11ª reunião para avaliar a situação hidrometeorológica do Sul

Especialmente nas bacias hidrográficas dos rios Uruguai e Iguaçu, responsáveis respectivamente por 28% e 47% do armazenamento de água do Subsistema Sul


Nesta quinta-feira, 2 de julho, a Sala de Crise da Região Sul realizou sua 11ª reunião para avaliar a situação hidrometeorológica do Sul, especialmente nas bacias hidrográficas dos rios Uruguai e Iguaçu, responsáveis respectivamente por 28% e 47% do armazenamento de água do Subsistema Sul de geração hidrelétrica. Durante o encontro, realizado por videoconferência, foram analisados tanto os impactos das tempestades observadas recentemente na região quanto a seca que persiste, assim como os impactos de ambos os fenômenos nos reservatórios e usos da água no Sul.

O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN) analisou as chuvas acumuladas nos últimos sete dias no Sul, que foram muito acima da média histórica. Em função das chuvas intensas dos últimos dias, o mês de junho fechou com precipitações acima da média. Para julho a tendência é que as chuvas fiquem dentro da média.

O CEMADEN também explicou a formação do ciclone bomba, que costuma se formar no Oceano Atlântico, mas que recentemente se formou no continente, causando fortes ventos e chuvas intensas sobretudo em Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Segundo a explicação, o ciclone começou a se formar em torno de 29 de junho na Argentina, depois passou pelo Paraguai até atingir o Brasil no último dia 30, estando em dissipação no Oceano Atlântico.

Além disso, a instituição destacou a permanência especialmente no centro-leste de Santa Catarina. Até 23 de junho, Santa Catarina era o estado com mais municípios com áreas agroprodutivas afetadas pela seca: 141. Paraná e Rio Grande do Sul tinham respectivamente 61 e 71 municípios nessa situação. Outro ponto abordado pelo CEMADEN indica redução da seca na região.

Em sua apresentação, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou que houve uma recuperação significativa na capacidade de armazenamento das bacias que compõem o Subsistema Sul, que está com 37,9% de sua capacidade – 6,8 pontos percentuais acima da última reunião em 18 de junho e 8,1 pontos percentuais acima do registrado em 1º de janeiro.

Nas bacias do Iguaçu e do Uruguai houve um aumento das vazões naturais, que foram respectivamente de 75,5% e 68,9% da média de longo termo no fim de junho, sendo que as vazões afluentes (que chegam aos reservatórios), têm sido maiores do que as vazões defluentes (que saem deles). De acordo com o ONS, não há reservatórios com geração hidrelétrica suspensa ou intermitente nas bacias do Uruguai e do Iguaçu, realidade diferente da registrada nos últimos meses.

A vazão defluente mínima será mantida a jusante (abaixo) da usina hidrelétrica Foz do Chapecó (SC/PR) permanece sendo 150m³/s, conforme acordado na reunião da Sala de Crise de 14 de maio. Assim como na bacia do rio Iguaçu, devido às chuvas ocorridas, as defluências praticadas têm sido maiores para controle de nível do reservatório. No caso das vazões de chegada ao Parque Nacional do Iguaçu, na estação Hotel Cataratas, têm se mantido acima do mínimo estabelecido de 350m³/s.

A reunião da Sala de Crise da Região Sul de hoje contou com aproximadamente 70 participantes representando órgãos gestores de recursos hídricos e serviços meteorológicos do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina; órgãos federais; prefeituras; usuários de água para saneamento, navegação e indústrias; órgãos ambientais e do setor elétrico; além de instituições que realizam o monitoramento e previsão meteorológicos.

Em 16 de julho, acontecerá a próxima reunião da Sala de Crise da Região Sul. Na ocasião, será apresentado o Monitor de Secas, que é coordenado pela ANA, e desenvolvido conjuntamente com diversas instituições estaduais e federais ligadas às áreas de clima e recursos hídricos, que atuam na autoria e validação dos mapas.

Por meio da ferramenta é possível comparar a evolução das secas em 13 estados (todos do Nordeste, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Tocantins) em mapas mensais que estão disponíveis em monitordesecas.ana.gov.br e no aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para dispositivos Android e iOS. Os estados do Sul foram recentemente mobilizados para entrada no programa e concluíram treinamento para tanto, estando agora na etapa de testes.

Assista aqui às gravações das reuniões da Sala de Crise da Região Sul.

Salas de Crise 

A ANA coordena salas de crise em bacias e regiões que atravessam situações de secas ou cheias que colocam em risco os usos múltiplos da água. Atualmente, estão em operação as salas de crise das bacias do Tocantins, do Paranapanema, da Hidrovia Tietê-Paraná e da Região Sul, devido a déficit hídrico. Também estão em atividade a Sala de Acompanhamento do Sistema Hídrico do Rio São Francisco e a Sala de Acompanhamento da Bacia do Paranaíba. Após as reuniões, os vídeos são disponibilizados no canal da Agência Nacional de Águas no YouTube: www.youtube.com/anagovbr.

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