Empresas financeiras lançam aliança global para um futuro com zero emissões líquidas de carbono

GFANZ trabalhará para mobilizar os recursos necessários para construir uma economia global de emissões zero e cumprir as metas do Acordo de Paris


Uma aliança global que reúne iniciativas financeiras de todo o mundo comprometidas com a meta de zero emissões líquidas de carbono foi lançada na quarta-feira (21), na véspera da Cúpula de Chefes de Estado sobre o Clima, convocada pelo Presidente dos Estados Unidos Joe Biden. A Aliança Financeira de Glasgow para Zero Emissões Líquidas (GFANZ, na sigla em inglês) trabalhará para mobilizar os recursos necessários para construir uma economia global de emissões zero e cumprir as metas do Acordo de Paris.

Todas as iniciativas GFANZ exigirão que os signatários estabeleçam metas interinas e de longo prazo para atingir emissões líquidas zero até 2050, no máximo, de acordo com os critérios da campanha Corrida Para Zerar as Emissões Líquidas (Race to Zero em inglês) da ONU. Essas metas serão complementadas por metas de curto prazo e planos de ação determinados pelos membros.

O GFANZ, que reúne mais de 160 empresas com ativos de 70 trilhões de dólares, foi lançado por Mark Carney, Conselheiro Financeiro do Primeiro Ministro do Reino Unido para a COP26 e Enviado Especial da ONU para Ação Climática e Finanças, em parceria com a UNFCCC 'Climate Action Champions', a campanha da ONU 'Race to Zero' e a Presidência da COP26, na presença de John Kerry, Enviado Presidencial Especial dos EUA para o Clima e Janet Yellen, Secretária do Tesouro dos EUA.

O compromisso é apoiado pelas diretrizes da Iniciativa Financeira do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) para o estabelecimento de metas climáticas para os bancos, que também foram lançadas no dia 21 de abril. Estas diretrizes foram desenvolvidas pelos bancos no Compromisso Coletivo de Ação Climática, um grupo de liderança sob os Princípios para Bancos Responsáveis da Iniciativa Financeira do PNUMA.

"Em um ano crítico para o clima e a natureza, estas parcerias falam do alto nível de compromisso e ambição que o mundo exige urgentemente do setor financeiro. O objetivo final é uma transição da economia para emissões líquidas zero. Nada menos que isso. Encorajamos todas as instituições financeiras a seguir seus companheiros", disse a diretora-executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Inger Andersen.

A recente Aliança Bancária por Zero Emissões Líquidas, (Net Zero Banking Alliance, NZBA, em inglês), que reúne 43 dos principais bancos mundiais comprometidos com os objetivos do Acordo de Paris, une-se às anteriores iniciativas Net Zero Asset Managers e Net-Zero Asset Owner Alliance, de gerentes de ativos e proprietários de ativos, respectivamente.

'State Street Global Advisors, Trillium Asset Management e Coutts' também se juntam hoje à iniciativa Net Zero Asset Managers, elevando o total para 87 membros que administram coletivamente mais de 37 trilhões de dólares. A Iniciativa de Investimento Alinhado de Paris une-se à Corrida Para Zerar as Emissões Líquidas da ONU.

Enquanto isso, os 37 membros da aliança 'Net Zero Asset Managers', que administra mais de 5,7 trilhões de dólares, estão demonstrando sua ambição ao estabelecer metas alinhadas com a ciência para 2025. E estas alianças serão em breve unidas por algumas das maiores seguradoras e resseguradoras do mundo.

Aumentar as expectativas, coordenando as ações:

Para desbloquear os recursos necessários para alcançar um futuro resiliente e livre de emissões, a GFANZ visa:

  • Ampliar a atual campanha 'Race to Zero' no setor financeiro para estabelecer compromissos confiáveis de emissões líquidas zero abrangendo todas as atividades financiadas.  
  • Expandir o número de instituições financeiras com compromissos transparentes, confiáveis e ambiciosos para financiar a transição para emissões líquidas zero.  
  • Garantir que os compromissos sejam apoiados por metas interinas (até 2030 ou antes), juntamente com planos de transição robustos que sejam consistentes com a ambição de 1,5°C, como exigido pela 'Race to Zero'.  
  • Coordenar compromissos e ações em todo o sistema financeiro para apoiar a transição em toda a economia, incluindo ferramentas analíticas críticas e infraestrutura de mercado (agências de classificação de crédito, auditores e bolsas de valores), para permitir que as instituições financeiras implementem suas estratégias de emissões líquidas zero.  
  • Apoiar a colaboração técnica em questões substantivas e transversais que aceleram o alinhamento de investimentos e empréstimos com o objetivo de zero emissões líquidas.  
  • Defender políticas públicas que apoiem a transição de toda a economia para emissões líquidas zero.

A incorporação de bancos globais

Através da Aliança Bancária de Emissões Zero, convocada pela Iniciativa Financeira do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e co-lançada pelo grupo de trabalho dos Serviços Financeiros (FSTF) da Iniciativa de Mercados Sustentáveis do Príncipe de Gales, os bancos que assinaram o compromisso vão:

  • Alinhar as emissões operacionais e atribuíveis de suas carteiras de empréstimos e investimentos com os caminhos para emissões líquidas zero até 2050 ou mais cedo.
  • Dentro de 18 meses após a adesão, vão estabelecer metas para 2030 (ou antes) e uma meta para 2050, com outras metas interinas a serem estabelecidas a cada 5 anos a partir de 2030. Todas as metas serão revistas periodicamente à luz das últimas descobertas científicas.
  • As primeiras metas dos bancos para 2030 se concentrarão nos setores prioritários, ou seja, os mais intensivos em gases de efeito estufa dentro de suas carteiras.
  • Dentro de 36 meses após a adesão, os bancos estabelecerão uma nova rodada de metas, especialmente para os setores intensivos em carbono: agricultura, alumínio, cimento, carvão, imobiliário, ferro e aço, petróleo e gás, geração de energia e transporte.
  • Se comprometer com a própria transição e descarbonização de seus clientes, promovendo a transição para a economia real.
  • Publicar anualmente emissões absolutas e intensidade de emissões de acordo com as melhores práticas, assim como o progresso.
  • Abordar o papel dos offsets nos planos de transição.
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