétrica ou hidráulica para a instalação do sistema; Não requer Capex (investimento em ativo fixo) por parte dos clientes. Os equipamentos são, na sua maioria, parte de um contrato de prestação de serviços ou de comodato; Equipamentos Plug and Play completos: modulo de pressão, reservatório, bombas dosadoras, sistema de filtro e painel de comando; Possibilidade de contratos de curto e longo prazo.


 

Específicos e comuns
Cada tipo de efluente gera um odor característico, apesar de que, em algumas situações, os odores são comuns. Cipriani cita que o gás sulfídrico é um odor típico de esgotos em condições anaeróbias, mas também muito frequente em efluentes de curtumes. "Dependendo da tecnologia utilizada, algumas soluções tratam uma gama maior de odores, como os lavadores de gases, ou se adota uma solução específica para um determinado odor", detalha.
Há dois tipos de efluentes: o doméstico, no qual 90% do odor gerado é devido ao sulfeto; e o não doméstico, onde há diversas possibilidades de odor, como por presença de amônia, de fenóis, entre outras substâncias. "Cada caso deverá ser avaliado para saber o melhor tratamento e se evitar o desprendimento das substâncias voláteis que provocaram na população vizinha à unidade de tratamento a percepção e, consequentemente, reclamações de mau odor", recomenda Sena.
"Cada tipo de efluente deve ser tratado de forma diferenciada, pois pode gerar odores típicos inerentes, porém, o mais comum é a formação de gases sulfurosos e mercaptanas", analisa Costa. Segundo ele, há diversas formas de tratá-los utilizando: compostos inorgânicos, oxidantes químicos, sequestrantes biológicos (enzimas), micronutrientes para desenvolvimento de microrganismos anaeróbicos facultativos, agentes neutralizantes dos compostos sulfurosos presentes no ar etc. "A adoção de cada tipo demandará uma avaliação criteriosa de custo-benefício, sempre levando em conta a segurança operacional do sistema", indica.
"Para efluentes e ou processos industriais, pode-se ter odor característico de cada processo, porém, os efluentes gerados na indústria apresentam similaridade no desprendimento do odor em função do tipo e das deficiências das ETEs", compara Silva. De acordo com ele, é muito comum ocorrer decomposição da matéria orgânica em tanques de equalização devido ao alto tempo de retenção e meio anaeróbio e em reatores anaeróbios que geram gás sulfídrico durante a decomposição da matéria orgânica. E se não operado adequadamente, este gás será emanado para a atmosfera, provocando grande impacto ambiental.
Para esgoto sanitário, os gases odoríferos, especialmente o gás sulfídrico, serão formados a partir da geração nas redes e elevatórias de esgoto, desprendendo-se para a atmosfera e causando grandes motivos de reclamações nos centros urbanos. "Lançar mão de tecnologias que previnem a formação de gases odoríferos na origem tem sido a tendência do mercado", revela Silva.

 


Biota poderosa
Para tratamento biológico, a Dux Grupo dispõe do Bio-X 80, que agrega 80 famílias de bactérias facultativas, formando uma poderosa biota que interage entre si e é capaz de eliminar odores e enxofre e remover o volume de lodo, melhorando o ecossistema do tratamento e os níveis químicos e bioquímicos do efluente. É utilizada uma mistura natural, não tóxica, biodegradável e de aminoácidos, óleos essenciais, vitaminas, minerais, purinas, pirimidinas e os extratos orgânicos complexos. Não usa enzimas, álcoois ou bactérias.
O Bio-X 80 resolve problemas custosos e de difícil trato, como limpeza de tanques e lagoas, já que as famílias de bactérias facultativas não interferem nas cadeias de outras bactérias já presentes. O produto possui melhor custo-benefício, pois dispensa o uso de aeradores, que têm alto custo para oxigenar os efluentes. Com menor taxa de geração de lodo residual, ou seja, reduz a mecanização e o consumo de energia, diminuindo custos e tempo em até 30%.

