Projeto Monitoramento COVID Esgotos apresenta um levantamento sobre a presença do novo coronavírus

Entre os locais especiais com monitoramento dos esgotos, o Aeroporto Internacional de Confins registrou maior frequência de amostras positivas


Em seu Boletim Temático nº 04/2021, o projeto Monitoramento COVID Esgotos apresenta um levantamento sobre a presença do novo coronavírus em amostras de esgotos em locais com grande circulação de pessoas em Belo Horizonte (MG). O Aeroporto Internacional de Confins teve uma grande frequência de amostras positivas para o novo coronavírus no período: 85,4%. Durante o acompanhamento, a Rede Monitoramento COVID Esgotos constatou que esse local tem um maior potencial para ser usado como ferramenta complementar de vigilância epidemiológica, devido à alta frequência de amostras positivas verificadas. 

Já no shopping Diamond Mall, que recebe um público com maior poder aquisitivo, a frequência de amostras positivas para o novo coronavírus foi de 65,4%. Num patamar semelhante, o ponto de monitoramento no Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) teve uma frequência de 64,3% das amostras. Os locais com menores percentuais de amostras positivas foram o Shopping Oiapoque (51,7%) e o Terminal Rodoviário Governador Israel Pinheiro (45%), conforme a tabela a seguir. 

 Projeto Monitoramento COVID Esgotos apresenta um levantamento sobre a presença do novo coronavírus

Sumário das análises da detecção e quantificação do RNA do vírus SARS-CoV-2 entre 30 de setembro de 2020 e 24 de agosto de 2021 

Segundo o Boletim Temático nº 04/2021, as maiores concentrações do material genético do vírus foram detectadas durante períodos de suspensão das atividades não essenciais em Belo Horizonte, o que indica a existência de infectados entre os funcionários dos dois shoppings. Já no Instituto de Ciências Biológicas da UFMG, que tem um público frequentador mais fixo, houve o aumento nas concentrações do vírus nos esgotos quando foram reportados casos de COVID-19 no local. 

Com isso, a Rede indica que o monitoramento de locais específicos pode ser utilizado como ferramenta de vigilância para detecção de infectados para auxiliar o controle epidemiológico de locais com grande circulação de pessoas. Além disso, pode direcionar ações de testagem e de rastreamento dos contatos entre os frequentadores desse tipo de local, especialmente os fixos. 

Sobre o projeto 

O projeto Monitoramento COVID Esgotos tem o objetivo de monitorar a presença do novo coronavírus nas amostras de esgoto coletadas em diferentes pontos do sistema de esgotamento sanitário de Belo Horizonte, inseridos nas bacias hidrográficas dos ribeirões Arrudas e do Onça. Assim, esse trabalho busca ampliar as informações para o enfrentamento da pandemia de COVID-19. 

Nesse sentido, os resultados gerados sobre a ocorrência do novo coronavírus no esgoto da capital mineira podem auxiliar as autoridades locais de saúde na tomada de decisões relacionadas à manutenção ou flexibilização das medidas de controle para a disseminação da COVID-19. Também pode fornecer alertas precoces dos riscos de aumento de incidência do vírus de forma regionalizada. 

Com os estudos, o grupo pretende identificar tendências e alterações na ocorrência do vírus no esgoto das diferentes regiões monitoradas, o que pode ajudar a entender a dinâmica de circulação do vírus. Outra linha de atuação é o mapeamento do esgoto para identificar áreas com maior incidência da doença e usar os dados obtidos como uma ferramenta de alerta precoce para novos surtos, por exemplo. 

Sobre os parceiros do projeto 

ANA 

Criada pela Lei nº 9.984/2000, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) é a agência reguladora dedicada a implementar a Política Nacional de Recursos Hídricos, a Lei das Águas, e coordenar o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH). Com a aprovação do novo marco legal do saneamento básico pela Lei nº 14.026/2020, também cabe ao órgão editar normas de referência para a regulação dos serviços públicos de saneamento básico. 

Esse trabalho é feito por meio de ações de regulação, monitoramento, gestão e planejamento de recursos hídricos. Além disso, a ANA emite e fiscaliza o cumprimento de normas, em especial as outorgas em corpos d’água de domínio da União – interestaduais, transfronteiriços e reservatórios federais. Também é a responsável pela fiscalização da segurança de barragens de usos múltiplos das águas outorgadas pela instituição. 

INCT ETEs Sustentáveis 

O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Estações Sustentáveis de Tratamento de Esgoto (INCT ETEs Sustentáveis) estuda questões sobre o esgoto sanitário, notadamente para países em desenvolvimento, de forma a contribuir para a promoção de mudanças estruturais e estruturantes nos serviços de esgotamento sanitário, a partir da capacitação profissional, desenvolvimento de soluções tecnológicas apropriadas às diversas realidades nacionais, construção e transmissão de conhecimento para a sociedade, órgãos governamentais e empresariais.

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