A importância da manutenção preventiva das estações de tratamento

Medidas prévias evitam falhas, garantem qualidade da água e reduzem riscos à saúde e ao meio ambiente


Com a crescente preocupação em torno da segurança hídrica, a atenção à manutenção preventiva das estações de tratamento de água e esgoto se torna cada vez mais estratégica. Não se trata apenas de manter equipamentos em funcionamento, mas de proteger um recurso vital, evitar contaminações, garantir o abastecimento regular de água e o descarte correto dos efluentes, especialmente em um cenário de mudanças climáticas e eventos extremos.

Falhas em estações de tratamento — sejam elas de água (ETAs) ou de esgoto (ETEs) — podem comprometer toda uma cadeia: desde o consumo seguro até a devolução adequada dos efluentes tratados à natureza. Sibylle Muller, CEO da NeoAcqua e especialista em soluções ambientais afirma “A manutenção preventiva é  muito importante, evita problemas decorrentes de anomalias que, se não forem corrigidas a tempo, podem afetar a eficiência do tratamento, falta de água, provocar danos ambientais e até gerar riscos à saúde das pessoas”,

Segundo a especialista, esse tipo de cuidado precisa ser contínuo e adaptado às particularidades de cada sistema de tratamento. Estações menores, como as que atendem condomínios, escolas, hospitais e indústrias, também precisam ser monitoradas e mantidas por meio de rotinas técnicas bem definidas. “Há quem pense que, por serem estruturas mais simples, as estações compactas não exigem cuidados. No entanto, para que atendam as demandas e requisitos legais e não ocorram surpresas desagradáveis, estas estações devem ter monitoramento contínuo, controles e manutenção periódica dos equipamentos, bem como, análises da qualidade da água”, completa Sibylle.

A falta de manutenção preventiva também impacta diretamente na economia. Vazamentos, entupimentos ou paradas não programadas geram custos com reparos emergenciais, podendo causar grandes despesas com caminhões-pipa, no caso de suspensão no abastecimento de água potável, ou remoção de esgoto por meio de caminhões limpa-fossa, no caso da interdição de uma estação de tratamento de esgoto. Por outro lado, intervenções planejadas otimizam recursos, prolongam a vida útil dos equipamentos e mantêm o sistema operando dentro dos parâmetros legais, evitando multas e aborrecimentos.

A manutenção de sistemas de tratamento de água de poços artesianos é fundamental, sendo o proprietário da estação o responsável pela qualidade e atendimento dos requisitos de potabilidade da água tratada. “Um plano de manutenção e a periodicidade dos controles de qualidade são essenciais num sistema de potabilização, tendo em vista que falhas em seu funcionamento podem colocar a saúde de toda a comunidade usuária em risco”, conclui Sibylle.

Diante dos desafios da gestão hídrica no Brasil, é cada vez mais importante realizar a conscientização dos vários setores da economia e da população de que investir em manutenção preventiva nas estações de tratamento de água e de esgoto, além de trazer economia, é uma necessidade para garantir a continuidade, a qualidade e eficiência do tratamento, de modo a preservar a saúde pública e a sustentabilidade ambiental. 

Pedro Henrique Pinto (pedro.henrique@agenciacontatto.com.br)    

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