7ª reunião da Sala de Crise da Região Sul

Foi debatida na reunião a defluência da usina hidrelétrica Foz do Chapecó


Com o objetivo de avaliar os impactos da seca no Sul e buscar soluções para os problemas decorrentes do fenômeno, a Sala de Crise da Região Sul realizou sua 7ª reunião no dia 21 de maio (quinta-feira). Durante o encontro, realizado por videoconferência, foi recomendada a manutenção do patamar de redução da defluência da usina hidrelétrica Foz do Chapecó (RS/SC), que fica no rio Uruguai.

Com isso, a vazão de água liberada continua sendo de 150m³/s até o dia 25 de maio(segunda-feira). Nesta data os serviços de abastecimento de Itapiranga (SC) e São Borja (RS), além de outros usuários de água, se reunirão com a Foz do Chapecó Energia S.A., que opera a hidrelétrica, para avaliar o nível do rio e os efeitos da operação com 150m³/s sobre as captações num contexto de previsão de chuvas para os próximos dias na região.

O teste de redução da vazão liberada pela UHE Foz do Chapecó busca prolongar o armazenamento de água da barragem para melhorar as condições para os diversos usos da água no rio Uruguai a jusante (abaixo) do reservatório. O teste poderá ser interrompido caso sejam identificados impactos especialmente para as captações de abastecimento público.

Em 08 de maio aconteceu a primeira etapa do teste, quando o volume liberado pela barragem baixou de 200 para 160m³/s sem que fossem identificados problemas para as captações de água para abastecimento das duas cidades. Captações para agroindústria em Itapiranga e a travessia fluvial entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina também foram mantidas.

Já o nível do teste atual começou em 15 de maio e será mantido até a reunião de 25 de maio, que poderá manter o patamar atual de 150m³/s ou recomendar nova redução para 140m³/s. Nesse intervalo será possível verificar o efeito das chuvas previstas para os próximos dias no Sul, conforme previsão apresentada pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).

Já o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentou a situação do armazenamento dos reservatórios do Subsistema Sul de geração hidrelétrica. Segundo o ONS, as bacias dos rios Capivari, Iguaçu, Jacuí e Uruguai – que formam o Subsistema Sul – tiveram seu armazenamento reduzido à metade desde o início do ano. Entre 1º de janeiro e 20 de maio, os estoques de água caíram de 29,8% para 14,9%.

De acordo com o ONS, nas duas principais bacias do Subsistema Sul, dos rios Iguaçu e Uruguai, já existem 12 hidrelétricas com a geração paralisada ou com operação intermitente por falta de água. Nesses casos, os reservatórios operam somente para a manutenção de restrições ambientais ou de outros usos da água. Na bacia do Iguaçu, responsável por 47% do armazenamento, estão nessa situação os reservatórios dos aproveitamentos hidrelétricos Salto Santiago (PR), Salto Osório (PR), Salto Caxias (PR) e Baixo Iguaçu (PR).

No caso da bacia do rio Uruguai, que possui 28% do armazenamento do Subsistema, os aproveitamentos de Garibaldi (SC), Campos Novos (SC), Barra Grande (RS/SC), Machadinho (RS/SC), Itá (RS/SC), Foz do Chapecó (RS/SC), Passo Fundo (RS) e Monjolinho (RS) também estão com a geração suspensa ou com operação intermitente em virtude da seca.

A reunião da Sala de Crise da Região Sul de hoje contou com cerca de 80 participantes representando órgãos gestores de recursos hídricos e serviços meteorológicos do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina; órgãos federais; prefeituras; usuários de água para saneamento, navegação e indústrias; órgãos ambientais e do setor elétrico; além de instituições que realizam o monitoramento e previsão meteorológicos.

UHE Foz do Chapecó — A usina hidrelétrica Foz do Chapecó fica na calha do rio Uruguai entre os municípios de Águas Chapecó (SC) e Alpestre (RS). Com uma potência instalada de 855MW, capaz de atender a 25% do consumo de energia de Santa Catarina e 18% do Rio Grande do Sul, a hidrelétrica possui um reservatório que banha seis municípios catarinenses e seis gaúchos.

Salas de Crise — A ANA coordena salas de crise em bacias e regiões que atravessam situações de secas ou cheias que colocam em risco os usos múltiplos da água. Atualmente, estão em operação as salas de crise das bacias do Tocantins, do Paranapanema, da Hidrovia Tietê-Paraná e da Região Sul, devido a déficit hídrico. Também estão em atividade a Sala de Acompanhamento do Sistema Hídrico do Rio São Francisco e a Sala de Acompanhamento da Bacia do Paranaíba.

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