Bombas De Alta Capacidade Garantem Abastecimento E Tratamento De Água E Esgoto

No último ano, o Brasil passou por um dos maiores períodos de seca registrados nos últimos 50 anos. A crise de abastecimento foi tão intensa, que muitos municípios tiveram de fazer racionamento por longos períodos


Bombas De Alta Capacidade Garantem Abastecimento E Tratamento De Água E Esgoto

 

No último ano, o Brasil passou por um dos maiores períodos de seca registrados nos últimos 50 anos. A crise de abastecimento foi tão intensa, que muitos municípios tiveram de fazer racionamento por longos períodos. Este ano, a situação melhorou, com as frequentes chuvas, principalmente na região Sudeste, e com as manobras e ações propostas. Como referência na primeira quinzena de julho, o sistema Cantareira apresentou índices:
- Cantareira: 76,9% da capacidade;
- Alto Tietê: 46,4% da capacidade;
- Guarapiranga: 89,3% da capacidade;
- Alto Cotia: 99,3% da capacidade;
- Rio Grande: 81,3% da capacidade;
- Rio Claro: 95,5% da capacidade.
Mas não bastam as chuvas para que a água chegue ao destino final. Uma parte extremamente importante, tanto no sistema de abastecimento, quanto nas estações de tratamento de água e esgoto, são os sistemas de bombeamento utilizados.
Para que os sistemas tenham bom funcionamento e cumpram seu papel, é preciso uma série de etapas no processo. Com isto, os sistemas de bombeamento merecem um destaque especial, uma vez que seria impossível realizar o abastecimento de águas e o tratamento de água e esgoto sem as bombas. Afinal, são as bombas que fazem a transferência e a movimentação das águas e dos efluentes, desde a captação até o abastecimento da água tratada ou o despejo do efluente tratado nos corpos d’agua, levando água tratadas das ETAs para as cidades, e depois coletando essas mesmas águas que retornam como efluentes paras ETEs.
Nas estações de tratamento de águas, as bombas estão envolvidas em diversas partes do processo como: responsáveis pela dosagem de coagulantes, sulfato férrico, cloro, flúor e leite de cal, bombeando de lodos gerados nos filtros e decantadores. A dosagem de produtos químicos também é de responsabilidade do sistema de bombeamento nas estações de tratamento de esgoto. Nas ETEs, dependendo se são físico-químico-biológico ou somente biológico, as bombas dosam produtos químicos, recirculam o lodo e bombeiam, em alguns casos, para rios e oceanos por meio de emissários.
Entre as bombas mais utilizadas nas estações de tratamento de águas, a centrífuga convencional, com rotor em balanço ou entre mancais, é uma das mais utilizadas.
O diretor geral da Xylem, Mario Ramacciotti, explica que os principais tipos de bombas são Split Case, bomba horizontal com carcaça bi-partida, Dry Pit, vertical, a Colunm Pumps, bombas de coluna para captação e transferência e a Propellers, submersíveis de fluxo axial, muito utilizadas na captação de água bruta e lavagem de filtros da estação de tratamento.
Para Nelson José Bertaia, especialista em bomba de lóbulos e trituradores da Netzsch, no entanto, já há alternativas no mercado. Ele destaca as bombas lobulares.
"A utilização de bombas lobulares vem comprovando ao mercado, principalmente de Meio Ambiente & Energia, que a utilização destas em substituição a conceitos de bombas centrífugas, gera benefícios tanto em custos de energia elétrica quanto em custos de manutenção". E conclui. "Por ser uma bomba de deslocamento positivo, este tipo de bomba trabalha com eficiência máxima em qualquer ponto da curva do sistema e rotação".

 


Cuidados com as bombas
Para a correta utilização das bombas, são necessários alguns cuidados.
1 - Selecionar bombas que estejam em um ponto bom da curva, respeitando os limites à direita e à esquerda "BEP";
2 - Não exceder a densidade do fluido informada na FD e ET que deram origem a compra da bomba;
3 - Não existir emendas no cabo no tramo entre o motor e CCM;
4 - Acionamento elétrico com partidas e paradas suaves;
5 - Manutenção preditiva, preventiva e corretiva eficazes;
6 - Motores de acionamentos classes "F" ou "H";
7 - Acompanhar a curva do sistema em bombeamentos em paralelo ou em série;
8 - Inspecionar o poço de sucção para evitar assoreamento;
9 - Inspecionar a linha de recalque, válvula e registros,
10 - Ter manômetros e medidores de vazões para confiabilidade operacional;
11 - Monitoramento e controle do processo.


 

O mercado
Nelson da Netzsch é otimista com relação ao mercado brasileiro, "A perspectiva é das melhores possíveis. O mercado vem aceitando bem este produto, solicitando cada vez mais não só para aplicações onde são exclusivamente necessárias bombas lobulares, como também para aplicações de substituição de outros conceitos de bomba. O fato da fabricação das nossas bombas ser nacional, com peças de reposição a pronta entrega e assistência técnica local, só vem contribuindo para este crescimento. O mercado de aplicação de bombas é enorme. Para se ter uma ideia da dimensão deste mercado, é só pensar que em cada ponto de bombeio de esgoto (elevatória), pode ser aplicado pelo menos uma bomba".
Para o diretor geral da Xylem, Mario Ramacciotti, o custo-benefício também é sempre atrativo, mas coloca alguns princípios.
"Vamos considerar o aspecto dos critérios importantes para que o custo-benefício seja positivo. As ETE’s e ETA’s, por princípio, tem operação contínua e necessitam de equipamentos confiáveis, que não falhem e evitem o entupimento (no caso das ETE’s). O rendimento é outro fator relevante a se considerar e quanto mais alto, melhor o desempenho da bomba".
Ramacciotti defende que na atualidade, devido ao alto custo da energia elétrica, bombas que poupam energia, tem o melhor custo benefício. Como exemplo, as bombas Flygt economizam entre 20% e 50% de energia no bombeamento de esgoto, trazendo alto custo-benefício em sua operação. Ele também segue otimista com relação ao mercado.
"As perspectivas são sempre muito boas, pois o Brasil é carente em coleta e tratamento de esgoto, com índices nacionais não superiores a 40%. Somente com este fator, vemos a enorme distância entre os dias de hoje e a universalização dos serviços, apresentando significativo potencial para estas bombas". E completa.
"Na parte de água, apesar dos índices serem superiores, vemos também um grande campo de crescimento para estabilização do fornecimento de água, projetos de transposição e captação que amenizam problemas climáticos mais comuns nos dias de hoje. Recentemente, tivemos uma crise de água, em nossa região, e diversas obras foram necessárias para suprir a necessidade de aumento do fornecimento de água e segurança hídrica da população".

