Impacto das Mudanças Climáticas no Tratamento de Água

Recentes dados científicos mostram que a temperatura da terra aumentou nos últimos 12 meses mais de 1,5 graus Celsius, ou seja, acima da média da era pré-industrial. Há décadas se comentava que as mudanças climáticas estavam se efetivando e que trariam


Impacto das Mudanças Climáticas no Tratamento de Água

Recentes dados científicos mostram que a temperatura da terra aumentou nos últimos 12 meses mais de 1,5 graus Celsius, ou seja, acima da média da era pré-industrial. Há décadas se comentava que as mudanças climáticas estavam se efetivando e que trariam variações bruscas do tempo, como secas mais prolongadas ou chuvas intensas em curto período.
Essas alterações têm causado aumento das temperaturas globais, levando ao derretimento das calotas polares e o aumento do nível do mar, resultando em eventos climáticos de maior frequência e intensidade. 
Hoje, estamos vivenciando este quadro claramente, com chuvas vigorosas que provocam enchentes e transtornos nas cidades/campo e secas por períodos maiores do que tínhamos antes, afetando a segurança hídrica. Tudo isso contribui ainda mais para as desigualdades sociais e econômicas, impactando principalmente as comunidades de baixa renda.
Segundo o Barômetro da Transformação Ecológica, uma pesquisa realizada em 2022 pela Veolia e Elabe, 87% dos brasileiros estão convencidos de que as mudanças climáticas estão ocorrendo e que a atividade humana é o principal motivo. No entanto, 78% dos brasileiros consideram que ainda estamos no controle do nosso futuro e que podemos reverter a situação climática.
O fato é que já há consequências para tudo isso, interferindo inclusive no ciclo e nas características da água. De acordo com Leandro Niehues, gerente técnico industrial da Veolia, entre os impactos mais comuns estão as alterações na qualidade da água e o aumento da poluição. Ademais, sabe-se que eventos climáticos extremos podem levar à erosão do solo e o escoamento de poluentes das áreas urbanas e agrícolas.
Aliado à mudança da temperatura, esse impacto é significativo, favorecendo a formação de algas, consumindo a disponibilidade de oxigênio dissolvido na água e afetando negativamente no ecossistema dos corpos d´água.
Além disso, as mudanças climáticas podem agravar a escassez de água potável em muitas regiões do mundo, além de afetar a sobrevivência de espécies aquáticas como peixes e anfíbios. “É preciso implementar políticas de gestão sustentável para mitigar esses impactos e garantir a disponibilidade de água limpa para as futuras gerações” – destaca Niehues.

Desafios 
Levando em consideração que 80% da água fornecida vira esgoto, teríamos uma fonte segura para aumentar a segurança hídrica das grandes metrópoles ou locais onde há falta da mesma. O problema é que, em regulamentação, não é possível utilizar a água de reúso para fins potáveis, sendo essa uma das maiores dificuldades nesse contexto. 
Outro ponto é que seria necessário educar a população para a reutilização da água, uma vez que esse tema gera alguma restrição no consumo, principalmente pelo fato dela estar sendo reutilizada. Entretanto, muitos especialistas acreditam que uma boa campanha educativa sanaria este problema com o tempo.
A dessalinização poderia ser uma outra alternativa, mas o consumo de energia e produtos químicos nesse processo são muito maiores que o processo normal, além do descarte do resíduo. Para se ter uma ideia, nas análises passadas sobre trazer água do mar à São Paulo, seria necessário a construção de uma usina térmica para fornecimento de energia a esta estação de dessalinização, o que aumenta muitíssimo o custo do litro da água. 
Esta é uma das razões provadas que a dessalinização é mais aplicável nas cidades litorâneas. Vale ressaltar que sai mais barato baixar o índice de perda primeiro, o qual ainda é alto no Brasil, antes de uma investida maior nessa solução em larga escala.
“A média de perda de água no Brasil acerca-se a 40%, assim, uma medida muito eficaz será sempre a redução das perdas. Com esta redução, diminuiremos a necessidade de produção de água, minimizando o uso de produtos químicos, energia elétrica e a necessidade de buscar fontes alternativas de captação de água em locais longínquos” – afirma Mario Ramacciotti, diretor geral da Xylem.
Ele destaca ainda que com secas prolongadas e intensas, a segurança hídrica torna-se um fator de extrema preocupação. “Não se repõe mais a água na intensidade que deveríamos nos corpos hídricos e lençóis freáticos, levando-nos a captar água cada vez mais longe de onde a utilizamos” – afirma.
Portanto, as considerações sobre reúso e dessalinização voltam à tona com muito mais frequência e tornam-se soluções para a falta de água e levam a outros tipos de tratamento para termos a qualidade da água necessária à população. 

