Consórcio PCJ firma parceria com a Fundação Florestal para recuperar Área de Proteção Ambiental

Flávio Forti Stenico, acessor técnico do Consórcio PCJ, destaca o importante passo que é essa ação em prol do meio ambiente


O Consórcio PCJ firmou parceria com a Fundação Florestal no auxílio para a recuperação da Área de Proteção Ambiental (APA) Barreiro Rico, que abrange quatro municípios: Anhembi, Santa Maria da Serra, Piracicaba e Botucatu, no interior do Estado de São Paulo. A área é considerada estratégica por abrigar vasto conteúdo histórico e riqueza de fauna e flora. Pelo projeto, que se iniciou no último ano, o Consórcio PCJ irá doar 20 mil mudas de árvores nativas até o final de 2021, por meio do viveiro municipal de Piracicaba, parceiro do Programa de Proteção aos Mananciais da entidade.

Segundo a Fundação Florestal, a APA Barreiro Rico pode ser considerada a “Arca de Noé da Biodiversidade” no interior paulista. No entanto, a região vem sofrendo nos últimos anos com a incidência de incêndios florestais, impactando a biodiversidade e as áreas com atividades agrícolas, silvícolas e pecuárias.

Diante desse cenário, em 2018, a Fundação Florestal elaborou o Plano Integrado de Conservação da Biodiversidade, envolvendo todos os atores regionais, instituições governamentais e não governamentais. As medidas adotadas desde então auxiliaram muito nas ações de prevenção de combate de incêndios na zona rural nos anos de 2019 e 2020, e em 2021 já estão ocorrendo ações para que seja garantido mais um ano sem incêndios nas florestas regionais. O objetivo é envolver ainda mais a participação dos atores regionais nessa prevenção e proteção dos remanescentes florestais, ao mesmo tempo em que se evita prejuízos econômicos aos proprietários rurais.

Nesse sentido, dentro do contexto de elaboração do Plano Integrado de Conservação da Biodiversidade, o enfoque principal está vinculado ao desenvolvimento do Plano de Manejo da Bordadura Florestal na região do Barreiro Rico, tendo como principais objetivos: a prevenção e minimização de incêndios florestais (através da realização de aceiros e manejo de cipós)  e a restauração florestal.

“E como parte integrante deste processo, o desenvolvimento de uma parceira de doações de mudas com o Consórcio PCJ e a Prefeitura de Piracicaba (Viveiro-SEDEMA) está sendo muito valiosa, dando dinâmica ao processo de restauração ecológica na região, abrangendo plantios das áreas de bordadura, clareiras, enriquecimentos de sub-bosque, nucleações, plantios em APP´s e conexões de fragmentos, aumentando as áreas florestais, o fluxo gênico entre espécies e refletindo positivamente na conservação da biodiversidade”, diz em nota a Fundação Florestal.

Serão plantadas mudas nativas de espécies que forneçam alimentos para os primatas e fauna em geral, como Ingá, Mutambo, Jenipapo, Pitanga, Copaíba, Jatobá, Paineira, Ipê, entre outras. Serão atendidas pelo projeto as propriedades rurais localizadas na região de: São Francisco, Bacury, Águas das Pedras, Santa Maria, Nova Prainha, Itaquerê, além dos plantios na Estação Ecológica do Barreiro Rico.

Para o assessor técnico do Consórcio PCJ e um dos coordenadores do Programa de Proteção aos Mananciais da entidade, Flávio Forti Stenico, a ação é mais um passo não somente de recuperação florestal, mas de sensibilização sobre a importância das matas. “A parceria envolvendo a Fundação Florestal, Viveiro de Piracicaba e Consórcio PCJ vai muito além do que os importantes plantios de recuperação dessa área, é mais um passo para mostrarmos à sociedade os impactos dessas ações ao meio ambiente e na qualidade da água que chega até às residências das pessoas, pois, água de qualidade começa com a preservação de nossos remanescentes florestais”, comenta.

A parceria também é destacada pelo Gestor da APA Barreiro Rico e Estância Ecológica Barreiro Rico, João Marcelo Elias, já que a doação das mudas tem contribuído significativamente com os trabalhos de recuperação florestal que estão sendo desenvolvidos. “Estamos caminhando, de mãos dadas com importantes parceiros, diante de um processo de “renascimento ecológico” e cuidados especiais com a biodiversidade e os recursos naturais, buscando um modelo de sustentabilidade no território, que possa garantir a melhoria da qualidade de vida da população, dos recursos florestais e hídricos da região”, comenta.

Sobre a APA Barreiro Rico

Como já mencionado, a APA Barreiro Rico está presente em quatro municípios paulistas (Anhembi, Santa Maria da Serra, Piracicaba e Botucatu). Na sua composição florística, temos trechos de Florestas Secundárias Tardias e Climácicas, com ícones da flora brasileira como; Jatobá, Guarantã, Copaíba, Peroba Rosa, Peroba Poca, Guaritá, Pau marfim, Pau d´alho, Paineira, Angico, Canjarana, Canela, atingindo alturas superiores a 20 metros, além das palmeiras Jerivá e Juçara que fornecem frutos para toda fauna. Esses fragmentos florestais oferecem abrigo, refúgio e alimentos para uma longa lista de mamíferos, abrangendo mais de 80% da fauna (médio e grande porte) existentes nos biomas paulistas, e o grande diferencial de preservação é a presença de 05 espécies de primatas, entre eles o Muriqui-do-sul, o maior macaco das Américas, também conhecido como macaco “hyppie”, e os não menos ilustres, Macaco Bugiu, Macaco Prego, Sagui da Serra Escuro e o Sauá. Além disso, foram catalogadas mais de 270 espécies de aves e dezenas de espécies de répteis e insetos; tornando se assim um importante reduto da conservação da biodiversidade no Estado de São Paulo, com grande potencial para as atividades de ecoturismo.

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