Importações de produtos químicos movimentaram 14,6 milhões de toneladas

Forte oscilação cambial e baixa atividade econômica com Covid-19 não desaceleram compras do exterior


Nos quatro primeiros meses do ano, as importações de produtos químicos movimentaram 14,6 milhões de toneladas, aumento de 10,5% na comparação com iguais meses de 2019, recorde em quantidades adquiridas para o período, tendo sido registrados aumentos importantes em praticamente todos os grupos acompanhados, sobretudo em produtos químicos inorgânicos (11%), orgânicos (14,2%) e em resinas e elastômeros (7,6%), todos com significativa fabricação nacional. Já o volume das exportações, de janeiro a abril, chegou a 5 milhões de toneladas, aumento de 21,3% em relação aos quatro primeiros meses de 2019, crescimento concentrado especialmente em produtos inorgânicos (43%).

O déficit da balança comercial de produtos químicos teve um leve recuo de 1,1% em relação ao mesmo período de 2019 e atingiu US$ 9 bilhões nos quatro primeiros meses deste ano, mesmo em meio aos graves impactos econômicos decorrentes da redução da atividade econômica nesse momento de enfrentamento da pandemia da Covid-19. De janeiro a abril de 2020, foram importados US$ 12,7 bilhões e exportados US$ 3,7 bilhões em produtos químicos, respectivamente reduções de 3,7% e de 9,3%. Em termos de representatividade no total do comércio exterior brasileiro, os produtos químicos responderam por 22,9% do total de US$ 55,6 bilhões em importações e 5,5% dos US$ 67,4 bilhões em exportações do País.

No acumulado dos últimos 12 meses (maio de 2019 a abril de 2020), o déficit é de US$ 31,8 bilhões, valor somente inferior ao recorde de 2013, de US$ 32 bilhões. Também nessa base anualizada, foram despachadas ao exterior 14,7 milhões de toneladas e, pela primeira vez em todo o histórico de acompanhamento da balança comercial de produtos químicos (desde 1991), foram movimentadas mais de 49 milhões de toneladas importadas, comportamento que não foi desacelerado nem pela forte desvalorização do real frente ao dólar e nem mesmo pela sensível queda da atividade econômica nacional no enfrentamento da pandemia do coronavírus.

Para o presidente-executivo da Abiquim, Ciro Marino, os resultados da balança comercial em produtos químicos, até abril, são alarmantes e, somados aos enormes desafios de saúde pública e econômicos no enfrentamento da pandemia, colocam ainda mais prioridade sobre a agenda de reformas estruturais da economia brasileira e de ajustes competitivos, que serão fundamentais no momento de retomada da economia. “Nosso papel como setor essencial é preservar vidas no presente e é também pensar no futuro. É fundamental nos programarmos e agirmos ainda com mais velocidade e objetividade para o fortalecimento da competitividade, possibilitando a manutenção das plantas em operação e a atração de novos investimentos para recuperação da economia, sempre tendo como prioridade a vida”, destaca Marino.
 

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