 

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Faz mal à saúde
O efluente tratado melhora as condições de saúde da população, mas o incômodo dos maus odores gera reclamações da população, que corre risco de contaminação também. Em tratamento de esgotos, o grande vilão é o gás sulfídrico, por ser corrosivo tanto para as estruturas metálicas como para o concreto, imagine para o ser humano. Em determinadas concentrações, é tóxico, podendo ser letal, dependendo do tempo de exposição. O gás sulfídrico tem atuação tóxica sobre o sistema nervoso, olhos e vias respiratórias, trazendo danos em menor ou maior grau, conforme o volume de concentração do gás no ar, a frequência da exposição e a suscetibilidade da pessoa.
A toxicidade do H2S ocorre por inalação ou pelo contato com a pele e olhos.
Efeitos na saúde humana devido à exposição aguda – Taquicardia, palpitações cardíacas, arritmias cardíacas, bronquites, edemas pulmonares, depressão respiratória e até paralisia respiratória.
Efeitos neurológicos – Vertigem, irritabilidade, dor de cabeça, tontura, tosse, convulsões e até coma.
Normalmente, esses sintomas são acompanhados de náuseas, vômitos e diarreia. A exposição aos gases nitrogenados provoca ainda irritação na pele, lacrimejamento, perda gradativa da percepção de odores, fotofobia e visão embaçada. Existem poucas publicações sobre o assunto, apesar da crescente preocupação em relação à exposição das pessoas aos odores e, no Brasil, não há estudos sistemáticos sobre os problemas causados pela emissão de odores de plantas industriais, usinas de tratamento de resíduos sólidos e ETEs.
Fonte: Saúde e Sociedade v.12, n.2, p.86-93, jul-dez 2003.
O gás sulfídrico, dependendo da concentração, pode matar um ser humano em minutos. Pela respiração, o H2S penetra nos pulmões e entra na corrente sanguínea. Rapidamente, o sistema de proteção oxida o H2S, transformando-o em produto quase inócuo na corrente sanguínea. Mas, por outro lado, ele pode reagir com enzimas essenciais que contêm elementos metálicos, como cobre, zinco e ferro, formando sulfetos metálicos e provocar a perda de sensibilidades importantes no ser humano. À medida que a concentração de H2S aumenta, o organismo não consegue oxidá-lo totalmente e, então, o excesso dele age no centro nervoso do cérebro que comanda o sistema respiratório, paralisando-o. Os pulmões param de trabalhar e a pessoa se asfixia e morre (*).
A exposição aguda é rápida e as sequelas podem ser irreversíveis. Não se sabe ao certo se a exposição controlada de baixas concentrações de sulfeto de hidrogênio é cumulativa ou não e se os efeitos são completamente reversíveis. Segundo Goodman & Gilman (1987), o gás sulfídrico, em teores acima de 150 ppm, provoca a perda da sensação de odor devido à fadiga do sistema olfatório sensitivo pela destruição dos nervos (neuroepitélio olfatório) responsáveis por esta função.
Fonte: (*) II Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia – SEGeT’2005

 

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Avanços
Há um grande avanço no tratamento dos odores hoje em ETEs, pois diversas empresas de tratamento já se preocupam, conforme Sena denomina, com a 4ª Onda do Saneamento, ou seja, o odor. "A aplicação de produtos químicos na rede de esgotos domésticos, além de resolver o problema de odor, elimina a corrosão das tubulações e, consequentemente, reduz custos operacionais, o que, infelizmente, ainda não é colocado na planilha de custos", aponta.
No segmento industrial, ele cita a implantação de filtros desenvolvidos para cada modalidade de substância, como os filtros químicos, que utilizam soda cáustica e hipoclorito de sódio, filtros com carvão ativado e biofiltros. "Estes últimos ainda são pouco utilizados no Brasil, mas têm capacidade de tratar um grande número de substâncias", diz Sena. Ele comenta também que tem se fortalecido nos últimos anos o uso de equipamentos que determinam a concentração da substância que causa odor.

