Jardim Filtrante: Como Tecnologia Ecológica No Tratamento De Efluentes

Na busca por soluções eficientes para o tratamento de esgoto, dada a importância de se tratar a água residual, seja de origem doméstica ou industrial, há muito se busca a melhor opção para este tratamento


Jardim Filtrante: Como Tecnologia Ecológica No Tratamento De Efluentes

 

Na busca por soluções eficientes para o tratamento de esgoto, dada a importância de se tratar a água residual, seja de origem doméstica ou industrial, há muito se busca a melhor opção para este tratamento. No Brasil, predominantemente, utilizamos as chamadas Estações de Tratamento de Efluentes (ETE), no entanto, essas ETEs têm um alto custo de implantação e manutenção. Como alternativa a estas tradicionais ETEs, existem, há mais de uma década, empresas dedicadas ao desenvolvimento de jardins filtrantes. A ideia destes jardins é que, por meio da própria natureza, seja possível purificar a água e manter nessa região de tratamento uma área verde, como um parque, por exemplo, no Brasil, um país onde área não é um problema e uma vez que ele apresenta custo de implantação inferior ao de uma estação tradicional, exige pouca manutenção, é limpo e se aproveita de plantas do ecossistema da própria região. Apesar de exigir uma área maior para sua instalação, ele tem uma capacidade em m³/dia com chance de competir com a de um sistema de ETE, sendo que sua área de tratamento pode ser aberta para a população como uma área de lazer ou para a prática de esportes. Acreditamos que esse seja um sistema de relativa facilidade de implantação, e que traria ao Brasil, uma maior visibilidade dessa prática.

Funcionamento dos jardins filtrantes

Tratamento de água
Em uma primeira filtragem, a água passa em um filtro vegetal, vertical onde a matéria orgânica e o nitrogênio são degradados. Em seguida, na passagem pelo filtro vegetal horizontal, um tratamento complementar é feito para os contaminantes que só podem ser tratados em meio atóxico. A água resultante pode ser captada para reúso. Do contrário, ela atravessa o último jardim, onde terá evaporação total ou parcial pelo processo de evapotranspiração através das plantas e infiltração no solo.Todos os jardins são impermeabilizados com manta de PEAD.

Tratamento de lodo, solo e efluentes
No tratamento do solo, o sistema utiliza múltiplas ações das raízes (aeração, desidratação, fixação de metais pesados e desinfecção). Também utiliza a capacidade das plantas e dos microrganismos no solo de maneira associada. A profundidade média dos jardins para tratamento de solo é de 50 cm. No caso do lodo, a filtragem dos poluentes é feita por degradação bacteriana e enzimática. A redução do volume de lodo chega a 98% quando proveniente de ETEs. Por conta da presença de sedimentos, os jardins têm profundidade média de 80 cm. Os jardins fazem a desidratação do lodo (até 98%) e um pré-tratamento antes da dispersão. Redução dos níveis de NO3- e NH4+ chega a 80%.
Com tecnologia de simples compreensão, os projetos realizados são baseados em 5 princípios dos Jardins Filtrantes: Tratamento; Paisagístico; Biodiversidade; Econômico; e Gestão. O tratamento de esgotos indústrias, por exemplo, além de utilizar vários tipos de plantas, obtém sucesso porque o custo é baixo. "O preço para instalação é apenas 20% abaixo de uma ETE convencional. Porém, a diferença se dá na manutenção que, por não utilizar produtos químicos e a capacitação da mão de obra ser simples, diminui visivelmente os custos em comparação com a ETE.
Os jardins filtrantes também se mostraram opção mais ecológica no tratamento de lodo contaminado e, obviamente, de recuperação e preservação de rios. No caso do lodo, as ações são por meio da Rizosfera. Quarenta tipos de efluentes podem ser tratados e o lodo pode ser reaproveitado.

 

Josimar Vieira dos Reis
Possui graduação em Gestão de Recursos Humanos pela Faculdade de Tecnologia Gestão e Marketing FGM/IBGM (2011), concluiu o curso Técnico em Meio Ambiente na Escola Técnica Regional ETR (2013), concluiu Especialização em Gestão Ambiental na Faculdade Frassinetti do Recife FAFIRE (2015), é professor do Centro de Ensino Grau Técnico.
 

 

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