Água Superficial E Subterrânea
Geraldo P. S. Lamon Edição Nº 48 - abril/maio de 2019 - Ano 8 -
As águas superficiais são aquelas que brotam pela superfície terrestre, escoando numa formação inicial em termos de mina
As águas superficiais são aquelas que brotam pela superfície terrestre, escoando numa formação inicial em termos de mina, acumulando-se dando origem aos riachos, rios, pântanos, lagos e lagoas. As águas superficiais não penetram no solo que a contem em seu escoamento, em parte, porém acaba formando as principais fontes de abastecimento de água potável que são os rios das regiões de um Estado ou País.
A terra, até prova contrária, é o único planeta do sistema solar que possui água no estado líquido e, em abundância. Ela, a água, representa para nós, como seres viventes, o recurso natural de maior valor econômico, social, alem de ser o elemento mais fundamental para a existência de todo ecossistema de vida animal, vegetal sobre sua superfície planetária. Apesar de nosso planeta terra ter uma enorme quantidade de água , 97% dessa quantidade está nos mares e oceanos e, apenas 3% estão disponíveis em forma de água doce. Mais adiante, desses 3%, segundo estudos científicos, cerca de 2% estão na forma de geleiras nas regiões polares. Então resta apenas 1% da água doce efetivamente disponível sobre a terra para o consumo humano, animal, vegetal e industrial, na forma de recursos hídricos superficiais. Por outro lado, cientistas afirmam que nas fendas, trincas ou interstícios de um solo arenítico a presença de água é muito grande na forma de reservas de água doce subterrânea em depósitos, denominado aquíferos. Dos cerca de 100% do total de água doce existente no planeta, segundo aos mesmos estudos científicos, cerca de 3% estão sobre a sua superfície e 97% estão subterrâneos, como reservas, nos aquíferos.
O ciclo da água
O principal responsável pela entrada da água no ciclo hidrológico é a chuva. Quando chove, parte precipitada escoa pelos córregos e rios, uma parte infiltra no solo e o restante evapora ou é transpirada pelas plantas e seres vivos. No trajeto pelos rios, a água normalmente passa a ser utilizada de várias maneiras, inclusive sofrendo evaporação, até chegar ao mar onde também evapora transformando-se em nuvens que aleatoriamente, seguindo seu curso ou ciclo das estações meteorológicas, novamente se precipitam reiniciando o ciclo das águas. Este ciclo ou movimento é infinito, circular com boa previsibilidade. Segundo relatório da Agência Nacional da Águas, (ANA), com sede em Brasília, o ciclo mencionado é de extrema importância para a manutenção da vida como a conhecemos no planeta terra. É através do ciclo hidrológico que ocorre a variação climática e as condições para o desenvolvimento das plantas e animais, complementando com o funcionamento inconteste dos rios, lagos e oceanos.
Figura 01 elaborado pelo autor
O ciclo da água é composto basicamente por cinco etapas, fig. 01.
1º)- Calor irradiado pelo sol evapora a água dos rios e oceanos. Também provoca a transpiração pelas plantas.
2º)- Vapor da água esfria e se acumula na atmosfera condensando na forma de nuvens ou gotículas microscópica formando as nuvens ou nevoeiros.
3º)- Com a condensação na atmosfera se inicia o processo de precipitação.
4º)- Com a precipitação que cai sobre a terra, ocorre a infiltração de uma parte que vai alimentar rios e lençóis subterrâneos.
5º)- Do quantitativo que se infiltrou no solo, parte é absorvida pelas plantas que posteriormente a devolve ao ciclo pelo processo de transpiração e parte infiltra mais ainda alimentando os aquíferos.
Águas subterrâneas
No Brasil, vários são os aquíferos independentes hoje conhecidos. O mais popular conhecido e maior em área pesquisada é o Aquífero Guarani, alcançando; Argentina, Paraguai e Uruguai. Sua maior área de abrangência, portanto esta em território Brasileiro ocupando uma extensão de 840 mil Km² dos 1.200.000 Km², ou seja, 2/3 de sua área é Brasileira. Sua distribuição mapeada no Brasil está presente nos seguintes estados da federação; São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Sta. Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. No Brasil, o Aquífero Guarani, apesar de ser o maior em tamanho, todavia não é o maior em volume de água armazenada. Por muitos anos se acreditava que o aquífero Guarani era o maior do mundo, porém, privilegiado como é o Brasil em termos de potencialidade de água doce, o maior aquífero do mundo em volume, se encontra na região Norte do Brasil. cobrindo os Estados do Amazonas, Para e Amapá, denominado Alter do Chão. Trata-se de uma reserva de água doce de boa qualidade, sendo o maior do Brasil e do mundo. Em termos de comparação, sua área de abrangência é de 400 mil Km² de área com 86.000 Km³ de água, enquanto que o Guarani tem 1.200.000 Km² com um volume de 45 mil Km³ de reserva.
Como se percebe, o aquífero Alter do Chão tem a metade de área de reservação, porém, com duas vezes mais volume de água reservada. Segundo especialistas em aquíferos, as áreas limítrofes de suas fronteiras ainda não foram totalmente estudadas e traçadas. Alter do Chão, portanto é o maior aquífero do mundo.
Atualmente, existem várias cidades na região norte, sobretudo no estado do Amazonas que se utilizam das reservas do Alter do Chão.
A capital Manaus, por exemplo, possui 40% de seu abastecimento hídrico a partir de águas oriundas do Alter do Chão, além de algumas outras cidades por onde ele se estende, (Boletim Mundo Educação).
Em termos de composição, o aquífero Alter do Chão é um aquífero livre em sua porção superficial ocupando uma profundidade de 50 metros, confinado numa profundidade que atinge os 430 metros. Nessas condições o Alter do Chão pode ser classificado como um aquífero do tipo misto, com ambientes livres, e confinados ao longo de toda sua extensão.