Automatização dos sistemas de Eta e Ete garante economia e padronização dos procedimentos

Tecnologia em prol da qualidade nos processos


Automatização dos sistemas de Eta e Ete garante economia e padronização dos procedimentos

Em 2004, durante uma palestra na Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, Bill Gates comentou que quando estava na escola, o computador era visto como uma coisa assustadora. Segundo o fundador da Microsoft, as pessoas pensavam em como desafiar essa "máquina do mal", que sempre fazia contas que não pareciam corretas, mas que ninguém pensou naquilo como uma ferramenta poderosa. Atualmente, esse poder da tecnologia está mais do que comprovado e favorece, inclusive, as estações de tratamento de água (ETA) e as estações de tratamento de esgotos (ETE), que se deparam, a cada dia mais, com os benefícios provindos da automatização dos processos.
Qualidade no produto final e economia são as palavras que melhor definem as vantagens proporcionadas pela automatização dos processos às ETAs e ETEs. "São inúmeros os benefícios de um sistema automatizado, sendo que podemos citar alguns principais como: maior controle sobre gastos de insumos da unidade, redução do consumo de energia, redução dos produtos químicos utilizados, otimização de mão de obra, aumento de produtividade, além de um maior controle e consequente padronização na qualidade do produto final, com a ação em tempo real do sistema de automação na correção de parâmetros para o tratamento da água ou do efluente. Também podemos citar como vantagem o monitoramento do tempo de funcionamento dos equipamentos, possibilitando a implantação de um sistema de manutenção preventiva, em que o sistema de automação informa quando um dado equipamento atingiu uma quantidade de horas de funcionamento que indica a necessidade de calibração ou manutenção. Outro benefício é Automatização dos sistemas de Eta e Ete garante economia e padronização dos procedimentosa disponibilização de informações em tempo real e histórica, permitindo que as áreas de projetos possam estudar o comportamento do sistema ao longo de um dado período e readequar ou planejar os futuros investimentos ou alterações no processo em questão", afirma Ronaldo José Ferrraz, diretor comercial da Roque Correia Automação.
De acordo com o gestor de produtos da Festo, André Levi Gesso do Amaral, a automatização dos processos nas estações de tratamento de água e efluentes, traz mais confiabilidade ao sistema. "Os principais benefícios oferecidos pelos sistemas de automatização são padronização do processo e mais qualidade no produto final, otimização do processo, o que possibilita a realização de operações simultâneas, rapidez e eficiência, que caracterizam o alto desempenho do sistema, e a confiabilidade na operação", destaca.
Segundo Leandro Abramson Silva, coordenador de produtos da Tetralon a principal vantagem a ser destacada nos sistemas de automatização é a redução de custos, tanto operacionais como de suprimentos, pois o sistema armazena as informações em banco de dados permitindo assim um controle estatístico e análise mais aprofundada do processo.

Automatização
Com a constante evolução da tecnologia, basicamente não existem limites na automação dos processos de captação, tratamento e distribuição de água potável ou de coleta e tratamento de efluentes. "Assim, tomando uma ETA como exemplo, podemos afirmar que todos os sub processos da mesma, podem ser automatizados, desde a entrada da água na calha parshall, até o seu recalque para centros de reservação ou diretamente em redes com distribuição em marcha", explica Ronaldo José.
Em geral, a automação é dividida em tecnologia ou tipo de equipamentos que unidos proporcionam muitos benefícios para o cliente. Para André, a automatização pode ser divida em dois grupos. O primeiro deles reúne os processos chamados de "elementos de campo", ou seja, válvulas (borboleta, esfera, guilhotina etc.) e comportas que controlam a vazão do meio, instrumentos de processo que controlam variáveis como nível, vazão, pressão etc. que são importantes para o bom funcionamento do processo e instrumentos analíticos que controlam variáveis como PH, turbidez, cor etc. que são importantes para a qualidade do produto final. Outra classificação são os "elementos de controle e monitoramento", que são os controladores lógicos programáveis, responsáveis pela inteligência programada do processo e sistemas supervisórios que são responsáveis pelo monitoramento das variáveis do processo e da qualidade do produto final.
De acordo com Leandro Abramson da Tetralon "é mais comum encontrar as automatizações nos processos de análises físico-químicas, porém temos casos onde todo o sistema está sob gestão de controladores, mesmo quando não são sensores analíticos, como: válvulas, aeradores, sensores de fluxo, acionamento de bombas, entre outros."
Na opinião de Ronaldo José, não há limitação para a automatização das estações de tratamento de águas e efluentes. Segundo o diretor comercial da Roque Correia automação, o único fator que pode limitar o processo são as condições econômicas e culturais das empresas. "A limitação na automação destes processos geralmente estão relacionados com recursos financeiros disponíveis, falta de conhecimento do cliente, cultura da empresa, entre outros. Dentre estas limitações, a que consideramos mais impactante é a cultura da empresa, principalmente em unidades distantes dos grandes centros urbanos, onde a mão de obra utilizada na operação do sistema muitas vezes tem severas restrições à modernização do processo, bem como, a falta de mão de obra especializada nos setores de automação, instrumentação e elétrica, na região também é limitante na tomada de decisão quando o assunto é automação", comenta.