Impacto das Mudanças Climáticas no Tratamento de Água

Principais práticas, tecnologias e soluções sustentáveis
De maneira geral, as empresas têm apostado em estratégias de desenvolvimento sustentável para obter impacto positivo nas operações, não só diminuindo o consumo de água, mas tornando esse processo mais circular e com menor pegada ambiental. Portanto, neste momento, as companhias estão amadurecendo seus planos e buscando parceiros com know how para fornecer as melhores soluções e promover um serviço mais equilibrado. 
No reúso, por exemplo, além do tratamento normal da água, acrescenta-se o tratamento terciário que pode ser mais comumente com Ozônio e em algumas situações Ozônio combinado com Ultravioleta. O uso da membrana para ultra filtração torna-se interessante, pois, a construção das estações deste tipo ocupa menos espaço e pode-se efetuá-las em tempo mais curto. Temos bons exemplos de reúso nos Estados Unidos, Austrália, Cingapura e outros países. 
No caso da dessalinização, utiliza-se a osmose reversa ou troca iônica. Diversos países também já utilizam desse processo, tais como, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Catar, Israel e no Brasil começa-se a utilizá-la, com um projeto sendo desenvolvido no Ceará.
Vale destacar também o tema de economia circular, valorizando os resíduos gerados na indústria, inclusive nas estações de tratamento de efluentes, transformando-os em fertilizante orgânico ou ainda na produção de biogás. 
Além do uso dessas tecnologias e alternativas, podemos falar de auditoria nas centrais de utilidades com substituição de equipamentos mais eficientes, que garantem uma eficiência energética e redução de custos operacionais. 
Nesse sentido digitalização começa a oferecer uma alternativa segura para as concessionárias de água gerenciarem muito mais eficazmente todos o sistema de abastecimento, incluindo o fornecimento às residências, comércio e indústrias.

Impacto das Mudanças Climáticas no Tratamento de Água

A Veolia, por exemplo conta com uma central de monitoramento inteligente remoto, o HUBGRADE, uma plataforma digital que utiliza os principais sensores de monitoramento existentes no cliente e/ou com implantação de novos sensores, com o objetivo final de garantir a eficiência operacional, seja ela energética, redução de consumo de insumos, otimização logística, entre outros.
Podemos citar ainda as soluções que a Xylem desenvolveu para este mercado. As Bombas CONCERTOR e misturadores ADAPTIVE inteligentes se adaptam às condições operacionais, trazendo menor consumo de energia, decisões mais rápidas, eficazes a entupimentos e outras falhas que não ocorreram, uma vez que os sensores e inteligência integradas atuarão para evitar problemas e paradas indesejadas. Não têm entupimento e possuem “uptime” extremamente alto, proporcionando eficiência inigualável às estações de tratamento, quer seja de água ou esgoto.
O Bypass, usado diariamente para reparo de tubulações conta com bombas a diesel e elétricas, igualmente eficientes e que proporcionarão tranquilidade na solução emergencial de reparo de tubulações. Também podem ser monitoradas remotamente para acompanhamento de sua operação. 
Da mesma forma que a inteligência de bombas e misturadores, há a inteligência expandida da tecnologia “PURE” para detecção de vazamentos em tubulações. Esta tecnologia multissensorial, fundamentalmente acústica
tem suficiente sensibilidade para detectar 100% dos vazamentos e sensibilidade de 1,3 litros/min a 1 bar e precisão de localização de 2 metros para o SMART BALL e para o SAHARA sensibilidade de 0,4 litros/min a 1 bar e precisão submétrica.
Ademais, há a tecnologia “XylemVue Go Aigua” que integra digitalmente todos os dados dos sensores implantados no sistema, as informações das bombas e misturadores inteligentes e os dados identificados pela tecnologia da Pure para detecção de perdas. Pode-se gerenciar o histórico, alarmes, violação de limites, controlando os equipamentos remotamente e permitindo a gestão operacional completa e integrada de todos os parâmetros mais importantes da rede. 
A Veolia também conta em seu portfólio com algumas soluções para o tratamento de água para indústrias e municípios. Na indústria, por exemplo, realizam a gestão de efluentes industriais, adaptando os processos de tratamento a cada setor industrial. 
Oferecem aos clientes gerenciamento no local e experiência técnica para fomentar a economia circular nos processos operacionais, melhorando a pegada ambiental e cumprindo com as metas de sustentabilidade do cliente. Os insumos químicos para as operações de Estações de Tratamento de Efluentes (ETE) também são geridos, garantindo melhor eficiência operacional. 
Ainda relacionado à esse ponto, a empresa conta com uma equipe de especialistas que atuam ao lado do time operacional avaliando o processo e sugerindo alterações de baixo custo refletindo diretamente na qualidade do efluente final tratado e na redução de custos em energia, insumos químicos e eficiência no desaguamento de lodo. 
“Atuamos também com uso de tecnologias para reúso de água dentro das indústrias, garantindo disponibilidade de água em regiões com escassez hídrica. Para municípios, contamos com soluções que visam diminuir as perdas físicas da rede e melhorar sua eficiência graças à detecção de fugas não visíveis utilizando gás hélio como gás traçador” – detalha Niehues. 
Por fim, a empresa também oferece uma solução que identifica consumos de água irregulares por meio de ferramentas de inteligência artificial, além de tecnologias que reduzem significativamente as perdas de água em contas de grandes consumidores através da gestão integral da frota de medidores de grande diâmetro. 
 

Contato das empresas
Veolia:
www.veolia.com
Xylem: www.xylem.com 

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