Uma das grandes preocupações na gestão de data centers é o consumo elevado de água para o resfriamento dos ativos. Em média, esse tipo de estrutura consome entre 11 e 20 milhões de litros de água por dia, comparável ao uso diário de uma cidade com população entre 30 e 50 mil habitantes. Isso é necessário porque a água tem a capacidade de absorver e dissipar calor de maneira mais eficiente para o melhor desempenho e a vida útil dos equipamentos.

Preocupadas com esses custos ambientais elevados, chamados de “custo invisível da Inteligência Artificial” e a escassez hídrica, alguns data centers têm contratado empresas especializadas na implementação de sistemas de reúso. A iniciativa se traduz em ganhos financeiros na economia das contas de água pagas às concessionárias e, por consequência, o enquadramento nos padrões ESG com soluções ambientais e sociais para a empresa.

O Grupo Opersan, que atua há mais de 35 anos no Brasil, instala e opera sistemas de tratamento de efluentes e de reúso de água. Um dos clientes da empresa, que está instalado nas cidades de Paulínia e Jundiaí, já utiliza sistemas do tipo desde 2021. O tratamento é feito a partir de água industrial, desde a entrada da concessionária até os pontos de resfriamento.

A Opersan opera, também, o sistema de esgoto sanitário, da sua geração nos prédios até o descarte na rede da concessionária, incluindo análises laboratoriais, sistema de água de incêndio e, por fim, a drenagem dos sistemas de água industrial, a partir de uma lagoa de detenção. Além disso, é responsável pelo tratamento de água de chuva, das calhas dos telhados até os reservatórios de reúso.

Menos consumo e mais qualidade da água em data centers

Sobre as vantagens para as empresas que contratam o serviço, Diogo Taranto, diretor de Desenvolvimento de Negócios do Grupo Opersan, afirma que “valores significativos são economizados na conta de água e a qualidade do recurso hídrico acaba sendo superior à fornecida pela rede das concessionárias”.

A redução de consumo é bem vinda pois estudos apontam que a indústria de data centers é responsável por 20% do consumo de água no Brasil. Como o País já conta com a presença de grandes provedores de serviços em nuvem, como Amazon Web Services, Microsoft e Google, e as projeções para o segmento são cada vez mais otimistas, o uso consciente da água se faz necessário.

“Atualmente, o valor de mercado está em US$ 4,6 bilhões, mas a expectativa é de que, para 2028, o setor alcance a cifra de US$ 6,5 bilhões”, diz o executivo. “O crescimento dos data centers no Brasil é importante para a nossa economia. Com os sistemas de reúso, o alto consumo de água é mitigado. Esse tipo de ação ESG, além de reduzir significativamente os impactos ambientais e custos operacionais, proporciona uma melhor qualidade do recurso para o uso industrial.”