Trabalho de recuperação da estrutura da Barragem Ipanema I (PE)

O que permite o retorno das populações ribeirinhas às suas casas


Com a conclusão das obras emergenciais da barragem Ipanema I, em Pernambuco, a estrutura teve seu risco de rompimento reduzido. Com isso, o barramento saiu da situação de emergência e agora está em situação de alerta, o que permite o retorno das populações ribeirinhas às suas casas. Em caso de rompimento, as águas da barragem poderiam afetar áreas urbanas e rurais dos municípios de Águas Belas (PE), Itaíba (PE) e Santana do Ipanema (AL); além de linhas de transmissão da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (CHESF), o que poderia afetar o Sistema Interligado Nacional (SIN). 

O trabalho de recuperação da estrutura foi realizado pela Secretaria de Infraestrutura e Recursos Hídricos de Pernambuco (SEINFRA) com o intuito de minimizar o risco de rompimento da barragem, que foi danificada após as chuvas intensas de março no Agreste de Pernambuco. As medidas adotadas foram: o alteamento do muro lateral da bacia do vertedouro, a recomposição da erosão do talude de jusante e a demolição parcial da ogiva do vertedouro. As obras foram concluídas em 30 de maio. 

Durante a situação de emergência o gerenciamento foi realizado pela Agência Nacional de Águas (ANA), órgão fiscalizador da segurança da barragem, por ser de acumulação de águas interestaduais, juntamente com uma série de instituições. São elas: SEINFRA; Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos de Alagoas (SEMARH); Defesa Civil nacional, de Pernambuco, de Alagoas e dos municípios de Itaíba, Águas Belas e Santana do Ipanema; Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN); e Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC). 

No total foram realizadas dez reuniões semanais por videoconferência para discutir as medidas a serem adotadas para a barragem e monitorar a situação do empreendimento, cenários de ruptura e acompanhamento hidrometeorológico da região. O primeiro encontro aconteceu em 6 de abril e a último ocorreu em 29 de maio. 

Além disso, foram coordenadas ações com a ANA, Serviço Geológico do Brasil (CPRM), SEMARH/AL, SEINFRA e APAC para elaboração de mapas de inundação gerada por possível rompimento da barragem e estimativa de tempos para impacto das diversas comunidades. Também foram realizadas ações para instalação de réguas linimétricas e estações automáticas de monitoramento de níveis d'água na bacia do rio Ipanema, o que pode aperfeiçoar o gerenciamento de eventuais novas situações semelhantes de cheia ou emergências com barragens futuramente. 

A barragem Ipanema I tem capacidade máxima para acumulação de 611,47 milhões de litros e foi construída pelo Departamento de Estradas e Rodagem (DER) em 1970. A estrutura foi feita no contexto da implantação da rodovia estadual PE-300, que liga Águas Belas a Itaíba. A barragem possui anomalias antigas já identificadas previamente em inspeções regulares do empreendedor, a SEINFRA, e vistorias da ANA. Também não possui Plano de Segurança ou Plano de Ação de Emergência, e já foi objeto de ações de fiscalização. O empreendedor já tem processos licitatórios abertos para contratação desses estudos e para elaboração de projeto de recuperação da barragem.

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