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Segurança
Uma das principais características da automatização dos sistemas de tratamento de água e efluentes é a segurança dos processos. De acordo com o gestor de produtos da Festo, os riscos oferecidos pela automação dos sistemas de ETAs e ETEs são mínimos. "Quase não há riscos quando se trata do sistema de automação correto, só há benefícios. Há riscos quando se trata de um sistema de automação ultrapassado ou com tecnologia inferior. Por exemplo, se compararmos os sistemas de automação com atuadores elétricos e pneumáticos, podemos ver diversas vantagens e benefícios da tecnologia pneumática, que proporciona maior segurança, produtividade e com menor custo", afirma André.
O gestor da Festo ainda destaca outros aspectos que comprovam a segurança do sistema "Em uma eventual falta de energia, os atuadores elétricos necessitam de uma pessoa para operá-lo a fim de levar a válvula para posição de emergência. Quando se fala de atuador pneumático, isso ocorre automaticamente, evitando desperdício de tempo, de mão de obra, de água etc. que tudo se resume numa só frase: desperdício de dinheiro. Outro ponto de destaque é quanto à instalação em ambiente externo, pois sabemos que em estações de tratamento de água e efluentes, a maioria dos atuadores ficam expostos ao ambiente. No caso dos atuadores elétricos, há riscos de superaquecimento do motor, condensação interna, descarga elétrica, etc. enquanto que no caso do atuador pneumático isso não ocorre", ressalta.
Ronaldo José concorda que a automatização dos sistemas das ETAs e ETEs é um procedimento seguro e de baixo risco. "Com o avanço da tecnologia, os equipamentos que se destinam a automação de sistemas de tratamento de água e efluentes ficaram robustos, tanto mecanicamente, quanto nos quesitos elétricos e funcionais. Sempre afirmamos que se vivêssemos de manutenção em equipamentos de automação, morreríamos de fome, pois sistemas bem projetados, especificados e instalados raramente apresentam problemas. Temos casos, em que há redes de automação funcionando por mais de 12 anos sem uma parada para manutenção corretiva. Logo, consideramos que os riscos são atrelados a uma escolha errada da tecnologia de automação, a qualidade dos materiais e mão de obra utilizados na sua implantação e em especial na forma que este sistema é mantido após sua implantação, pois se o cliente final não gerar um procedimento de manutenção preventiva que atenda as determinações dos fabricantes dos diversos equipamentos, bem como, que não execute estas manutenções com mão de obra adequada, certamente ao longo do tempo, o sistema irá se deteriorar, causando então, problemas na operação do sistema", declara.

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Apesar de ser segura, a automatização dos sistemas para o tratamento de águas e efluentes requer alguns cuidados como a escolha de um projeto bem concebido, das tecnologias e da mão de obra. "Logo, sempre indicamos aos nossos clientes que contratem empresas com uma estrutura adequada para a execução do projeto, que possuam procedimentos de trabalhos o que se confirma com a certificação ISO 9001", afirma Ronaldo José.
Já para Leandro o principal problema ocorrido é referente a mão de obra não especializada utilizada para operação do sistema, "nossos equipamentos são facilmente manipulados e intuitivos, porém temos encontrado alguns problemas na operação do sistema, o que nos fez investirmos cada vez mais no treinamento de nossos clientes", complementa.
André destaca a necessidade de flexibilidade dos processos como um cuidado fundamental. "A não flexibilização da operação é um perigo que deve ser evitado. Deve-se padronizar, mas continuar tendo a flexibilidade para eventuais alterações no processo para melhorar a produtividade e/ou a qualidade do produto final", ressalta.
O gestor de produtos da Festo também comenta sobre a atenção com as especificações dos equipamentos. "Deve-se tomar cuidado na especificação dos equipamentos de campo em conjunto com os sistemas de controle, para que haja interoperabilidade entre ambos, evitando perda de tempo no comissionamento e start-up, além do mal funcionamento do sistema. Também é necessário o cuidado com o monitoramento de todas as variáveis em diferentes pontos ou partes do processo para garantir uma boa qualidade do produto final", explica.

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Tendências e inovações
Como tudo o que está relacionado à tecnologia, os sistemas de automação está sempre em constante evolução, inovando o mercado. O gestor de produtos da Festo, apresenta uma das novidades da empresa. "A principal novidade ou tecnologia que a Festo vem empregando em sistemas de automação de estações de tratamento de água e efluentes é a tecnologia CTV, que significa ‘Caixa com Terminais de Válvulas’, que proporciona ao cliente final a possibilidade de descentralizar a automação com inteligência, fazendo uma instalação híbrida e, desta forma, otimizando os custos. Com esse conceito a instalação fica mais ‘clean’, mais confiável, mais barata, pois precisa somente de um cabo de rede para interligar painéis estrategicamente distribuídos no campo, que por sua vez, interligam as válvulas e instrumentos de cada processo a fim de fazer o controle distribuído de forma mais rápida e também desonerando a sala de controle", afirma André.
Leandro Abramson destaca que o mercado é dinâmico e sempre existem novidades, "para isto a Tetralon conta com um centro de pesquisas, o que permite termos uma agenda de novas tecnologias e equipamentos durante todo o ano", afirma.
Quando o assunto é novidade do setor, Ronaldo José prefere destacar as tendências. "Uma delas está relacionada ao meio de comunicação, onde vemos que na área de automação, todos os indicativos apontam para a utilização de rede ethernet em todos os níveis de automação, sendo que a limitação maior hoje está na área de instrumentação, pois ainda são poucas as ofertas de instrumentos de campo para redes ethernet, mas este cenário vem mudando", informa.

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