Pós-Crise, Setor De Tratamento Acena Positivo Para 2019, Mas Com Dificuldades Ainda Em Saneamento

2018 foi um ano que colocou à prova os mercados de tratamento de água, efluentes, esgoto, saneamento, produtos químicos, industrial, peças e serviços e outros do setor. O saldo pós-crise é recuperar o fôlego


Pós-Crise, Setor De Tratamento Acena Positivo Para 2019, Mas Com Dificuldades Ainda Em Saneamento

 

2018 foi um ano que colocou à prova os mercados de tratamento de água, efluentes, esgoto, saneamento, produtos químicos, industrial, peças e serviços e outros do setor. O saldo pós-crise é recuperar o fôlego, que mostrou sinais de melhoras já durante o ano passado, impulsionando o otimismo para 2019. O mercado de saneamento, onde já se viu?: em vez de avançar, recuou, o que é grave, porque sua meta é a universalização até 2033. Mas, em 2019, o setor vai continuar discutindo o assunto com o governo e, inclusive, com a sociedade, que precisa se posicionar também. Veja um balanço do mercado e o que se espera para 2019.

Comportamento em 2018
2018 foi desafiador com grande reflexo da crise que o País passa conciliada com o período político. "Não houve nenhuma reação do mercado de tratamento de águas e efluentes nos três primeiros trimestres, mas, após as eleições, o mercado demonstrou pequena reação e grande otimismo para 2019" – observa Carlos Damiao de Souza, engenheiro de aplicação e vendas da Aerzen do Brasil.
Para Renato de Carvalho, do marketing da B&F Dias. o mercado de tratamento de efluentes retomou o investimento de forma significativa tanto na indústria como nas companhias de água e esgoto. "Muitos projetos congelados ou suspensos devido à crise foram executados. Fechamos o ano com crescimento superior a 100% em relação a 2017. Continuamos otimistas para 2019 – comenta.
O mercado industrial mostrou-se tímido em 2018, mas com alguns investimentos na área alimentícia, química e de mineração. Para 2019, a expectativa é boa. "Os entraves e indefinições políticas de 2018 (eleições) não estarão presentes. O medo de investimento em um mercado repleto de incertezas será reduzido e novos projetos irão surgir e poderão acontecer ainda em 2019" – analisa Luiz Ramos, gerente de mercado da Andritz.
Para peças e serviços, durante 2018, houve leve melhora no mercado industrial. "A não possibilidade de investimentos em equipamentos novos acarreta na obrigatoriedade de se manterem os equipamentos existentes operando" – explica Marieli Silveira, engenheira de vendas da Andritz.
Não foi um ano fácil para a Suez Water Technologies & Solutions, de acordo com Eduardo Pavani, vice-presidente sênior da empresa para a América Latina. "Foi um ano atípico por conta do contexto político e econômico no Brasil, Argentina e México. Na indústria, os grandes investimentos ficaram parados durante muito tempo. Mesmo assim, obtivemos grandes conquistas nos setores de óleo e gás e alimentos e bebidas" – relata.
Igor Freitas, gerente de marketing do Grupo Bauminas, diz que o mercado de tratamento de efluentes de processos industriais tem ligação direta com a performance econômica do País. Segundo ele, o mercado de produtos químicos para tratamento de água e efluentes no Brasil, em 2018, teve tímido crescimento. "Já o de saneamento, apesar de certa blindagem quanto à situação econômica por ser bem essencial, conta com inúmeras variáveis, tais como disponibilidade de água para tratamento e índices pluviométricos, principalmente nas regiões de mananciais e estações de tratamento" – ressalta.

 

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O mercado municipal e privado de saneamento foi muito ruim em 2018, segundo Ramos, da Andritz. "Com poucos investimentos de novas obras e equipamentos, porém, com muitos projetos, o que nos deixa otimistas, pois os projetos de 2018 já começaram a aparecer como solicitações – licitações e concorrências – para execução de obras em 2019" – salienta.