 

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"Existem hoje no mercado algumas tecnologias e soluções que tratam os odores indesejados de forma efetiva. Os problemas atuais podem ser facilmente controlados e minimizados desde que se façam os investimentos necessários", ressalta Cipriani. A solução da Bauminas Ambiental para os maus odores inclui monitoramento e medição em tempo real dos níveis de odores e, após análise detalhada, é definido qual o melhor produto químico a ser aplicado e em qual período ser dosado.
De acordo com Costa, estas são soluções de engenharia que têm sido propostas para este problema: injeção de ar, aplicação de oxigênio, adição de cloro, adição de peróxido de hidrogênio, adição de permanganato de potássio, adição de sais de ferro, aumento do pH, adição de antraquinona, adição de ozônio, agentes mascarantes, lavagem de gases, adsorção em carvão ativado, biofiltros, enclausuramento, incineração, ventilação, radiação ultravioleta, barreiras de descargas dielétricas, fotocatálise heterogênea e a aplicação de nitrato de amônia.
O monitoramento do gás sulfídrico na atmosfera e/ou dos sulfetos dissolvidos no esgoto sanitário é fundamental para o controle deste poluente. "Os blends de nitratos que visam prevenir a formação do gás são técnica e economicamente viáveis e têm sido tendência no mercado atual no Brasil e no mundo", destaca Silva.

Desafios
Sena explica um pouco sobre as denominadas Ondas do Saneamento. "O odor é a 4ª Onda do Saneamento, não tenho dúvida disso", inicia. Segundo ele, os dados demonstram que, ainda no Brasil, temos somente 48,6% de coleta de esgotos e, desta coleta, somente 40% são tratados, ou seja, ainda estamos lutando entre a 2ª e 3ª Onda do Saneamento. Veja.
1ª Onda – Primeiro veio a necessidade de fornecer água potável às pessoas.
2ª Onda – Depois, a coleta e o afastamento dos esgotos.
3ª Onda – A partir da conscientização da sociedade civil, houve maior cobrança do tratamento dos esgotos coletados.
4ª Onda – Tratamento do Odor.
Existem unidades da federação com números melhores que os citados, acesse http://www.tratabrasil.org.br/saneamento-no-brasil. "Nesses locais em que o tratamento de esgotos já está melhor do que a média do Brasil, percebe-se que começa a cobrança pelo tratamento do odor (4ª Onda), ou seja, quando avançamos na questão de coleta e tratamento, inicia-se um novo ciclo", explica.
Sena diz que a situação parece antagônica, mas não é. "Em locais em que não há rede de esgotos ou a população se acostumou com o incômodo do odor ou ele não existia devido ao lançamento em rios de grande fluxo, não permitindo que houvesse a anaerobiose", analisa.
Segundo ele, quando se instala o sistema de coleta de esgotos, este material fica confinado em uma tubulação. Devido a temperatura ser mais elevada em nosso país, haverá o consumo de oxigênio e, consequentemente, o desenvolvimento do sulfeto. Quando ele for liberado pela atmosfera, a população perceberá o mau odor e, assim, se iniciam as reclamações.
Desta forma, o aumento do saneamento trará, em alguns locais, a necessidade do tratamento do odor, pois a formação de sulfeto depende de várias situações. "O grande desafio nesta etapa do saneamento é, sem dúvida, a questão dos custos operacionais. Por isso, a busca de alternativas construtivas e operacionais é fundamental", adverte.
"Atualmente desenvolvo novo trabalho com produtos químicos alterados para obter melhores resultados no combate ao odor. Ainda é cedo para apresentar resultados, mas estamos otimistas. Montamos um sistema de pesquisa bem robusto e estável para gerar sulfeto de forma controlada. Portanto, teremos condições de avaliar vários compostos e compará-los de forma equânime", revela Sena.

 

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A carência ou falta de investimentos nos sistemas de esgotos está entre as principais dificuldades em relação ao controle de odores. "No Brasil, em geral, as companhias de saneamento priorizam seus investimentos no tratamento de água potável, destinando poucos recursos aos inúmeros desafios do tratamento de esgotos, entre eles, os maus odores", analisa Cipriani.
O saneamento básico faz parte do processo de melhoria das condições de vida da população, interferindo diretamente na qualidade de vida das comunidades. "A geração de odor é inerente aos processos de tratamento de esgotos sanitários quando surgem desequilíbrios dinâmicos na ETE. É necessário que os projetos contemplem tempos de residência e etapas bem definidas para que o tratamento seja capaz de suportar o crescimento populacional e a diversificação industrial no local de instalação da ETE", avalia Costa.
As tecnologias para o controle de emissões gasosas disponíveis no Brasil são as mesmas utilizadas nos países desenvolvidos. "O grande desafio são as aplicações das leis ambientais vigentes e a consciência proativa de gestores públicos e de empresas privadas nos investimentos para o controle da poluição, quer seja gasosa, líquida, sólida ou radioativa", aponta Silva.

