Webinar do Consórcio PCJ debate as necessidades da redução de emissões de gases e apresenta o programa Carbon Free

Debate contou com a participação de Lucas Pereira, Diretor da ONG Iniciativa Verde e Coordenador do programa Carbon Free.


A necessidade de se reduzir as emissões de gases do efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento global, e a busca por atividades que compensem o carbono presente na atmosfera para melhoria e qualidade do meio ambiente foram pauta de debate da Live Entrevista “Os Potenciais do Mercado de Carbono”, realizada pelo Consórcio PCJ na última sexta-feira, dia 7 de agosto. A entrevista foi transmitida ao vivo pelas contas da entidade no Instagram e Youtube e teve participação do Diretor da ONG Iniciativa Verde e Coordenador do programa Carbon Free, Lucas Pereira, e mediação do jornalista e Gerente de Sensibilização e Comunicação do Consórcio PCJ, Murilo Sant’Anna.

Na live, Pereira comentou a atuação da Iniciativa Verde em contribuir para a melhoria da biodiversidade, da qualidade da água e do ar. Entre as atividades realizadas pela instituição na mitigação e na adaptação às mudanças climáticas causadas por ações humanas estão: elaboração de inventários de carbono de pessoas, de empresas ou de outras instituições interessadas; e Compensação das emissões de gases de efeito estufa com a recomposição florestal da Mata Atlântica. O selo Carbon Free é concedido àqueles que compensam as emissões com a Iniciativa Verde. Desde o início da atuação da instituição aproximadamente 1,5 mil hectares de florestas em diversas regiões do país foram restaurados.

O Diretor da Iniciativa Verde explicou durante o debate que a criação do programa Carbon Free, adotado pela instituição em 2005, está intimamente ligado com o Protocolo de Kyoto ratificado no mesmo ano e que tem por objetivo a proposição de metas, especialmente aos países desenvolvidos, a fim de conter as emissões de gases de efeito estufa. “Ao entrar em vigor em 2005, o protocolo estabeleceu o mercado regulado de carbono e o conceito de neutralização deste gás. A partir disso, nós começamos a auxiliar empresas na redução de impactos socioambientais e na compensação de suas emissões por meio da restauração de florestas nativas”, disse ele. Segundo Pereira, ao longo dos anos as áreas de atuação foram expandidas. “Hoje atuamos também com a restauração de florestas nativas, sendo a Bacia PCJ um dos principais receptores dos projetos, e com a mitigação dos impactos das mudanças climáticas”, atentou Pereira.

No que tange a restauração florestal, o coordenador do programa Carbon Free comenta que o desmatamento deve ser visto com mais atenção pela população brasileira, visto que por mais que haja o plantio de diversas mudas nativas para a garantia da biodiversidade a compensação de carbono apenas será realizada no momento em que a floresta atingir certo grau de maturidade. “As pessoas entendem que o desmatamento é algo grave. Mas é preciso que elas entendam também que uma floresta leva de 30 a 40 anos para atingir a maturidade e estocar todo o carbono. Além disso, a própria atividade de restauração florestal provoca certa emissão de gases, já que se tem uso de insumos, realização de transportes, produção de mudas. E só após três décadas, no mínimo, tudo será compensado. Não basta só plantar árvores é preciso também cuidar dos biomas”, afirmou.

Legislação ambiental nos municípios

Durante a entrevista, o Diretor da Iniciativa Verde ainda comentou que um dos requisitos e interesses da instituição para direcionar seus recursos e projetos está justamente no arranjo institucional encontrado nos municípios. “Um arranjo institucional consolidado nos municípios é algo essencial quando se pensa em uma boa gestão e governança ambiental. Isso é justamente o que a Iniciativa Verde tanto busca. Municípios que tenham essa postura está a um passo do desenvolvimento sustentável”, disse ele.

Nesse sentido, Pereira mencionou o trabalho desempenhado em parceria com Extrema/MG, município associado ao Consórcio PCJ, no desenvolvimento do Inventário de Emissão de Gases do Efeito Estufa, em 2016. “Com base no inventário o município criou a própria política municipal de mudança climática que exige a compensação das emissões de gases do efeito estufa para o licenciamento ambiental de empresas e indústrias que se instalam na região. Essa política do município de Extrema é relevante e confere prestígio à cidade, uma vez que ela passa a ser um exemplo para a região”, atentou.

Para quem não conseguiu acompanhar ao vivo, a live está disponível no canal do Consórcio PCJ no YouTube (https://youtu.be/TwZgn3mWXHI) e no perfil da entidade no Instagram.

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