Museu Água: o legado da AESabesp para São Paulo e o saneamento

Não é de hoje que escutamos falar sobre as mudanças climáticas, aquecimento global, efeito estufa e todos os eventos que envolvem esses fenômenos. O fato é que, as enchentes, o calor extremo e até crise de escassez hídrica são sinais claros


Museu Água: o legado da AESabesp para São Paulo e o saneamento

Não é de hoje que escutamos falar sobre as mudanças climáticas, aquecimento global, efeito estufa e todos os eventos que envolvem esses fenômenos. O fato é que, as enchentes, o calor extremo e até crise de escassez hídrica são sinais claros que o planeta está em estado de alerta. E não podemos esquecer dos impactos devastadores da pandemia de Covid-19. 
Tudo isso traz a necessidade de aumentar a conscientização mundial sobre a importância de preservamos o meio ambiente e os recursos naturais. A educação é uma ferramenta fundamental nesse processo, ou seja, é muito importante falar diretamente com a sociedade, por meio da educação, da cultura e da arte.
E é nesse contexto que a AESAbesp - Associação dos Engenheiros da Sabesp criou a ideia do Museu da Água. “A associação tem uma forte vertente técnica com o fomento do desenvolvimento do setor, compartilhando conhecimento no Encontro Técnico e aproximando as tecnologias disponíveis nos Momentos de Tecnologia e na FENASAN. Por isso, no início da minha gestão me foi lançado um desafio de criar um projeto cultural que tivesse a mesma envergadura da FENASAN, e o desafio foi aceito” – conta Viviana Borges, presidente da AESAbesp.
O objetivo principal é promover ações pelo bem-estar, saúde e a preservação do meio ambiente. Segundo Viviana, o Museu Água quer mostrar para as pessoas como é importante e o quanto elas são afetadas pela água que está nas chuvas, nos esgotos, no organismo e, principalmente, a sua interação com a natureza. 
Nesse sentido, o projeto vai contemplar um espaço interativo, com atividades para todas as idades, com exposições permanentes e temporárias, e mostras itinerantes pelas diversas regiões e outras cidades. “A AESabesp quer oferecer para São Paulo um lugar de experiências para o conhecimento das diversas formas da água, seus usos, sua interação com a natureza e sua importância para a população” – ressalta Viviana. 
Ela destaca também que o Museu pretende estimular o interesse das pessoas pela história do saneamento, a criatividade e o envolvimento da sociedade para a preservação e uso racional da água, sem falar no fomento e apoio à pesquisas e estudos ligados à ciência, tecnologia e inovação, bem como de valorização do setor.
Com isso, a ideia é cultivar a preservação e a difusão cultural do saneamento ambiental, mostrando a tecnologia que há por trás da água da torneira, a evolução tecnológica para conscientização acerca do desenvolvimento e da importância do saneamento ambiental, articulando pesquisa, preservação e comunicação do patrimônio, além de promover a integração social e a cidadania. 
“Precisamos fazer crescer a abrangência do saneamento e para isso conscientizar as pessoas, não somente falar entre nós técnicos. São Paulo tem uma vocação cultural que serve todo o país e visitantes de outros países, por isso nada melhor do que criar um espaço interativo integrado ao circuito cultural da cidade” – complementa Viviana. 
O endereço já está definido, será um polo socioambiental e cultural na região do Parque do Ibirapuera, integrando-se ao Museu de Arte Contemporânea (MAC) e ao Instituto Biológico. Será construído numa área operacional que pertence a Sabesp - Centro de Reservação e Estação Elevatória de Água Tratada França Pinto. 
O local possui uma bela área verde onde será possível aproveitar a praça de integração entre os três espaços culturais - MAC, Museu Água e o Instituto Biológico - a fim de ressaltar a preservação do passado e as instalações operacionais atuais com um olhar para o futuro. Para Viviana, será uma oportunidade de lazer e reflexão sobre a preservação dos recursos naturais tão preciosos para a vida.