 

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Como foi ano com eleições presidenciais, todos os mercados ficaram meio estagnados. "No caso do saneamento básico, raras foram as propostas de parceria pública com o setor privado e poucos contratos foram assinados. A Suez trabalhou muito prestando serviços de controle de perdas de água tratada para companhias estaduais. A Sabesp e a Compesa conseguiram combater o desperdício e economizar milhões de m3 de água potável, utilizando nossos serviços" – conta Federico Lagreca, diretor comercial da Suez Brasil.
O mercado de saneamento não começou muito ativo em 2018, mas foi se fortalecendo no decorrer do ano. "Pensava-se que as eleições e a troca de governo levariam a uma parada, mas ocorreu o contrário. A atividade fortaleceu-se no segundo semestre com negociações e concorrências. 2018 acabou melhor do que se previa e sedimentou boas perspectivas para 2019" – analisa Mario Ramacciotti, diretor-geral da Xylem Brasil.
O mercado de água e efluentes se comportou em 2018 como em 2017 e 2016. Segundo Roberval Tavares de Souza, presidente nacional da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES), para o saneamento 2018 não foi bom. Os investimentos ficaram abaixo do planejado pelo Plano Nacional de Saneamento (Plansab), que previa R$ 20 bilhões e deve fechar 2018 com R$ 12 bilhões. Ficou para trás um planejamento que deveria ter sido feito de R$ 8 bilhões. Isso ocorreu devido à crise hídrica (2014/2015) que impactou nos investimentos porque as empresas precisaram replanejar e dar prioridade aos recursos hídricos. Outro ponto foi a crise econômica do País (2016/2017/2018).
De acordo com o presidente da Abes, um terceiro ponto, que levou o mercado a um passo atrás, foi a discussão do governo sobre as mudanças no Marco Legal do Saneamento de outubro de 2017 até julho de 2018, quando Temer editou a Medida Provisória 844 e todo o mercado se voltou para discutí-la, o que prejudicou o avanço do saneamento. "As empresas privadas que já tinham negociações em andamento acabaram recuando, assim como as empresas públicas, os Estados e os municípios, devido à forma da contratualização dos municípios. O governo trouxe insegurança jurídica para o setor com a MP 844 – aponta Souza.

 

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Movimento do setor
Segundo Carvalho, da B&F Dias, inovar nunca foi tão necessário. "Este mercado historicamente sempre se movimentou sob muito desafio em todos os aspectos, o que ajudou para que os players não só entreguem valor, qualidade e experiência aos seus clientes, mas busquem soluções que se perpetuem e se destaquem" – observa.
O cenário é de muito otimismo e projetos pulverizados. "O mercado necessita de investimento, ampliações e novas tecnologias que favoreçam a inovação para tornar o tratamento de águas e efluentes mais eficiente e com menores custos de operação" – propõe Souza, da Aerzen do Brasil.
As condições são ainda melhores do que em 2018 para o mercado das águas industriais. "O grande desafio é se adaptar ao momento atual com a macroeconomia marcada por alta instabilidade do câmbio e pelas incertezas que geram mudanças políticas nas principais economias da América Latina, o que afeta as condições para se fazer negócios em setores industriais" – analisa Pavani, da Suez.

 

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De acordo com Mariele, da Andritz, espera-se que, em 2019, haja melhora nos investimentos em manutenção com a retomada de plantas que tiveram baixa de operação na crise. As ETEs/ETDIs/ETAs devem passar por revisões para serem mantidas em boas condições. "A Andritz trabalha com contratos de manutenção nos quais se torna corresponsável pelos equipamentos instalados, minimizando os impactos de manutenção para os clientes e possibilitando a operação contínua da planta" – explica.
Na opinião de Ramos, da Andritz, o mercado hoje está em ascensão. "As companhias privadas de saneamento possuem contratos longos (20 anos) e estão muito preocupadas com qualidade, desempenho e custos operacionais. Pelo investimento que fazem, procuram parceiros que possam atingir estas metas" – afirma.
"Estamos dependendo da conjuntura que o novo governo vai trazer. Só depois as empresas de infraestrutura vão poder se movimentar. Os desafios são os mesmos: trabalhar para que os municípios tomem consciência de que os problemas do saneamento básico são tão graves que só serão resolvidos se levadas em conta todas as alternativas" – aponta Lagreca, da Suez Brasil. Ele cita, em especial, as PPPs, em que a expertise das empresas privadas pode contribuir para soluções de operação, investimento e emprego de novas tecnologias.  
Para Freitas, da Bauminas, é um mercado maduro que cresce em ritmo lento nos últimos anos, visto que, por ser a nona maior economia do mundo, o Brasil ainda tem índices de acesso à água e ao esgoto tratado bem abaixo dos esperados. A piora da situação econômica provocou grave crise nas esferas federal, estadual e municipal e consequente reflexo nas companhias estaduais e autarquias municipais, que pressionam os fornecedores a reduzir os custos dos seus insumos. "O cenário competitivo e a pressão de aumento nos custos de matérias-primas fazem com que, mesmo com boa gestão, as empresas tenham impacto negativo em suas rentabilidades.
É necessário melhorar os índices de tratamento de água e efluentes e a condição econômica para gerar um círculo virtuoso de crescimento e beneficiar a população brasileira" – adverte.
Os desafios são grandes e bem conhecidos. "Os índices ainda muito baixos na coleta e tratamento de esgoto precisam melhorar, pois a falta de coleta e tratamento é um problema de Saúde Pública. No Brasil, um pouco mais de 50% têm acesso à coleta de esgoto e um pouco acima de 40% deste esgoto possuem tratamento. São mais de 100 milhões de brasileiros que não têm acesso à coleta de esgoto. É uma parcela muito grande da população e mostra quanto ainda temos a evoluir" – alerta Ramacciotti, da Xylem Brasil.