 

Bombas De Alta Capacidade Garantem Abastecimento E Tratamento De Água E Esgoto

 

Diferenças entre sistemas de pequeno, médio e grande porte
De acordo com Nelson José Bertaia, especialista em bomba de lóbulos e trituradores da Netzsch, as principais diferenças entre bombas de pequeno e médio porte e as de alta capacidade são a capacidade de deslocamento volumétrico e o princípio de bombeio. "O princípio de bombeio é o mesmo, porém com tamanhos de peças diferenciados para cada linha". O especialista explica sobre o funcionamento das bombas.
"A ação de bombeio é gerada pela contra-rotação dos rotores (lóbulos), dentro da carcaça de bombeio, que são sincronizados por engrenagens de sincronismo montadas externamente. Os rotores se engrenam com distância controlada a rotor/rotor, rotor/carcaça e rotor/placas. Como os rotores saem de engrenamento no lado de sucção, há um aumento de volume criando uma diminuição de pressão que induz o fluido bombeado a fluir para a cavidade do rotor. O fluido é bombeado em torno da carcaça e pelos rotores para o bocal de saída. Como os rotores voltam em engrenamento, o volume reduz criando um aumento da pressão e o fluido é descarregado". Bertaia explica quais os principais desafios ao sistema.
"Os desafios são aplicações com produtos desde água limpa até borras com alto teor de sólidos". Por isto, Nelson afirma que as aplicações estão dentro de todos os segmentos em que a Netzsch atua, a saber: alimentício, farmacêutico, químico, papel & celulose, óleo & gás e meio ambiente & energia. E completa. "Em meio ambiente & energia encontramos maior aplicação para bombas Tornado®, principalmente no segmento de saneamento, bombeando desde esgoto bruto até o lodo adensado". E mesmo que sejam eficientes e com características específicas, a manutenção adequada das bombas de alta capacidade, não exige mão-de-obra qualificada, como explica o especialista.
"A manutenção é feita no local onde a bomba está instalada sem necessidade de desconectar a bomba da tubulação. A manutenção é simplificada, rápida e não necessita mão-de-obra especializada. Pela abertura da tampa já se pode trocar todas as partes de desgaste em contato com o produto".
No entanto, para Mario, da Xylem, é imprescindível garantir peças originais e que a mão-de-obra seja especializada.

Bombeamento em estações tratamento de esgoto
Os sistemas de bombeamento são ainda mais importantes nas Estações de Tratamento de Esgotos. No caso das ETEs, as bombas podem ser classificadas em três grupos: Esgoto bruto, lodo primário e lodo secundário.
Uma das bombas utilizadas no tratamento do esgoto bruto é a centrífuga submersível ou convencional com rotor em balanço, que é responsável pela circulação dos efluentes. Essa bomba traz efluentes brutos, levando o tratado, recirculando e descartando lodos. Sua montagem pode ser vertical ou horizontal.
Além da centrífuga submersível ou convencional com rotor em balanço, o processo de tratamento do esgoto bruto também utiliza uma bomba chamada Parafuso, que trabalha para a movimentação de sólidos maiores. Ela atua transferindo efluentes brutos com presença de sólidos grandes em baixos recalques.
No processo que trata o lodo primário, a bomba do tipo Rotor Recuado é considerada como uma das mais importantes da estação de tratamento. Essa hidráulica cria um vórtice e esse impulsiona o fluido sem que os sólidos alcancem as pás do rotor para protegê-lo do desgaste prematuro.
O tratamento do lodo primário utiliza ainda a bomba de Cavidade Progressiva, que é responsável pelo bombeamento dos lodos mais densos. O processo de tratamento do lodo secundário também faz uso das bombas centrífuga submersível ou convencional com rotor em balanço e Parafuso.
O diretor da Xylem, Mario Ramacciotti conta que a empresa, através da Flygt, foi a inventora da bomba submersível no ano de 1947. "Hoje esta bomba evoluiu acentuadamente e foi nominada em sua última geração como a bomba inteligente, pois incorpora a eletrônica na própria bomba".
A Xylem trabalha com o mercado de águas durante décadas com produtos vendidos em mais de 150 países. Através da marca Flygt Pewaukke, desenvolve bombas verticais e horizontais de alta capacidade. Instaladas em numerosas estações de bombeamento em plantas de tratamento de água e usinas em todo o mundo, possuem a maior base na América do Norte.
A Flygt possui bombas instaladas para o controle de inundações em Nova Orleans que estão entre as maiores instalações do gênero com capacidade de 32.000 l/s cada, elas ajudaram na drenagem da cidade após a devastação causada pelo furacão Katrina, em 2005.

 

Contato das empresas:
Netzsch:
www.netzsch.com.br
Xylem: www.xylem.com

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