Museu Água: o legado da AESabesp para São Paulo e o saneamento

O Projeto     
Como a ideia principal sempre foi fomentar a cultura e arte, nada mais próprio do que criar um concurso para eleger a arquitetura do local. Em outubro 2019, após a edição histórica do 30º Encontro Técnico Fenasan, quando o Museu Água de São Paulo foi anunciado ao setor e à sociedade, abriu-se também espaço para que ideias e planos de arquitetura fossem escolhidos para construção da sede. 
O concurso teve abrangência nacional e buscou as melhores ideias e alternativas arquitetônicas sustentáveis para o restauro e ampliação do edifício da antiga repartição de águas e esgotos, atualmente chamada de Centro de Reservação França Pinto, e implantação do empreendimento cultural Museu Água de São Paulo. 
A seleção dos projetos contou com o apoio de um seleto grupo independente de especialistas em museus e arquitetura que formaram o corpo de jurados, avaliando as soluções mais viáveis e sustentáveis. “O resultado foi excelente, houve uma etapa de apresentação dos projetos finalistas aos jurados, e a premiação dos primeiros colocados ocorreu em fevereiro de 2020 no MAM – Museu de Arte Moderna. O projeto arquitetônico vencedor foi a proposta da SIAA Arquitetos, com cerca de 2400m² de área construída” – conta Viviana. 

Museu Água: o legado da AESabesp para São Paulo e o saneamento

Pensando em uma espécie de linha do tempo, o Museu Água já passou pelas etapas de concepção, projeto arquitetônico, apoio na cessão de área e integração com os vizinhos MAC e IB. Também foi realizado uma concorrência para a escolha dos parceiros para a execução do Projeto Executivo, Plano Museológico e em paralelo foi definida a logomarca, fruto de um patrocínio da Grape, e a aprovação do projeto cultural com incentivo fiscal (Lei Rouanet). 
Além disso, o projeto também foi vencedor do Prêmio Aldir Blanc (PROAC) em 2021. A próxima etapa é a execução da parte paisagística, onde o visitante já começará a sua jornada de experiências em 2022. 
“Em maio deste ano, fechamos uma importante parceria com o Museu Histórico Jorge Nogueira de Carvalho, localizado no Município de Guariba (SP), por meio de um Termo de Colaboração ou Compromisso de Intenções assinado entre a AESabesp e a Prefeitura local. A finalidade do convênio é a troca de conhecimentos com o intuito de associar o Museu Água à experiência de Guariba” – completa Viviana.
Entre os envolvidos e patrocinadores, hoje, a AESabesp – Associação dos Engenheiros da Sabesp tem o apoio da Sabesp, da Revista TAE, da ABIMAQ/Sindesam, Abrafiltros, AAPS, ABAS, ABES, ASEC-Cetesb, AIDIS, Hydro, Portal Tratamento de Água e parceria com a Base7, Instituto Pedra e Grape ESG. 

Museu Água: o legado da AESabesp para São Paulo e o saneamento

Legado para o saneamento
O Museu Água será um potencial difusor do Acervo do Saneamento, reunido e organizado pela Sabesp, que possui natureza museológica, bibliográfica e arquivística, com mais de 230.000 documentos, datados desde 1855 (séc.XIX) até os dias atuais, entre materiais gráficos, textuais e fotográficos, compondo seu acervo arquivístico e 348 objetos tridimensionais, compondo seu acervo museológico. 
Segundo Viviana, serão reunidos documentos históricos, fotografias e outras peças que contarão a história do Saneamento e provocarão reflexões sobre a importância da água. Além do acervo permanente, será um espaço para exposições de temas relacionados à água e ao meio ambiente. “Será inovador, pois reunirá profissionais de diversas áreas de conhecimento para a realização de um trabalho que envolverá diferentes linguagens artísticas, reflexão cultural, conscientização social e educação ambiental” – afirma a presidente da associação. 
De fato, a criação de uma instituição cultural dedicada à preservação e difusão desse patrimônio cultural se dá pela necessidade de conscientizar a população para a importância do saneamento ambiental.  Não existe vida sem água, por isso esse projeto vem em um momento propício e se faz importante e necessário por sua responsabilidade cultural e de educação. “Este será o legado da AESabesp para São Paulo e para o saneamento” – enfatiza Viviana. 
É importante destacar que após ter o projeto aprovado na Lei Rouanet, o Museu Água de São Paulo está habilitado a captar recursos junto a apoiadores – empresas ou pessoas físicas – via lei federal para o desenvolvimento do espaço. 

Museu Água: o legado da AESabesp para São Paulo e o saneamento


Contato
AESAbesp - Associação dos Engenheiros da Sabesp:
www.aesabesp.org.br

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