Projeto de reúso e gestão hídrica na Crown Packaging

Essa unidade produz, aproximadamente, 3 bilhões de latas de alumínio por ano e, para essa fabricação, o consumo de água industrial


Implantado e operado pelo Grupo Opersan, o projeto de reúso e gestão hídrica na Crown Packaging, localizada em Cabreúva, São Paulo, uma das mais importantes fabricantes de latas de alumínio do Brasil, incluiu todo o desenvolvimento técnico, para implantação de um sistema pioneiro para esta indústria, que envolve o tratamento dos efluentes industriais gerados pelos processos produtivos e produção de água de reuso, para aplicação nos mesmos processos de produção.

Essa unidade produz, aproximadamente, 3 bilhões de latas de alumínio por ano e, para essa fabricação, o consumo de água industrial é de aproximadamente 290 mil m³/ano. Toda a água industrial utilizada pela unidade antes da implantação desse sistema de reuso pela Opersan era oriunda de poços profundos e/ou concessionária pública.

“A indústria sempre busca reduções de custos e uso de recursos naturais em suas linhas de produção. O reúso de água nesta conta pode representar até 30%. O restante da demanda é oriunda, prioritariamente, dos poços profundos”, observa Diogo Taranto, diretor de desenvolvimento de negócios na Opersan.

Nesta operação, a Opersan investiu mais de R$ 5 milhões para a construção dos sistemas e ainda assume mensalmente todos os custos operacionais e de manutenção para prestação dos serviços.

Entendendo o processo  

Os efluentes industriais são lançados para tratamento em um processo físico-químico convencional composto de coagulação, floculação, decantação e filtração final. Feito isso, são encaminhados para o novo Sistema - MBR implantado pela Opersan que possui como principal processo uma tecnologia avançada de tratamento através de membranas de ultrafiltração, que permite que o tratado oriundo deste sistema seja encaminhado para a unidade produtora de agua de reuso. O sistema MBR ocupa uma área de aproximadamente 450m². A vazão média de tratamento é de 22 m³/h.

O reúso do efluente tratado  

O efluente tratado oriundo do MBR é armazenado e encaminhado para o processo terciário de produção de água de reuso ou água industrial por meio da aplicação de outra tecnologia de membranas denominada Osmose Reversa(*). Na eventualidade de não haver demanda para a água de reuso em algum momento específico da vigência do projeto, a agua tratada pode ser descartado em corpo receptor, atendendo integralmente às exigências ambientais requeridas por este cliente em sua licença de operação.

A operação na Crown e sua contribuição para o meio ambiente

Além do aspecto inegociável da necessidade de atendimento aos requisitos de licença requeridos pelos órgãos ambientais, pelas economias nos custos de produção, relevante ação social e ganho de imagem empresarial, podemos outros pontos de contribuição ao meio ambiente que este projeto propicia:

Tratamento integral de todos os contaminantes gerados pelos processos produtivos do cliente;
Redução do consumo do recurso natural;
Redução do descarte de efluentes em corpo receptor;
Atendimento a restritivos padrões de descarte, quando por ventura o reuso não é aplicado;
Minimização de resíduos gerados pelo uso de tecnologias avançadas.

(*) Osmose Reversa  

Processo de separação em que um solvente é separado de um soluto de baixa massa molecular por uma membrana permeável ao solvente e impermeável ao soluto. Isso ocorre quando se aplica uma grande pressão sobre este meio aquoso, o que contraria o fluxo natural da osmose. Por essa razão o processo é denominado osmose reversa.

Rafael Silveira <rafael.silveira@viveiros.com.br>

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