Editorial

O ano de 2017 apresentou um cenário diferenciado para o saneamento no país, com acontecimentos que podem marcar novos rumos para o setor. Certamente no atual momento político e econômico há muita margem para discussão


Um novo tempo
O ano de 2017 apresentou um cenário diferenciado para o saneamento no país, com acontecimentos que podem marcar novos rumos para o setor. Certamente no atual momento político e econômico há muita margem para discussão, mas se bem implementados, há pontos que podem representar avanços significativos a médio e longo prazo.
O estabelecimento de PPPs – Parcerias Público-Privadas – evidenciado no período, tem cada vez mais se mostrado como uma nova luz para que o saneamento ganhe impulso e melhor qualidade, uma vez que com raras exceções, os Estados têm apresentado déficits significativos de orçamento e gestão, que comprometem os serviços efetivamente disponibilizados ao consumidor. Fato é que aberta a possibilidade através do BNDES, muitos Estados prontamente se candidataram a essa alternativa.
Outro ponto a considerar é o prazo até 31 de dezembro de 2017, para que os municípios apresentem os Planos Municipais de Saneamento (PMSB) em conformidade ao decreto federal 8.629/2015, que estabelece o impedimento de acesso às verbas da União de saneamento para as cidades que não elaborarem o planejamento, que deve contemplar o abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas. Os planos estão previstos na Lei de Saneamento Básico 11.445/2007 e inicialmente o prazo era 2010, foi prorrogado para 2013, posteriormente para 2015 e atualmente para 2017. Segundo estudo da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, dos 5.570 municípios brasileiros, 30% afirmaram ter elaborado o PMSB e 38% que estão em elaboração. O governo tem afirmado que não haverá nova prorrogação do prazo.
As cartas estão na mesa e os próximos anos mostrarão os efeitos práticos dessas ações, sendo certo que é preciso ter acompanhamento, vontade política e gestão eficiente para que possamos ter os necessários avanços para o saneamento, que reflete diretamente na qualidade de vida da população.
Nessa última edição do ano, trazemos uma análise sobre como reduzir o desperdício dos recursos hídricos; os avanços da dessalinização no Brasil; o desafio de contaminantes emergentes no saneamento básico; vantagens na automação de ETAs e ETEs; o uso de sensores e inteligência artificial para detectar falhas e a qualidade dos sistemas de tratamento nas análises laboratoriais; e muito mais.
Que 2018 traga dias ainda melhores, nos quais os exemplos positivos prevaleçam e as mudanças pelas quais o País passa representem a reconstrução de um novo tempo de progresso e desenvolvimento. Desejamos a todos os votos de boas festas e um ano repleto de realizações, paz e saúde.

 

Boa leitura e até o próximo ano!

 

Rogéria Sene Cortez Moura
Editora

 


 

Conselho Editorial:
Adriano de Paula Bonazio; Alice Maria de Melo Ribeiro; André Luis Moura, Douglas Moraes; Eric Rothberg; Fábio Campos; Geraldo Reple Sobrinho; Jeffrey John Hanson; João Batista Moura; João Carlos Mucciacito; José Carlos Cunha Petrus; José Luis Tejon Megido; Laíssa Cortez Moura; Lucas Cortez Moura; Luciano Peske Ceron; Marco Antônio Simon; Patrick Galvin; Paul Gaston; Paulo Roberto Antunes; Ricardo Saad; Robert Scarlett; Santiago Valverde; Tarcia Davoglio; Tarcísio Costa; Valdir Montagnoli.

 

Colaboraram nesta edição:
Edgard Luiz Cortez (Iteb); Ricardo Gonçalves e Juliano de Almeida Andrade (Oxi Ambiental); Geraldo Chaves (Hemir); Willian S. Castro (WMF); Francisco Queiroz e Nilson R. Queiroz (Tecitec); Igor Freitas, Benedito Ayres Neto e Marcio Cipriani (Bauminas); Vanessa Bianca de Lima Madalone Sciamana (Tanks BR); André Luis Moura e Valdir Montagnoli (Laffi Filtration); Ana Beatriz Valim (Solenis); Dr. Emílio Gabbrielli (IDA); Clever Murilo Pires (Instituto Livre Ser); Eline Simões Gonçalves (LabMAM) e (CESTEH/ENSP/FIOCRUZ); Fábio Campos (USP); Amanda Zeferino Cabral (IFSP-São Roque); Édison Carlos (Instituto Trata Brasil); Pedro Scazufca e Álvaro Menezes (GO Associados); Douglas Miranda de Almeida (Bentley); Alex Orellana (Sabesp); Marcelo Wicthoff Pessoa (Schneider Electric); Cassius Barros (Yokogawa); Roberto Pereira Junior (Danfoss); Marisol Modesto, Ernesto Waller, Alexandre Magno e Rafaela Santos (Suez Water); Lilian Hengleng (Phytorestore); Carolina Cione Coppi (Quimi Quali).

Publicidade