 

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Com relação à água, os índices são melhores. "Mais de 80% dos brasileiros têm acesso à água, mas as perdas são superiores a 35%, em média, mais de um terço da água produzida" – contabiliza. Ao ver estes dados, fica fácil entender porque a universalização ainda está muito distante. "Precisaríamos investir mais de R$ 20 bilhões por décadas para que ela chegasse aos brasileiros. Os desafios são visíveis, mas os recursos não, proporcionando esta dicotomia entre as necessidades e a realidade de investimentos anuais" – aponta Ramacciotti.
Conforme Souza, da Abes, com a nova Medida Provisória 844, para que o saneamento avance em 2019, é importante o diálogo com o novo governo. A MP continua com os mesmos problemas, principalmente quanto ao ganho de escala, que o governo anterior retirou do atual modelo, o que, segundo ele, pode desestruturar o setor de saneamento. "As mudanças e as melhorias do Marco Regulatório devem acontecer. A Abes é favorável a isso e à união dos setores público e privado para tirar o saneamento do cenário lamentável em que se encontra, levar água, coleta e tratamento de esgoto para todos os cidadãos brasileiros, mas o texto existente é pior que a situação atual" – afirma o presidente da entidade.
Daqui para a frente, ele diz que o desafio é cumprir o que diz o Plansab, que estabeleceu um planejamento de 20 anos (2014 até 2033) para que a universalização do saneamento aconteça. "Passados ciclos de cinco anos, o Plansab fará uma revisão em 2019 para recalibrar os investimentos e cumprir a lógica da universalização. Com programas inovadores e o apoio do governo e da sociedade, conseguiremos atingí-la até 2033" – planeja Souza, da Abes.

Cooperação, parceria e inovação
Segundo Freitas, da Bauminas, com o início do governo Temer, houve grande expectativa de forte movimento de privatizações e PPPs no setor de saneamento. "Esse fato colocou o tema em pauta na mídia e poderia impulsionar o crescimento do mercado. Porém, houve uma pequena evolução no plano proposto e a MP do Saneamento, que continha importantes avanços, não foi aprovada até sua data final e perdeu a validade. Os investimentos do governo em saneamento ainda estão muito aquém do necessário e a perspectiva no curto prazo não é tão positiva devido à situação econômica herdada" – analisa.
Para Ramacciotti, da Xylem, como a Medida Provisória não evoluiu no Congresso e perdeu a validade, é preciso esperar um pouco. "Com os novos governadores e o novo presidente, veremos o que será proposto para acelerar os investimentos neste setor" – pondera.
A parceria entre as companhias e as empresas privadas na modalidade contrato de performance é a grande novidade. "No contrato, as companhias estabelecem metas de redução de perdas de água tratada e remuneram as contratadas de acordo com o resultado.
É o modelo onde todos saem ganhando: o Poder Público, as empresas e a população, que tem sido mais bem atendida com água de qualidade" – salienta Lagreca, da Suez Brasil.
A cooperação está sendo um importante fator para o fortalecimento do setor, além de haver interessantes movimentos no incentivo à inovação. "Exemplo disso é a Sabesp, que promoveu o primeiro pitch do setor, buscando ideias inovadoras que tragam solução para a instituição e seus clientes. Hoje, investimento é tratado de forma muito criteriosa. A crise teve seu lado bom para criar um novo perfil de gestão voltado para as ideias, as empresas e seus objetivos finais" – avalia Carvalho, da B&F Dias.

 

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"O mercado está cada vez mais exigente quanto a controle de processo e automação, equipamentos conectados, Internet das Coisas (IOT), Indústria 4.0, etc. Já contamos com ferramentas de última geração para atender a esta demanda" – afirma Ramos. Nas aplicações da Indústria 4.0, por exemplo, a Andritz tem sistemas validados em diversos segmentos, principalmente de papel e celulose. "A Indústria 4.0 é responsável pelas novidades no mercado por meio da instalação de sistemas de monitoramento inteligentes, sempre visando à redução de falhas operacionais com informação online e in time" – ressalta Marieli Silveira.

