Tratamento De Efluentes Nas Indústrias De Laticínios

A indústria de laticínios tem como base a produção leiteira, principalmente leite de vaca, cuja produção mundial em 2010, foi da ordem de 600 mil toneladas, sendo os Estados Unidos da América o maior produtor mundial com cerca de 87.500 mil toneladas


Tratamento De Efluentes Nas Indústrias De Laticínios

 

A indústria de laticínios tem como base a produção leiteira, principalmente leite de vaca, cuja produção mundial em 2010, foi da ordem de 600 mil toneladas, sendo os Estados Unidos da América o maior produtor mundial com cerca de 87.500 mil toneladas, seguido da Índia e China com pouco mais de 50.000 e 36.000 mil toneladas ano, respectivamente. Já o Brasil ocupa o 5º lugar no ranking mundial, com produção de cerca de 31.500 mil toneladas ano.

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Ainda segundo a Embrapa, no Brasil, o município de maior produção de leite de vaca em 2010 é a cidade de Castro no estado do Paraná, com 180.000 litros, seguido de Patos de Minas – MG e Jataí – GO, com respectivas produções de 143.000 e 119.000 litros.
O processo produtivo do leite, considerando o recebimento na usina, é descrito sucintamente pelo fluxograma a seguir, onde é apresentado, os detalhes da cadeia produtiva
Recebimento e estocagem: O leite é descarregado dos caminhões através de bombas em sistema de circuito fechado e encaminhado para tanques refrigerados.
Clarificação: Este processo é responsável por eliminar qualquer tipo sólido que eventualmente está presente no leite, através da centrifugação ou filtração por membranas, muito similar aos utilizadas para tratamento de água.
Pasteurização: Etapa onde há o aquecimento do leite seguido de resfriamento, com o objetivo do controle microbiológico.
Envase: Após o processamento, o leite é envasado em garrafa pet, saquinhos plásticos e/ou embalagens do tipo longa vida.

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A geração de efluente está intimamente vinculada com a higienização de tanques de recebimento e produto acabado, bombas, tubulações e pisos e também com a ocorrência de derrame ou estouro de embalagens na linha de produção e estoque.
Considerando todos estes aspectos, para cada litro de leite recebido na usina há a geração de 4.0 a 12 litros de efluente, já no processamento este volume pode variar de 1.5 a 18 l por litro produzido. Considerando toda a cadeia produtiva, são comuns valores da ordem de 1 a 10 litros de efluente por litro de leite processado, lembrando que esta relação varia e muito de acordo com o tipo e por da instalação industrial.
As principais características do efluente gerado na indústria de leite sem queijaria é apresentada resumidamente na tabela abaixo:

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Quanto às técnicas de tratamento, o efluente da indústria de laticínio de modo geral é muito biodegradável e requer até duas etapas, o tratamento primário e secundário. O tratamento primário possui a função fundamental de remover o material gorduroso, para tanto são empregados à caixa de gordura ou do sistema de flotação por ar dissolvido (apresentado na edição anterior).
A caixa de gordura tem seu principio de funcionamento baseado na diferença de densidade e também pela baixa miscibilidade entre a gordura e a água, abaixo segue o esquema geral deste equipamento com chicanas.

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Com o tempo de residência hidráulica médio de 30 minutos, boa parte da gordura se separe naturalmente na água, subindo para a superfície devido a menor densidade. O material então fica retida lá devido às configurações das chicanas que forçam somente a água escoar por baixo. Muitas caixas de gordura disponíveis no mercado utilizam materiais de enchimento no compartimento interno ou diversas chicanas, para auxiliar ainda mais a eficiência de remoção do material oleoso.
O principalmente beneficio desta tecnologia em relação ao sistema de flotação por ar dissolvido (FAD), está no baixo consumo de energia e produtos químicos, alinhada com menor investimento inicial, porém operacionalmente a qualidade do efluente tratado por FAD sempre será superior, pois além da separação natural, há também o efeito adicional do arraste com as bolhas de ar.
Concluída a etapa primária, o efluente segue para o tratamento secundário composto pela etapa de degradação da matéria orgânica via biológica, preferencialmente por lodo ativado ou lagoa aeróbia, pois devido à elevada carga orgânica certamente haverá geração de fortes odores em sistemas anaeróbios como lagoas anaeróbias, filtros biológicos e reator tipo UASB.

 

 

Henrique Martins Neto
Engº Químico – Especialista em Química Ambiental
EQMA Engenharia & Consultoria Ltda - ME
Tel.: (19) 3301-1161 | Cel.: (19) 9-9377-1661
E-mail.: henrique@eqma.com.br
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