As consequências das mudanças climáticas sobre o ciclo da água tornaram-se gritantes nos últimos anos

Secas e inundações mais extremas e frequentes, redução do armazenamento natural de água no gelo e na neve, o aumento da temperatura global


Para além do consenso científico, as consequências das mudanças climáticas sobre o ciclo da água tornaram-se gritantes nos últimos anos, e já impactam duramente a vida de milhões de pessoas ao redor do mundo.

Secas e inundações mais extremas e frequentes, redução do armazenamento natural de água no gelo e na neve, o aumento da temperatura global, e as consequentes variações nos padrões de fluxo dos corpos hídricos afetam a previsibilidade e a qualidade deste recurso. Os prejuízos podem ser sentidos nos mais diversos ecossistemas, nos sistemas alimentares, nos meios de subsistência, na indústria e diretamente na disponibilidade e custo para o âmbito social. As tendências atuais de exploração, degradação e poluição dos recursos hídricos já atingiram proporções alarmantes e podem afetar a disponibilidade de água em um futuro próximo se não forem revertidas.

Para ajudar a reverter esse cenário, é preciso que o bom uso e o tratamento adequado dos recursos hídricos tornem-se primordiais e uma responsabilidade de todos. Do nível governamental, que deve garantir saneamento básico e água potável à população, ao individual, já que cada pessoa física e jurídica, devem utilizá-la com responsabilidade.

O papel das empresas

“Com as empresas, não dá para ser diferente”, afirma Diogo Taranto, diretor de Desenvolvimento de Negócios do Grupo Opersan, referência nacional em soluções ambientais para o tratamento de águas e efluentes. Ele destaca que a indústria brasileira utiliza cerca de 190 milhões de litros de água por segundo (ANA) a cada ano, quase três vezes mais do que os lares.

“A melhor alternativa para economizar e permitir que sobre mais água para o abastecimento humano é o reúso, viabilizado pelo tratamento de adequado dos efluentes, para o qual há hoje tecnologias avançadas, conhecidas e consolidadas”, explica. “Essa prática promove a renovação do ciclo hídrico e gera benefícios: Produtivos pela aplicação de um recurso de melhor qualidade nos processos, Sociais, pois poupa o uso de um recurso público, e Financeiros mediante a redução da conta de água oriunda dos prestadores de serviços de saneamento básico, sejam estatais ou privados”.

Também precisa ser considerado o fato da redução do lançamento de efluentes mesmo que tratados nos corpos receptores, reduz diretamente o aumento na geração de contaminantes emergentes (produtos tóxicos não removidos pelos processos tradicionais de tratamento) que têm impactos graves no meio ambiente, o que redobra a responsabilidade das empresas de distintos segmentos industriais em relação ao descarte de seus efluentes.

Uma das principais soluções para o problema é o tratamento desses recursos. Esse processo exige aderência rigorosa às normas ambientais estabelecidas para garantir a qualidade da água e o adequado descarte de resíduos industriais. “Por isso, é importante buscar fornecedores e parceiros com reconhecida expertise e credibilidade para prover esses serviços”, acentua Taranto, lembrando que, no Brasil, como em muitos países, há leis e normas severas nesse campo.

“Ao tratarem corretamente seus efluentes e adotarem o reúso da água como prática permanente, as empresas reduzem o consumo de água e atuam como verdadeiras agentes de proteção ambiental”, conclui o executivo.
 
Alguns dados complementares:

  • Segundo o Censo de 2022 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Brasil tem o equivalente a 49 milhões de habitantes sem atendimento adequado de esgotamento sanitário e 4,8 milhões de pessoas sem água encanada, apesar do crescimento desses serviços nos últimos anos.
  • O contingente sem esgoto equivale a 24% da população brasileira. Entre pretos e pardos, que compõem pouco mais da metade da população brasileira, a carência desse serviço sobe para 68,6%.
     
  • Os indicadores melhoraram desde 2010. O percentual de pessoas vivendo em lares com descarte adequado de esgoto subiu de 64,5% para 75,5; com banheiro exclusivo (não compartilhado), de 64,5% para 97,8%; com coleta de lixo, de 85,8% para 90,9%; com ligação à rede geral de água (a forma mais comum), de 81,5% para 86,6% (incluídos os que não utilizam a rede como forma principal).

Gustavo Bechara <gustavo.bechara@viveiros.com.br>

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