 

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Souza, da Aerzen do Brasil, diz que o setor de máquinas e equipamentos se reinventou, trazendo para o mercado nacional equipamentos mais eficientes e com baixos custos de operação e manutenção. "Estamos lançando um equipamento para sistemas de aeração que garante eficiência energética associada a um custo de manutenção zero através de tecnologias desenvolvidas pela Nasa. Queremos revolucionar o mercado de tratamento com equipamentos cada vez mais eficientes e vida útil prolongada" – afirma.
Em relação à prestação de serviços de tratamento de água para a indústria, a Suez WTS teve um faturamento quatro vezes maior do que no ano anterior. "As soluções oferecidas aos clientes industriais estão atendendo às necessidades de operação e de processo demandadas. Além disso, a nova Unidade de Negócio da Suez para o setor industrial, depois da aquisição da GE Water, está gerando uma sinergia de alto valor para os clientes" – reconhece Pavani.
O investimento e a expansão na planta de produção de produtos químicos altamente inflamáveis para a América Latina levaram a Suez à liderança dessa categoria no mercado de óleo e gás. "Conquistamos ainda contratos na Argentina, Brasil, Chile e Peru para tratar água de grandes setores industriais, tais como, óleo e gás, alimentos e bebidas, mineração etc." – conta Eduardo Pavani.

Perspectivas e expectativas para 2019
Soando como brincadeira, mas falando sério sobre o assunto, Lagreca, da Suez Brasil, diz que as perspectivas mantêm-se boas porque o déficit do acesso aos serviços de água e esgoto no Brasil continua gigantesco. "Os municípios têm metas de universalização do acesso à água de qualidade e aos serviços de esgotamento sanitário e nós, empresas especializadas em saneamento, estamos aqui para ajudá-los a cumprir" – garante.

 

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A perspectiva para 2019 ainda é a manutenção de um ritmo tímido de crescimento do mercado. "O volume de investimentos do governo em saneamento ainda será baixo, porém a retomada da confiança poderá impulsionar novos investimentos privados muito benéficos para o setor" – avalia Freitas, da Bauminas.
Diante do que Carvalho disse como cenário de 2018, análise do comportamento mercadológico nestes anos de crise e novo perfil de gestão e investimentos, a B&F Dias chegou a um resultado positivo tanto quantitativamente quanto qualitativamente. "Nossa perspectiva é muito clara em direção a produzir mais e contribuir para o avanço na melhoria dos índices de saneamento. "A expectativa é que os investimentos continuem crescendo e os incentivos à inovação se tornem cada vez mais ‘comuns’" – diz.
Espera-se um 2019 com muitas realizações no saneamento. "Com os números alarmantes de coleta e tratamento de esgoto e ainda a escassez hídrica que atinge algumas áreas, podendo retornar em outras, os governos municipais, estaduais e federal devem agir para diminuir o problema. Novas tecnologias trarão redução do consumo de energia e tratarão os novos elementos presentes na água, além de uma evolução na desinfecção com mais uso de equipamentos não poluentes, como ultravioleta e ozônio" – prevê Ramacciotti, da Xylem Brasil.
A meta é conseguir avançar neste ano com o saneamento no Brasil. "Para 2019, precisamos nos unir para que seja aprovado um texto que reflita melhor o que a sociedade espera do saneamento do País" – conclama Souza, da Abes.
Será um ano desafiador. "Temos grandes projetos na América do Sul, incluindo o Brasil. Queremos propagar o conceito de integração de tecnologias. Para isso, lançamos o ‘Performance³’, que integra os três sopradores da Aerzen para sistemas de aeração: lobulares, parafusos e turbo" – destaca Carlos Damiao de Souza.

 

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"Esperamos que o nosso portfólio de soluções e serviços prossiga atendendo às necessidades da indústria latino-americana, desenvolvendo também a parte digital para ajudá-las a se tornarem mais inteligentes" – projeta Pavani, da Suez Water América Latina.

 

Contato das empresas
ABES:
www.abes-sp.org.br
Aerzen: www.aerzen.com.br
Andritz: www.andritz.com
Bauminas: www.bauminas.com.br
B&F Dias: www.bfdias.com.br
Suez: www.suez.com
Xylem: www.xyleminc.com

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