Esforços conjuntos
Quem sofre com esses odores é quem vive no local, o que gera protestos. Para resolver o problema, há formas de trabalho conjunto entre a população, as prefeituras, as indústrias e os administradores das ETEs para ajudar a evitar ou diminuir esses odores. "Com certeza, esse deverá ser o próximo passo entre as concessionárias que operam o sistema público de esgotos com as prefeituras e indústrias. E até com os órgãos de fiscalização de cada Estado, como Cetesb (São Paulo), Feema (Rio de Janeiro) e o IAP (Paraná)", salienta Sena. Ele diz que os esforços devem ser conjuntos, por ser um problema complexo, caro e muito novo para o Brasil.
O principal responsável pelo bom funcionamento das ETEs é o gestor da estação, seja pública ou privada. "Este deve ter um senso de autocrítica que as coisas podem não estar bem e que ações devem ser tomadas caso exista algum problema de odor. Tem que investir e ter ações proativas e não apenas corretivas após reclamações e atuações como ocorre na maioria dos casos", alerta Costa.
É preciso estabelecer um canal de comunicação com a comunidade e esclarecimento das melhorias que são implantadas para se evitar que os odores interfiram negativamente na qualidade de vida dos moradores.
"A comunidade deve fazer o seu papel de vigilante e recorrer aos órgãos públicos quando necessário. Enquanto os órgãos públicos devem seguir aprimorando os mecanismos de fiscalização e reforçar sua atuação como orientador de soluções aos novos desafios do setor", especifica.
Para Silva, as comunidades que vivem próximas às estações de tratamento, elevatórias de esgotos e tipos específicos de fábricas estão mais expostas ao problema. "Entretanto, os órgãos ambientais estão plenamente ativos quando a população local aponta o incômodo com os odores e atuam de forma eficaz nas fiscalizações e mitigação dos problemas", ressalta.
Apesar de um saneamento básico ainda precário no Brasil, o tratamento de efluentes tem avançado nos últimos anos. "Mas devido a falta de planejamento, as ETEs ficam próximas à ocupação urbana que se expandiu ao seu redor. O quadro agrava-se com a falta de conscientização das empresas e ETEs quanto às leis ambientais. O avanço da tecnologia permitiu desenvolver produtos específicos para minimizar esses incômodos, e as autoridades vêm prestando cada vez mais atenção ao fato destas empresas manterem uma política de boa convivência com a população do seu entorno, sobretudo, quanto ao mau cheiro", ressaltam os especialistas da Dux Grupo.

Urbanização
Tudo isso mostra que há uma nova realidade a ser trabalhada. Na última década, a urbanização avançou e os bairros residenciais hoje fazem parte do cenário junto com as ETEs públicas ou privadas. As antigas ETEs estão tendo que se adequar. Para a Prime Tech, na próxima década, o fenômeno urbano, as leis ambientais mais restritivas e as fiscalizações mais atuantes são os grandes desafios para as ETEs.
Não há como transferir a ETE de local sem fazer planejamento e grandes investimentos. Por isso, o problema tende a piorar. Segundo a empresa, os gestores das ETEs precisam mesmo buscar uma nova relação com a comunidade, sendo mais compreensivos e atentos às reclamações e ativos na solução dos problemas. Ninguém merece morar ou trabalhar com o constante incômodo de odores desagradáveis. As empresas já estão se conscientizando desta nova realidade e que investimentos devem ser feitos.
A Prime Tech aponta que existem instalações e projetos desbalanceados, estações antigas, problemas técnicos e de manejo e aumento no volume tratado, oriundo do adensamento demográfico, que também contribuem para o agravamento desta situação, uma vez que muitas ETEs estão trabalhando fora de suas configurações originais.

 

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Contatos:
Bauminas Ambiental:
www.bauminas.com.br
Dux Grupo: www.duxgrupo.com.br
Helvécio Carvalho de Sena: Sabesp
Prime Tech: www.primetech.com.br
Produquímica: www.produquimica.com.br

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